Joel e Ethan Cohen, os dois irmãos inseparáveis estão no Aero Guion com seu novo filme , "Um Homem Sério". O filme é diferente, não é narrado em tom de comédia, embora o personagem seja apresentado como um "clown", um pobre coitado, que está sempre às voltas com problemas criados pelos outros, para ele literalmente se dar mal. O filme tem a assinatura dos irmãos Cohen e podemos encontrar semelhanças com "Queime Depois de Ler", em que os personagens também são pessoas comuns, que fazem qualquer coisa para "se dar bem", sem grandes preocupações com o outro, ou com algum comportamento ético, no mínimo.
O homem sério é um professor universitário. Leciona Física e sempre afirma que nenhum aluno poderá entender a matéria sem antes ter estudado Matemática. A frase irônica ressoa: "Receba com simplicidade tudo o que acontece na sua vida!". Só pode ser brincadeira de Joel e Ethan, pois a vida do professor vira literalmente um inferno, como aceitar tudo com simplicidade? Como o professor poderia receber com simplicidade tudo o que acontece em sua vida?
Os irmãos mostram os opostos, um personagem fraco, que sem perceber, permite que os outros assumam as rédeas de sua vida. Alguém que se considera um homem sério, obediente às leis, cumpridor de seus deveres, que nunca fez nada de errado. Mas que não consegue evitar o caos em sua vida. Porque nada dá certo? Como os outros percebem suas fraquezas, e sabem que esse pobre coitado pode ser manipulado?
Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) entra em casa e é comunicado pela mulher Judith (San Lennick) que tudo está terminado entre os dois. Assim, sem mais nem menos, ela lhe confessa que está saindo com outro homem, um conhecido, Sy Ableman (Fred Melamed). Os filhos são dois monstrinhos dentro de casa. O adolescente houve música durante as aulas, fuma maconha, deve 20 dólares para um colega e vive fugindo por esse motivo. A filha só pensa em lavar o cabelo e não suporta o tio que se hospeda na casa.
Na Universidade, as adversidades não são menores. Um aluno deixa dinheiro em cima da mesa do professor, como suborno para ser aprovado. Larry fica sem saída. Joel e Ethan Cohen falam de um Larry que está na luta do dia a dia. Quantos Larrys você acha que são subornados? Ou encontram-se em situações semelhantes? Consegue imaginar? Colegas que colocam em xeque a autoridade de bancas universitárias, casualmente coordenadas por Larry? Matrículas concomitantes, ou seja, alunos matriculados em disciplinas, com datas e horários concomitantes, para Larry administrar? Aluna que leva parentes advogados para ameaçar Larry? Ha! Dá para entender a ironia da frase: "Receba com simplicidade tudo o que acontece em sua vida!"
Assim em clima debochado e corrosivo os irmãos contam as desventuras de Larry. Como um cordeiro ele se deixa devorar, pela mulher, pelo amante dela, Sy, pelo mau comportamento e indiferença dos filhos, pelo tio e por todos que o rodeiam. Como na selva, o maior devora o menor. Todos tentam devorar Larry. Mas afinal Larry deve ser o grande culpado disso tudo. É ele, Larry que permite que essas coisas aconteçam.
Os irmãos Cohen sutilmente criticam a cultura judaica, com presença marcada no filme. Cada vez que Larry fala com um dos rabinos, encerra-se uma parte. O pobre coitado, ingenuamente acredita que um deles poderá dar-lhe conselhos de como resolver seus problemas. Larry fala com cada um em escala hierárquica. Os rabinos cobram caro pelas entrevistas. Todos conseguem uma forma de arrancar dinheiro de Larry, a mulher, o advogado, o vendedor de CDs, os rabinos. Enfim a conta dos aproveitadores e das dívidas do professor torna-se interminável.
Finalmente Larry terá que alterar a nota do aluno? Todos tem seu preço? E pior, você deve mesmo "receber com simplicidade tudo o que lhe acontece"? Tudo sempre pode piorar não é mesmo?
O fime dos Cohen é bom e amargo como fel... Mas não deixe de assistir.
O homem sério é um professor universitário. Leciona Física e sempre afirma que nenhum aluno poderá entender a matéria sem antes ter estudado Matemática. A frase irônica ressoa: "Receba com simplicidade tudo o que acontece na sua vida!". Só pode ser brincadeira de Joel e Ethan, pois a vida do professor vira literalmente um inferno, como aceitar tudo com simplicidade? Como o professor poderia receber com simplicidade tudo o que acontece em sua vida?
Os irmãos mostram os opostos, um personagem fraco, que sem perceber, permite que os outros assumam as rédeas de sua vida. Alguém que se considera um homem sério, obediente às leis, cumpridor de seus deveres, que nunca fez nada de errado. Mas que não consegue evitar o caos em sua vida. Porque nada dá certo? Como os outros percebem suas fraquezas, e sabem que esse pobre coitado pode ser manipulado?
Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) entra em casa e é comunicado pela mulher Judith (San Lennick) que tudo está terminado entre os dois. Assim, sem mais nem menos, ela lhe confessa que está saindo com outro homem, um conhecido, Sy Ableman (Fred Melamed). Os filhos são dois monstrinhos dentro de casa. O adolescente houve música durante as aulas, fuma maconha, deve 20 dólares para um colega e vive fugindo por esse motivo. A filha só pensa em lavar o cabelo e não suporta o tio que se hospeda na casa.
Na Universidade, as adversidades não são menores. Um aluno deixa dinheiro em cima da mesa do professor, como suborno para ser aprovado. Larry fica sem saída. Joel e Ethan Cohen falam de um Larry que está na luta do dia a dia. Quantos Larrys você acha que são subornados? Ou encontram-se em situações semelhantes? Consegue imaginar? Colegas que colocam em xeque a autoridade de bancas universitárias, casualmente coordenadas por Larry? Matrículas concomitantes, ou seja, alunos matriculados em disciplinas, com datas e horários concomitantes, para Larry administrar? Aluna que leva parentes advogados para ameaçar Larry? Ha! Dá para entender a ironia da frase: "Receba com simplicidade tudo o que acontece em sua vida!"
Assim em clima debochado e corrosivo os irmãos contam as desventuras de Larry. Como um cordeiro ele se deixa devorar, pela mulher, pelo amante dela, Sy, pelo mau comportamento e indiferença dos filhos, pelo tio e por todos que o rodeiam. Como na selva, o maior devora o menor. Todos tentam devorar Larry. Mas afinal Larry deve ser o grande culpado disso tudo. É ele, Larry que permite que essas coisas aconteçam.
Os irmãos Cohen sutilmente criticam a cultura judaica, com presença marcada no filme. Cada vez que Larry fala com um dos rabinos, encerra-se uma parte. O pobre coitado, ingenuamente acredita que um deles poderá dar-lhe conselhos de como resolver seus problemas. Larry fala com cada um em escala hierárquica. Os rabinos cobram caro pelas entrevistas. Todos conseguem uma forma de arrancar dinheiro de Larry, a mulher, o advogado, o vendedor de CDs, os rabinos. Enfim a conta dos aproveitadores e das dívidas do professor torna-se interminável.
Finalmente Larry terá que alterar a nota do aluno? Todos tem seu preço? E pior, você deve mesmo "receber com simplicidade tudo o que lhe acontece"? Tudo sempre pode piorar não é mesmo?
O fime dos Cohen é bom e amargo como fel... Mas não deixe de assistir.