terça-feira, 29 de maio de 2012

Mr. Nobbs

Mr. Albert Noobs é mais um desafio para Glenn Close. A história é deplorável. Mr. Noobs é uma mulher que acima de tudo não aceita a sua condição feminina e não consegue estabelecer laços afetivos.
Não é nada, não é mulher, não é homem, não é homo, nem heterossexual. Vive uma vida de mediocridade, sem entendê-la.

Quando jovem, Mr. Noobs foi molestada sexualmente. Sentindo-se incapaz de enfrentar o mundo como mulher, passa a vestir-se de homem e agir como tal.

Mr. Noobs é patética. Não emociona ninguém. Não sentimos pena da criatura. Falta-lhe coragem. O médico local, homem devasso, mas que cumpre com os deveres de sua profissão, percebe que Mr. Nobbs é mulher. Admira-se a que ponto as pessoas podem trazer a infelicidade para suas próprias vidas.

Se Mr. Nobbs sente atração por mulheres, parece ser por imitação da amiga que mantém uma relação amorosa com outra mulher.

Mr. Nobbs é tão infeliz que não sabe quem é, do ponto de vista sexual. Como não emociona "personne", acho que somente  Glenn Close se emocionou com sua personagem. Desejou ganhar prêmios por sua atuação. Para Glenn não deve ter sido difícil transformar-se no insípido Mr. Nobbs - mulher assumida como homem - que morreu no silêncio e na solidão que escolheu para si mesma, sem ser notada, sem ser percebida.  

domingo, 27 de maio de 2012

Flores do Oriente (Flowers of War)

"Flores do Oriente" foi indicado pela China ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro ao Oscar de 2012. Baseia-se na novela de Yan Geling "13 Flowers of Nanjing". É  a primeira vez que o diretor, Yimou Zhang filma com um estrangeiro. Christian Bale é John Miller, o agente funerário que tenta escapar do massacre a que os japoneses submetem a cidade de Nanquim, em 1937.

Christian Bale é o anti herói, cheio de defeitos. Revê seus conceitos sobre o que fazer de sua própria vida. O personagem lembra John Wayne em Bravura Indômita. John Wayne, o herói dos westerns,  respeitava as mulheres em seus filmes. Elegante e educado, podia ser um beberrão desajeitado, que levava tombos - como em Bravura Indômita - mas jamais deixaria de defender mulheres e crianças fragilizadas. Por maiores defeitos que tivesse, grandeza e dignidade seriam palavras adequadas para definí-lo. O mesmo pode-se dizer de Christian Bale em "'Flores do Oriente".

A história é verdadeira e conta a luta dos sobreviventes para escapar ao ataque japonês. A saga de sobrevivência e redenção é contada a partir da versão da menina Shujuan Meng (Xinyi Zhang). John Miller procura abrigo na Cathedral de Winchester, onde George (Huang Tianyan), o menino chinês, toma conta das órfãs que estudam no convento. Quase todos os soldados chineses são massacrados, restam poucos sobreviventes. A Cathedral parece ser o local adequado para John buscar abrigo.

Ni Ni, a bela atriz chinesa interpreta Yu Mo, uma das prostitutas que também busca proteção na Cathedral. Na primeira parte do filme as cenas de morte e violência não têm precedentes. O diretor narra o vedadeiro horror a que os japoneses submeteram os moradores de Nanquim. O curioso é que na vida real, quando o filme foi lançado, o alcaide de Nagoya, Takashi Kawamura negou o massacre de 300.000 civis, criando e acentuando um clima de tensão entre China e Japão. Como se alguém pudesse acreditar, como quando Ahmadinejad afirmou que não houve holocasto na Segunda Guerra Mundial!

Em seus filmes Yimou Zhang narra os pequenos conflitos que se estabelecem entre personagens  acuados e sob tensão. Narra problemas cotidianos das pequenas vidas. Os personagens se humanizam, crescem e alcançam grandeza e redenção. Incorporam pequenos grandes heróis que salvam o mundo. As meninas órfãs que parecem um bando de bonecas tristes e inconsoláveis entram em conflito com as cortesãs e prostitutas. Na grande tragédia os japoneses invadem o espaço sagrado, matam e violentam... Cada um precisa rever seu comportamento para sobreviver.

A face do inimigo mostra-se na figura do Coronel Hasegawa, que nem o nazista Hans Landa (Christoph Waltz) de "Bastardos Inglórios", o coronel é insinuante, charmoso, disfarça que é a própria maldade. Afirma amar música e canto e convida as meninas para uma apresentação...

John Miller deixa de ser o agente funerário. Incorpora seu papel de padre, protetor de meninas e prostitutas. Faz o que sempre soube soube fazer. Detalhe, o cliente de John  recebe seu tratamento  deitado e imóvel. Com muito bom humor o diretor mostra uma certa paz entre os personagens nesta segunda parte. Não se ouvem os estouros dos canhões. Porém todos sabem que o oficial japonês contou e exige treze meninas. Como ali somente estão doze, teremos a revivavolta que decide o final desta histórica trágica e verdadeira. Não perca, Christian Bale está ótimo, lindo! Tão bom que esqueci que era tatibitati . 

O Corvo

"The Raven" não segue a tradição das desgraças arrepiantes que aconteceram durante as filmagens de "O Corvo", quando o ator Lee Jun-Fan, filho de Bruce Lee, sofreu um acidente mortal. Enfim, a maldição também parece ter acompanhado os atores de “Poltergeist, o fenômeno”, de Steven Spielberg. Heather O´Rourke, a Carol Ane da saga, morreu aos 12 anos, de uma obstrução intestinal. Dominique Dunne, a Dana , sua irmã mais velha, morreu estrangulada pelo companheiro. Julian Beck, o reverendo Kane, morreu em 1985, de um câncer, após terminar as rodagens. Wil Sampson, o bruxo Taylor, da segunda parte, que dizia ser "chamã" na vida real, morreu em 1987 após um transplante de coração e pulmão. Quando a realidade imita a ficção a história fica realmente apavorante, não é mesmo? "O Corvo" de James Mc Teique pareceu-me todo ficção. O diretor deixa em suspenso se de fato teriam acontecido acidentes trágicos nos últimos dias de vida de Edgar Alan Poe. A história parece estar no limite entre a realidade e a ficção. Tudo poderia ter acontecido... Poe é o personagem principal. John Cusack vive o escritor de contos de terror, com problemas pessoais, virtudes e fraquezas. Como muitos artistas, provavelmente ficou famoso após a morte. Em vida teve dificuldades para publicar seus contos. Tinha uma queda pela bebida e foi hostilizado pelo pai de Emily Hamilton (Alice Eve), a mulher a quem amava. O filme é empolgante, literalmente gruda o espectador na tela. Hitchcock, o mestre do suspense sabia muito bem que o público adora sentir medo. Poe é o primeiro suspeito dos assassinatos em série que assustam a população. É chamado pelo inspetor Fields (Luke Evans) para ser interrogado. Sente algo de familiar nos crimes. Com espanto reconhece seus próprios personagens que saíram da ficção, criaram vida e se corporificaram nos mais horrendos crimes. Melhor que John Cusack, só Luke Evans, o inspetor Fields, um homem charmoso, corajoso e decidido a caçar o inimigo. A mente criminosa ama e odeia seu mentor. Conhece em detalhes cada personagem doentio de Poe. Os crimes se sucedem. Desafiam Fields a desvendá-los. O escritor é o único a conhecer seus personagens, como Próspero ou Fortunato. O terror toma conta da tela, mais ainda quando a morte cavalga, à galope, em direção ao espectador. Encenadas e corporificadas como num teatro, as mortes são o espetáculo macabro. O assassino ri, diverte-se. Cria charadas, brinca com seus perseguidores. A questão é de afirmação, de sentir-se superior ao gênio. O criador, sentindo-se impotente, precisa desvendar cada enigma, como por exemplo, descobrir que determinados números significam a latitude. Depois deve desvendar a longitude, para enfim descobrir no mapa, o ponto a que o assassino se refere, St Croix, uma pequena capela. Em "O homem que sabia demais", Hitchcock também coloca uma pequena capela onde se desenrola o crime. O frenesi entre Fields, Poe e o assassino envolvem o espectador. Criam um suspense gelado e assustador. O criminoso pretende ser a obra prima , a criação máxima de Poe, idéia terrível e sinistra. Quando a ficção, dentro da ficção se torna a realidade dominada pelo mal, assusta e apavora o próprio Poe. Ao eleger o escritor como herói e criador, o assassino deseja superar o mestre. Deseja também seu próprio reconhecimento. Arrisca-se tentando provar que agora ele decide o destino dos personagens, não mais o criador. A mais abjeta das criaturas rebela-se contra o criador, no âmbito de uma idéia maléfica que ainda assim, é o reverso da idéia contida na expressão "a criatura se rebela contra o criador". Por isso, a mais recente versão de "O Corvo" de Edgar Alan Poe é genial. Não perca e leve muitos sustos!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O exótico hotel Marigold

"O Exótico Hotel Marigold", realização de John Madden, lembra as filmagens das histórias de Ágata Christie. De fato, não se trata de uma história de crime ou suspense. A semelhança fica por conta da caracterização dos personagens. Um grupo de idosos viaja à Índia em busca de paz, descanso e até diversão, quem sabe? Hospedam-se no Hotel Marigold. A história é previsível, todos nós a conhecemos. Nem por isso é uma má história. Não existem razões para não querer assistí-lo. Preconceito? Deixe para lá e divirta-se. Os atores dão credibilidade à história. Judie Dench, a chefe de 007 (Cassino Royale), está bela na plenitude de seus 78 anos. Viúva, de repente teve que assumir as dívidas do marido.

Bill Nyght é o outro idoso. Excelente ator, transforma-se no senhor frágil, muito magro e completamente sem bunda! É isso mesmo, o corpo humano vai se transformando. É inevitável.  Bill é uma criatura tão gentil, que não assume a coragem de dizer para sua mulher o que de fato pensa dela: que é uma megera.

A megera, nem dá para olhar direito. Porque se olharmos demais aquelas pessoas odiosas, veremos que elas babam, escorrem batom pelas rugas, têm dentes destruídos, manchados e olhar de jibóia. Quando falam, de fato soltam cobras e lagartos. Há! Essas pessoas são lustrosas! Melhor nem olhar para não enxergar tantas coisas desagradáveis na megera.

Pobre Bill Nyght aturando tal criatura e de repente, encontra-se com Judie Dench!

Tom Wilkinson, acho que pela primeira vez consegue fazer um personagem simpático. E de saída vai explicando  "I am gay", caso alguma senhora desavisada o aborde. Os outros dois atores, Celia Imre e Ronald Pickup, estão na Índia em busca de aventuras. Enfim, todos eles, idosos, estão em busca de si mesmos, de se reinventar e preencher suas vidas. Maggie Smith faz a solteirona doente e preconceituosa, que consegue rever sua forma de ver o mundo e pensar "outro". Se tudo acontece um pouco rápido demais, é assim mesmo que deve ser. Os idosos não podem esperar para viver o futuro, nem podem esperar para pedir que alguém adivinhe o futuro. Eles precisam, com certeza e com urgência, inventar logo esse futuro!

domingo, 13 de maio de 2012

As praias de Agnès

Você lembra de Agnès Varda, a diretora francesa do inesquecível "Le Bonheur"? Pode imaginar Agnès falando de si mesma, aos 80 anos? Para o simples espectador Agnès Varda é um mito, distante e inacessível. Em seu próprio filme é uma senhora de 80 anos, de aparência normal. Mas não é, acima de tudo Agnès é uma mulher genial. Nos anos 60 já estava à frente de seu tempo. E no século XXI. Madame Varda conta sua vida e faz desse relato uma obra de arte.

Aos 27 anos quando começou a realizar seus primeiros filmes, tinha assistido a poucos, uns dez ou quinze. Não frequentou uma escola de cinema. Agnès sempre viu o mundo de uma outra forma. Diferente de nós, ela vê o mundo através do olho da câmera cinematográfica. Quando fala das praias do norte da França, onde viveu sua juventude, enquadra o mar, através de diversos espelhos, como numa brincadeira de criança.

Aliás, Agnès Varda deixa fluir a criança que existe dentro dela. Por isso, conta sua vida através de intervenções que são verdadeiras obras de arte. Quem senão uma artista poderia imaginar uma exposição de fotos de verdadeiros agricultores,  mostrar essa exposição no espaço rural, dos próprios agricultores, conseguir patrocínio e fazer disso um evento internacional?

Quando conta como filmou "Le Bonheur", com um casal, uma família de suas relações fiquei surpresa. Talvez por isso mesmo, como não eram atores profissionais e quase viviam seus próprios papéis, tudo fluía com tanta naturalidade e beleza, como se vivêssem dentro de uma paisagem impressionista.

O auge de sua produção coincide com uma explosão de manifestações culturais e políticas, que marcaram os anos 60, 70, na França.

"As praias  de Agnès" mostra uma cena profundamente influenciada pelo surrealismo. Muitas foram filmadas no próprio quintal da casa de Agnès. Em uma delas um casal aparece nu, no quintal de agnès, com as cabeças cobertas por um capuz. Poucas vezes, homem e mulher, masculino e feminino me pareceram tão belos e tão perfeitos. Aqui Madame Varda é a Dali do cinema.

Casada com  o diretor Jacques Dèmi, ela mostra seu convívio com ilustres e famosos, principalmente diretores de cinema.

O que para a diretora é simples, é a vida do dia a dia, do cotidiano; para nós é mito, é mistério, é deslumbramento e alegria diante de uma mulher que viveu muito e ainda partilha conosco sua vida, sua obra e sua genialidade. Como pode?

A vida dos peixes (La vida de los peces)

"A vida dos peixes", a produção chileno/francesa dirigida por Matias Bize, tem a pretensão de ser um filme intimista. A história fala da vida de  Andrès (Santiago Cabrera) um homem que volta para casa, antes de instalar-se em definitivo em Berlin. Andrès deixara assuntos não resolvidos em sua cidade natal, no Chile, depois de ter passado um tempo em Berlin. Cheio de dúvidas e incertezas, imagina um passado idealizado e irrealizado com a mulher amada, de quem se afastou. No tempo presente, Beatriz (Blanca Lewin) aparentemente resolveu sua vida. Tem duas filhas gêmeas. Os tempos são outros, Beatriz é casada com outro homem a quem não sabe se ama, mas que lhe dá segurança.

Assim, durante quase todo o filme vemos os rostos dos dois atores em close-up. Tão close que a parte superior da cabeça é cortada. Inclusive as imagens se alternam, com o rosto de Cabrera do lado esquerdo ou direto da tela, ou o perfil da mulher. A idéia é mostrar alternadamente a emoção de cada um, homem e mulher. Os atores são bonitos, ela tem um perfil irregular e interessante, testa e nariz grandes, lábios bem desenhados. Porém todo esse intimismo cansa o espectador. Beatriz somente tem palavras para falar do passado, do que poderia ter sido em não foi. Ora esse tipo de pesamento nunca levou ninguém a nada. De véspera sabemos que o relacionamento entre os dois não vai dar certo. Assim, tudo o que é dito entre o casal de enamorados é desmentido por seus gestos. Andrès e Beatriz acertam um futuro promissor, que de fato não desejam, ou não têm coragem para assumir. Sabem que suas vidas tomaram outros rumos.

Na casa do passado estão presos como os peixes, sem futuro. Matias Bize mostra a silhoueta de duas sombras descendo as escadas. Os apaixonados descem, não sobem escadas simbolizando um futuro promissor. Descem de mãos dadas e enroladas. Mãos que se desatam e sem palavras, se afastam. Ele se afasta em direção à porta. Em um último olhar vê Beatriz que mostra para as amigas as fotos de suas verdadeiras jóias, as gêmeas... De fato, ela sabia que de nada adiantava trocar pouco por quase nada...

Conspiração Americana

Robert Redford dirige "Conspiração Americana". Nos anos 70, ele foi um dos mais famosos atores de Hollywwod. Protagonizou heróis inesquecíveis como Jeremiah Johnson em "Mais forte que a vingança", ou ainda  Johnny Hokker, na dupla com Paul Newman em ''Golpe de Mestre". Como diretor Redford realiza filmes sérios, que muitas vezes passam em circuitos alternativos, como Sundance Festival.

O tema é a conspiração americana por trás do assassinato de Abraham Lincoln. James McAvoy interpreta o jovem advogado Frederick Aiken, de 28 anos, que contra sua vontade defende Mary Surratt (Robin Wright) das acusações de conspiração e cumplicidade com os assassinos do presidente. A figura de McAvoy realmente é a de um jovem lúcido e inteligente, desta vez, herói da Guerra da Secessão.

Nas conturbadas semanas que sucedem ao assassinato de Abraham Lincoln resolve agir de acordo sua consciência, lutar em prol da lei e da Constituição. Nessa luta, MacAvoy frustra as expectativas de seu grupo social. Sua fidelidade à idéia de América é colocada sob suspeita. É visto como traidor dos melhores sentimentos americanos. Tudo inversão de valores e manipulação de poderosos. O  tipo de denúncia que Reford quer  mostrar ao mundo.

Mary Surratt é acusada de permitir reuniões de conspiradores e acobertar assassinos em sua pensão. De fato está sendo usada como isca na busca do verdadeiro culpado. Para os governantes interessa menos descobrir o verdadeiro assassino  do que punir quem quer que seja. Na falta do verdadeiro culpado, o  Ministro da Guerra precisa de um bode expiatório para acalmar  ânimos e dar uma resposta à nação. As manobras e os bastidores do poder são denunciados com contundência.

Para os donos do poder importa que a nação americana clama por justiça, como uma espécie de vingança, com cara de justiça que enxerga muito bem dos dois olhos. Alguém precisa pagar pelo crime hediondo. Esse alguém é Mary Sarrett.

James McAvoy é um excelente ator, causa profunda emoção no espectador. Tanto mais forte, quanto mais patético é seu papel como ator. Você lembra de McAvoy, em "O Procurado", quando contracena com Angelina Jolie ou "Desejo e Reparação" com Keira Knightley?

Agora ele se transforma em Frederick,  um verdadeiro advogado. A expressão corporal e o rosto são de um verdadeiro advogado. Você alguma vez observou os advogados? em plena ação? É uma experiência muito interessante. Aliás o mérito é do próprio ator que fascina o espectador.

Em tempos de guerra a justiça precisa esperar. Frederick arrisca-se a buscar a verdade. Sacrifica sua carreira e sua vida particular em nome de princípios baseados na verdade e na justiça. Frederick postula que réus como Mary Surratt devem ter direito a um julgamento neutro e civil. Nega-se a aceitar  cortes militares, com julgamentos sumários e previamente decididos.

Seus esforços parecem ter sido inúteis. Mary é condenada e executada. O verdadeiro culpado estava muito mais perto do que poderíamos imaginar. De fato os esforços não foram inúteis, conseguiram mudar o futuro. A partir de então,  em casos semelhantes, os réus  passaram a ter direito a um julgamento neutro e justo, compatível com o que a nação americana espera de si mesma.