Catherine Deneuve, a deusa veio mais uma vez para mostrar que ainda é a musa do cinema francês. Como estrela inacessível, foi elevada a um status superior por seus fãs que se recusam a aceitar sua falibilidade de comum mortal. Como pode a bela Catherine, a "'Bela da Tarde" ficar igual à outras senhoras idosas de sua idade? Assim, um pouco gorda, com plástica que não deu certo, sem cintura e de pernas finas ? Sobraram somente as perninhas fininhas, parecendo um passarinho como tantas senhoras. Ou ainda, está com o corpo da mãe da Luluzinha. " C´est la vie". O tempo passa até para as estrelas de alta categoria. Os fãs não aceitam, embora a própria Catherine o faça, assim, sem maiores preocupações. Acreditem, Catherine fuma e não se preocupa com atitudes politicamente corretas. Catherine e Depardieu não se importam com sua forma física. Devem pensar que já fizeram o que tinham que fazer, a aparência não importa mais. Mas Depardieu exagera na decadência. "Potiche a esposa troféu" é um filme feminista. Catherine está perfeita no papel da mulher que adquire consciência, supera seu grande opressor, o próprio marido e não se contenta com amores do passado. É uma mulher livre que dá aulas de decência, consciência, honestidade, coragem e liderança a todos que a rodeiam. A secretária , amante do marido transforma-se em sua fiel seguidora. Catherine dá lições de vida à filha, fraca e mesquinha, que trai a mãe, negociando cargos para o marido, e pior, com o próprio pai. Em sua trajetória ascendente Catherine transfere a estatueta de "esposa troféu" para o marido. Patético, transforma-se ele em ''marido troféu", que assiste - babando abraçado aos netos e à filha - a vitória de sua mulher nas urnas. A caracterização dos anos 70 é muito boa. As pessoas parecem gente como a gente, de Porto Alegre, por exemplo, a capital da cafonice feminina, a capital das mulheres peruas! Observe o cabelo da deusa, inflado, enorme, com muito laquê. Poderia frequentar o Shopping Moinhos, o Shopping Laquê, onde as senhoras aposentadas, com muito laquê nos cabelos desfilam e se divertem nos cinemas, lojas e cafeterias! De longe, com muito boa vontade podemos reconhecer aquela onda no cabelo da jovem Catherine dos anos 60, de ''Os Guarda Chuvas do Amor '' , ''Bela da Tarde" ou "Pele de Asno" . Afinal, nada disso importa uma vez deusa, sempre deusa!
segunda-feira, 27 de junho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Meia noite em Paris
Gil o personagem representado por Owen Wilson em " Meia Noite em Paris" é quase o "Cinderelo Sem Sapatos", o Jerry Lewis de 1960. Os dois últimos filmes de Woody Allen são muito bons. "Meia Noite em Paris" só não é melhor que "Poderosa Afrodite", o filme com a super Mira Sorvino deixando todos boquiabertos com seu requebro. Desta vez o interesse recai sobre Owen Wilson e acreditem o ator dá conta do recado. Sempre achei Owen um chato, com boca carnuda em formato de coração. Mudei de opinião. Deve ser um milagre do diretor. Somente um intelectual brilhante - para quem é lugar comum falar e pensar no dia a dia em nomes como Ernest Hemingway, Gauguin, Pablo Picasso, Salvador Dali ou Gertrude Stein - poderia criar o enredo de "Meia Noite em Paris". Gil (Owen Wilson) viaja a Paris com a família da noiva. Woody Allen sempre repete e critica os estereótipos componentes do grupo familiar. A família de Inez ( Rachel Mc Adams) não é diferente. Pessoas medíocres, cheias de preconceito, que não aceitam o diferente. Ricos, pobres de espírito e hipócritas que não sabem o que fazer com o dinheiro. Pessoas capazes de trair ou de fazer qualquer coisa para salvar as aparências. Assim, Gil precisa tomar medicamentos, pois sofre ataques de pânico desde que ficou noivo. O espectador só fica sabendo quando ele confessa suas fraquezas para um de seus ídolos, nos doces momentos em que entra no conto de fadas. Sai a passear sozinho pelas ruas de Paris, quando não mais que de repente batem as doze badaladas da meia noite. Como um Cinderelo ao contrário ou como Jerry Lewis em "Cinderelo sem Sapato" ele entra no mundo dos sonhos. Suas aventuras lembram o clássico musical de Vincente Minelli, onde Gene Kelly e seu amigo como num passe de mágica descobrem a cidadezinha de Brigadoon, parada no tempo e ainda com a bela Cyd Charisse. Na carruagem ou no carro antigo, Gil encontra Scott Fitzgerald e sua mulher Zelda. Discorrem sobre literatura. Pergunta se Gertrude ou Fitzgerald aceitam ler o manuscrito de seu novo livro. Os sonhos do escritor se realizam. Os grandes escritores e artistas com quem convive não apenas lêem seu trabalho, como também o aconselham. Hemingway o apresenta a Picasso e Bunuel, a quem ele sugere o enredo de um filme, onde os mendigos tomam conta da casa. He, he, he, Bunuel deve ter seguido à risca o conselho. Filmou Viridiana, onde os mendigos reproduzem a cena da "Última Ceia" de Leonardo da Vinci. Conhece Adriana (Marion Cotillard) por quem se apaixona. Hemingway lhe confessa que um homem somente deixa de temer a morte quando descobre que está verdadeiramente apaixonado. O amor faz com que o homem paire acima das banalidades da vida, dos temores da morte e atinja o sublime. Gil descobre que nunca sentiu isso por Inez , mas que acaba de sentir tudo e mais um pouco por Adriana. Mas... sua musa vive nos anos 20 e tem relacionamento com Pablo, o Picasso sabe? Assim em suas adoráveis conversas com a jovem, descobre como é viver no tempo das vanguardas dos anos 20 ou na Belle Époque em Paris, convivendo com Toulouse Lautrec e Gauguin. Através de Hemingway descobre que está sendo traído. Gil é um noivo infeliz porque nega a realidade. Ao criticar o personagem do livro, Ernest lhe abre os olhos. O personagem se redescobre, aprende a conhecer a si mesmo. Sai à procura da felicidade. Descobre que é melhor viver no presente, do que sonhando com a nostalgia de um passado distante, mesmo que seja nos anos 20, rodeado por seus ídolos, ou na Belle Époque parisienese.
terça-feira, 21 de junho de 2011
Copacabana
Isabelle Hupert se supera em Copacabana, outro filme do Festival Varilux do Cinema Francês, dirigido por Marc Fitoussi. Isabelle esbanja talento ao encarnar a mulher solitária. Um tipo comum nos dias de hoje, de libertação feminina. Babou, a personagem, é uma mulher na faixa dos quarenta, mãe de Esmeralda (Lolita Chammah), a própria filha de Isabelle. A garota pretende casar com um jovem de família bastante convencional. Problema, Esmeralda sente vergonha da mãe. Por que? Porque Babou não preenche os requisitos necessários para dar-lhe respaldo diante da família do noivo. Babou é assim mesmo. Ela é tudo o que não somos. Ou será que você algum dia colocou um estranho dentro de casa? em atitude rasgadamente anti convencional? Diante da negação da filha que aparentemente a odeia, diante de suas falhas e de seus fracassos como mãe, Babou se retira. Busca no trabalho, longe, outra maneira de viver. Mas não perde sua personalidade transgressora. Consegue ascender em seu novo trabalho - uma imobiliária - vendendo lofts para turistas. Não se contém e oferece um dos lofts para um casal sem teto e com cachorro passar a noite. No jantar que oferece à filha afloram os desentendimentos. Babou desabafa dizendo o que pensa sobre o futuro genro e sua família. Alguns dias depois o encontra muito abalado. Tinha sido abandonado pela noiva. Babou percebe que seu desabafo foi ouvido, que Esmeralda deu-lhe crédito! Consegue superar obstáculos e inaugurar uma nova forma de relacionamento com a filha. Descobre também que felicidade existe! E que a filha a ama e respeita. Bonito mesmo é ver a atitude de Babou tentando ajudar o ex noivo a recobrar o amor da filha. Isabelle Hupert se supera ao interpretar a personagem, a mulher solitária que sabe que homem deseja para si. A mulher quer reconhece seus erros, seus fracassos e que finalmente consegue se transformar e acertar em seu papel de mãe. Não é mais aquela mãe passiva que aceita as agressões e o desamor da filha, transforma-se em outra, na verdadeira mulher-solitária-mãe-amorosa-poderosa.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Loup
Vivendo em um país onde as preocupações com a sustentabilidade diminuem ao invés de aumentar... tive a agradável surpresa de constatar que ainda existe a possibilidade de mudar e melhorar a relação do homem com a natureza. " Loup" passou no Festival do Cinema Francês de 2011, em Porto Alegre, mas poderá voltar a entrar em cartaz. E aí você não poderá perder a oportunidade de assistir a essa jóia do cinema francês. Dirigido por Nicolas Vernier, ''Loup" mostra a vida de um povo nômade, do norte da Sibéria, que vive em perfeita harmonia com a natureza. Os Évenes não possuem bens materiais, nem propriedade privada. Não vivem como muitos brasileiros economizando uma vida inteira para um dia comprar o apartamento dos seus sonhos. Eles não precisam disso. Para o clã dos Batagai importa a relação de troca com a natureza. Serguei (Nicolas Krioudes) é o jovem que foi escolhido para ser guardião do rebanho de renas. Na verdade ele consegue realizar aquele sonho distante para qualquer ser humano que confraterniza com os animais. Consegue que uma loba selvagem e seus filhotes se transformem em seus melhores amigos. Serguei dá um passo à frente para evitar a extinção da espécie. Consegue mudar a mentalidade de um povo que há milênios considera o lobo como o inimigo do homem. Serguei dá lições de vida ao comunicar-se com Volkan e seus filhotes. Seu amor pelos animais faz com arrisque a vida para salvá-los. A retribuição é imediata. O carinho e a lambida do pequeno lobo o aquecem, salvando-lhe a vida. Serguei ensina ao pai sobre a importância de proteger não apenas o rebanho de renas, mas o lobo. Nikolai, o pai, aprende que o lobo não é inimigo do homem. Mas também não é amigo, conclui, para isso temos os cachorros! Através do filho consegue mudar sua relação de amor e respeito pela natureza. Não perca a cumplicidade entre o casal de namorados na relação com os lobos. " Loup" é um filme belíssimo e inesquecível. Na montanha os lobos permanecem com seu mistério e uivo ecoando para um mundo distante
terça-feira, 14 de junho de 2011
Vênus Negra
O Festival do Cinema Francês em Porto Alegre está apresentando 10 filmes. A Vênus Negra passa hoje às 17 h na sala 8 do Artplex. A Vênus Negra choca e denuncia a exploração de Saartjie (Yahima Torres) a mulher negra, que viveu na África, teve um companheiro e um filho. Foi aliciada pelo patrão, um explorador branco que a levou para a Inglaterra para exibí-la como um animal feroz em espetáculo grotesco. Saartjie sai de uma jaula, é uma mulher-fera, amarrada pelo pescoço, treinada por seu domador. Abdellatif Kechiche, o diretor, denuncia o racismo e o preconceito do branco em relação ao negro, nas sociedades inglesas e francesas. Um comportamento tão bárbaro e cruel, que em tudo se assemelha ao tratamento que o senhor reserva aos escravos no período escravista brasileiro. Abdellatif revela a podridão existente em sociedades que se consideram cultas e civilizadas, como a parisiense e londrina do século XIX. A Vênus Negra mostra o lado escuro, mesquinho e decadente de um povo que considera a mulher negra como uma coisa. Nas apresentações Saartjie tem seu corpo exibido como um objeto, em tempo real. Para o espectador, um minuto de mal estar parece durar meses. Todos se deliciam com o espetáculo de voyerismo em que Saartjie é exibida como a Vênus de Hotentote. O primeiro patrão é questionado na justiça por seu espetáculo degradante, mas a própria Saartjie o libera, afirmando que é uma atriz, que não é explorada. A alienação e a passividade de Saartjie espantam e exasperam. Após ser submetida às maiores barbáries e sevícias, muda, apenas pronuncia duas palavras: " Sim, senhor", "obrigada senhor". Como escrava, é vendida ao Museu de Medicina da Real Universidade de Paris. A Academia de Medicina consegue o direito de explorar seu corpo. O escândalo se agrava, médicos divulgam teses pseudo científicas, em que propalam por antecipação a inferioridade de Saartjie e sua semelhança com um orongotango. Vigoram as teses evolucionistas e cientificistas. A exibição pública do corpo da Vênus Negra para médicos e artistas é vergonhosa e repugnante. Em alguns momentos parece que o diretor abusa das cenas que mostram o voyerismo e a exploração, como se o espetáculo também fosse para seu próprio gozo. Saartjie, em um derradeiro gesto de recato não permite a visão mais íntima de seu corpo. Artistas da Academia a retratam e medem em cada centímetro. E eu que apresentei um trabalho em um Encontro de História sobre a "Visão do feminino, por artistas franceses, no Brasil do século XIX"!? Algumas imagens de pinturas são semelhantes aos retratos de Saartjie, mas podem esconder situações de exploração das modelos pelos próprios artistas. Estou perplexa, não tinha pensado nessa possibilidade. Se você não pensar, é a captação de um momento belo e sublime. Precisamos aprender a ver além das aparências... Embora a situação de Saartjie seja de escravidão e exploração sexual, seus algozes propalam que é uma artista e está ali por livre vontade. E mais uma vez Saartjie é vendida para um segundo explorador que apimenta o espetáculo, distorcendo a situação, como se ela sentisse prazer em ser tocada por uma fila de mãos e dedos imundos. Venham: - "Touchez, donnez-le le plaisir". Clímax do espetáculo, ele monta em Saartjie, como o domador monta no cavalo vencido, e ainda convida as velhas desavergonhas, com uma das tetas de fora, a fazer o mesmo. Detalhe, teta murcha e enrugada, que nojo! : - '' Venham senhoras, toquem nela, dêem-lhe o prazer"! Suprema humilhação! Poucas vezes vi cenas mais chocantes no cinema! Ainda a suprema ironia, após sua morte, mais uma vez seu corpo é vendido. Vergonha! Os bárbaros médicos do Museu da Academia Real de Medicina conseguem realizar o sonho de profanar as partes mais íntimas do corpo de Saartjie! Ela é cortada, retalhada, medida e exposta à execração pública! Mulheres chorem e lamentem pela vergonha!!! O corpo de Saartjie foi devolvido e está enterrado na África desde 2002.
sábado, 11 de junho de 2011
O Homem ao Lado (El Hombre al Lado)
Você já se imaginou morando em uma casa projetada por Le Corbusier? O arquiteto Leonardo (Rafael Spreguelburd) premiado na Bienal de Milão conseguiu a façanha. E a famosa casa não fica tão longe daqui. É logo ali em La Plata, Argentina, a Casa Curutchet. O filme é adorável, os arquitetos se realizam passeando pela famosa casa modernista, com amplos espaços e duas enormes rampas de acesso. Além de arquiteto, Leonardo é professor de design. Ganhou diversos prêmios em Bienais e Exposições de Arquitetura e Design. Efetivamente é um homem de sucesso. Além de morar em uma casa paradigmática é casado e possui uma filha adolescente. Sua mulher dá aulas de ginástica em casa. Enfim, como tudo na vida está recheado de aparências... Repentinamente sem acreditar no que seu olhos dizem, Leonardo vê o vizinho abrindo um enorme buraco na parede limite de seu terreno. Dali ele pode controlar sua vida e de sua família. Literalmente o vizinho, vê tudo! Óbvio, todo mundo sabe que isso é proibido pelo Código de Obras. É assim no Brasil e na Argentina acontece o mesmo. Victor, o vizinho, preocupa-se consigo mesmo e com seu bem estar. Cre na solução imediata. Arrivista de carteirinha acredita mais no que pode fazer por si mesmo do que nas exigências do Código de Obras. A idéia de cidadania nunca passou por sua cabeça. Quando Leonardo reclama e lhe diz que é proibido, que não pode fazer aquilo, Victor argumenta que o arquiteto possui muito sol e que ele precisa apenas de um raiozinho. O arquiteto tenta enganar a todos. Será que engana a si mesmo? De início sabemos que convencer Victor é uma batalha perdida. Leonardo tem medo dos outros. Não importa se o vizinho é uma pessoa simples e sem cultura, um pobre coitado. Na relação entre ambos Victor é o predador, por quem Leonardo fica fascinado. Hábil como ele só, Victor finge que cede, faz promessas que não cumpre. Alicia Leonardo. Convence-o a ir a um boteco jogar conversa fora. O arquiteto cai como o patinho, que sempre foi. No momento de crise afloram os problemas. Entre uma cena e outra Leonardo é surpreendido pela câmera, deitado à noite, de costas para a esposa, sem conseguir pregar no sono. O pensamento recorrente é Victor. Leonardo só pensa nele! Ambos surpreendem um ao outro espionando, um pra dentro da casa do outro! O mais engraçado é que Victor, um picareta, sem escrúpulos possui um charme todo especial e deseja deitar asas sobre a mulher do arquiteto também. Como um predador de olhar penetrante Victor enfeitiça suas vítimas. Os diretores Mariano Cohen e Gastón Duprat são hábeis ao mostrar essa relação, e sacam muitas risadas da platéia! O dúbio caráter do arquiteto fica evidenciado quando Leonardo convida a própria mulher para a espiar as façanhas noturnas do vizinho. o arquiteto mente para si mesmo e para os outros. Mente para os amigos e para a mulher. Os amigos, de fato "são mui amigos". São amigos de interesse que verificam a todo momento o status do dono da casa. O pior do caráter do arquiteto é quando dá uma cantada na aluna! E essa professores? Que feio! Leonardo descobre da pior forma que sua vida é uma merda. Não está bem com a mulher e muito menos com a filha, que não lhe dirige palavra. Fica dançando sozinha isolada do mundo com seus fones de ouvido. Observe, Victor representa seu papel até a última cena. Vejam seu olhar pícaro nos últimos instantes da derradeira e dramática batalha entre ambos! Você já viu essa família ou esse professor em algum lugar? Quem sabe em sua própria casa ou em sua universidade? He! He! He! As aparências enganam começam a desmoronar uma a uma...
segunda-feira, 6 de junho de 2011
X Man, Primeira Classe
Na linha do tempo Erik Lehnsher passa por experiência traumática e muito sofrimento para descobrir que é um mutante com poderes sobrenaturais. Charles Xavier é o professor de teologia e está elaborando uma tese de doutorado junto às Nações Unidas. Os dois se conhecem na Universidade de Oxford. Descobrem seus poderes e se reconhecem como amigos. Charles Xavier é interpretado por James McAvoy. Entre os jovens atores ingleses, é um dos melhores, rivalizando somente com Jude Law. Se não é mais bonito que Clive Owen, é melhor ator. James McAvoy realizou belos filmes como "Desejo e Reparação" e "O Procurado". Em geral é perfeito para papéis dramáticos, interpretando jovens belos e ingênuos, que pateticamente são envolvidos em situações de problemas limite, que exigem tudo do personagem para superá-los. Ou ainda problemas insuperáveis, como em "Desejo e Reparação", em que é injustamente condenado por um crime não cometido. Em "X Man Primeira Classe", McAvoy é o mutante que encontra Raven Darkholme (Jennifer Lawrence) - lembram-se de Norah em "Um novo Despertar"? - a mulher azul que tem o corpo coberto de escamas. Charles Xavier e Raven assumem uma relação fraternal. A experiência traumática e decisiva na vida de Erik é o encontro com Sebastian Shaw ( Kevin Bacon) , em 1944, em Praga, quando este lhe propõe um jogo de vida e morte, em que sua mãe é assassinada por Shaw, com um tiro certeiro. Apenas porque o filho não consegue mover uma moeda, com a força do pensamento. Ódio e raiva acionam os poderes de Erik, para alegria de Shaw, o próprio símbolo do mal. Mas o que houve com Kevin? Está um desastre, precocemente envelhecido! Sebastian Shaw pretence usar os poderes dos mutantes para dominar o mundo. Charles Xavier compreendendo o drama do amigo Erik aconselha-o a dominar a fera que tem dentro de si. Para enfrentar os problemas é preciso domar a fera que vive dentro de nós. Erik precisa dominar o seu ódio para atingir um estágio superior. Cada mutante possui uma habilidade super desenvolvida. Charles lê mentes. Erik é capaz de atrair um submarino, como um ímã, e fazê-lo flutuar. Anjo possui asas de borboleta, que lhe permitem um vôo de beija flor. Raven se adapta ao meio ambiente. Fera possui pés diferentes, que como mãos lhe proporcionam grande habillidade. O professor Charles consegue acessar o canto mais bonito da memória de Erik e descobre que ele não é só dor e sofrimento, é capaz de amar. Matthew Vaugh, o diretor assinala pontos importantes que se aplicam tanto aos mutantes da Marvel como a qualquer ser humano. Quando deseja impedir que ódio e raiva dominem a mente de seu amigo Erik, Charles Xavier afirma: -"Você quer que a sociedade te aceite, mas antes precisas aceitar a ti mesmo. Para seres o melhor precisas descobrir o equilíbrio entre a raiva e a serenidade. Aí sim serás capaz de atuar e dar o melhor de ti mesmo". O filme é envolvente. A câmera dança em torno dos personagens. Os mutantes fazem a platéia vibrar com suas habilidades espetaculares. Vale a pena conhecer a saga dos heróis da Marvel criados por Stan Lee e Jack Kirb, que fazem o maior sucesso tanto no cinema como na TV.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Um novo Despertar
O filme de Jodie Foster é instigante. Walter, o personagem vivido por Mel Gibson é tomado pela depressão. As causas são desconhecidas e o tratamento com o dr. Macy é abandonado. Em seu drama, Walter atinge sua mulher e filhos. Meredith (Jodie Foster) é uma engenheira que tenta superar os problemas envolvendo-se com o trabalho. O filho caçula torna-se um menino calado. Não se comunica na escola e é jogado na lixeira pelo colega de aula. O mais velho faz um levantamento dos 51 ítens característicos da personalidade do pai, que ele teme possuir, mas nega profundamente. Ninguém acredita na recuperação de Walter, pelo menos, não o espectador. O depressivo pode causar estranheza em sua profunda falta de alegria. Não se alegra por nada nesta vida, nem que seja pelo sol que se levanta cada dia? Como pode ser isso? O filme de Jodie Foster coloca questionamentos que podem contribuir para a compreensão da doença e para que o depressivo seja visto com menos preconceito. Mas, e os que usam a depressão como álibi para não fazer o que deve ser feito ou para serem mal educados e grosseiros? Tema delicado... Jodie Foster além de excelente atriz é competente na direção. É imbatível quando demonstra tensão na maneira de falar e no cerrar de dentes. Mel Gibson que anda enfretando a rejeição de meio mundo por seus maus modos se reabilita, na telona, pelo menos. Afinal ninguém esquece o adorável Mel, o colírio para os olhos, e ainda por cima, com profundos olhos azuis e um doce sorriso quando "ouvia" o pensamento das mulheres em " Do que as mulheres gostam" e tantos outros bons filmes. Walter encontra uma forma de comunicar-se e enfrentar o mundo através de um mediador representado pelo fantoche de um Castor, sua personalidade se desdobra. Castor provoca profundo mal estar no espectador, e em Meredith. É o outro Walter que intervém para salvar Walter. Sem auxílio médico, ele encontra a forma para não sucumbir. Mel Gibson é novamente o grande ator. Com voz cavernosa, dá vida ao próprio braço, toma banho e dorme com o fantoche. A recuperação acontece rápida, mas é superficial. Castor, feio e dentuço assume seu outro eu, mas não consegue transmitir a Walter a serenidade necessária para enfrentar os próprios problemas: a rejeição do filho, por exemplo. Castor exaspera, não pára de falar! A tensão é limite! É preciso silenciá-lo..."Um novo despertar" é um filme doloroso e difícil. Até por isso me senti aliviada quando o filho mais velho e a namorada literalmente roubam a cena colocando a grande verdade, seus dramas e anseios no discurso de formatura. Afinal, se o pai precisa de apoio, a vida dos filhos deve ir adiante.
Boollywood Dreams- O Sonho Bollywoodiano
A Índia vende não somente Bollywood, mas a mística da espiritualidade. As três brasileiras que chegam lá em busca do sonho Bollywoodiano querem ser atrizes. No Brasil estão insatisfeitas com a vida cotidiana, a família e a mediocridade do dia a dia. Tanto, que uma delas opta por deixar o filho. O garoto seria menos importante que a crise pessoal? Apesar das rúpias indianas valerem muito pouco, precisam pechinchar ou, pelo menos, trabalhar. Ana (Paula Braun), Luna (Lorena Lobato) e Sofia (Nataly Cabanas) estão tão bem, tão naturais que parecem fazer parte de nossa vida, como se as conhecessemos. A Índia é diferente, os valores são outros, mas tem suas aproximações com o Brasil, na cultura e vida terceiro mundista. Aqui você não ouvirá de ninguém que Deus gosta de quem trabalha, mas ama quem dança! É preciso dançar para honrar os deuses. E nessa dança de pura alegria as três se divertem com o menino professor. Beatriz Steigner - diretora e roteirista- demonstra sua vivência do mundo indiano com o questionamente colocado à Ana, Luna e Sofia: Você pertence a quem? Você sentiu alguma vez o sentimento de pertencer a alguém ou a algo? Ou ainda, você pertence a si mesma? Você possui ligações profundas, que dêem um sentido para sua vida? O questionamento, em nossas mentes, poderá transformar-se em pensamento recorrente e muitos não terão resposta. Mas sempre poderão buscá-las. As dificuldades se alternam, uma atrás da outra. Depois de muitas aventuras, as personagens percebem que mais do que correr atrás do sonho Bollywoodiano, estão em busca do caminho e do sentido para a vida. Para os indianos - poderia ser para nós também? - em nossas vidas buscamos um caminho, mas nunca alcançaremos o fim desse caminho. Sempre ficará algo por fazer. Se existe o caminho que cada um trilha por livre escolha, também existe o destino. Na maior parte das vezes trilhamos caminhos distintos de nosso destino. O ideal seria fazer dos dois uma unidade. Fazer da estrada da vida e do destino um único caminho. Eis o desafio para Ana, Luna, Sofia e para cada um de nós. Eis uma reflexão que poderíamos enfrentar. Difícil, não é?
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