domingo, 26 de julho de 2015

Samba

Omar Sy é lindo! As mulheres concordam, é claro! E ainda faz um par perfeito com Charlotte Gainsbourg.  Verdade, ela interpretou papéis difíceis com Lars Von Trier - Deus me livre, cansei! Pelo menos no Samba  de Eric Toledano e Olivier Nakache,  a atriz tem um brilho muito especial no olhar. Aliás, o filme poderia ser acompanhado e saboreado justamente através dessa melodia do olhar, como diria o Luiz Carlos Merten. Enfim, não sei se ele concordaria comigo... Quando Samba e Alice se encontram, ficam magnetizados e atraídos um pelo outro, o olhar dos dois não esconde o quanto a presença de um é importante para o outro. Manu, a colega que trabalha junto aos imigrantes, tipo "façam o que eu digo mas não façam o que eu faço", já havia alertado: mantenha  distância,  não diga para ele o número de seu telefone! Mas como resistir a um pedido de Samba?
O jogo e a paquera entre o imigrante e Alice tornam o filme adorável! Por isso mesmo, Samba é um filme feminino. Na plateia, as mulheres não  contêm o riso, felizes - embora não tenham coragem para revelar. Garanto! Sonham, e  por algumas horas esquecem namorados e  maridos, cansativos e repetitivos! Quem sabe?
Trata-se da história de Samba, um imigrante senegalês, que há dez anos vive na clandestinidade. Preso,  tenta conseguir os documentos certos para permanecer na França. Alice é uma executiva que teve um colapso nervoso e quebrou o telefone na cabeça do colega! Tenta recuperar-se acariciando cavalos e pôneis. Belo tratamento, se ela tivesse uma Lolinha - cachorrinha- em sua vida nada disso seria necessário,  poderia ter quebrado o telefone na  mesa! Ha! ha! ha!
Por mais que os críticos falem mal de Samba e o considerem uma versão menor de "Os Intocáveis", o filme tem  seu valor, muito mais pelos aspectos relacionados ao amor e solidariedade, do que ao tema da imigração, propriamente dito.
Samba e Alice entram em tal sintonia, que passam a respirar juntos. Nada, diferenças de classe social, ou outras, nada poderia separá-los. O "début d'abus" é algo que preocupa o dois,  não sabem se  desejam iniciar o relacionamento pelo "classic ou pas classic"? Enquanto cérebros maquinam, sentidos decidem, vence a atração celebrada pelo mais "caliente" dos beijos! Está certo que o beijo de John Wayne e Maureen O'Hara, em "Depois do Vendaval", virou um clássico e está na memória coletiva como sendo o máximo em termos de beijo cinematográfico. Mas o beijo recente de Omar e Charlotte não fica atrás.
Não percam as piadas adoráveis do falso brasileiro dançando ao som da música da Coca-Cola e a do aeroporto que ficava ao lado da penitenciária, quem sabe para mandat logo embora aqueles estrangeiros indesejáveis!