terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quero matar meu chefe

O elenco de "Quero Matar meu Chefe" é de primera, mas ninguém avisou aos famosos atores que era para representar, interpretar alguma coisa ou ser ator. Para o espectador parece que eles apenas repetem com algum enfado as falas do roteiro. Mesmo assim é possível dar boas risadas. Pior, a gente ri de piadas politicamente incorretas ou machistas e depois até fica meio sem graça.


Dave Harven (Kevin Spacey), Julia Harris (Jennifer Aniston) e Boby Pellitt (Colin Farrell) são os três chefes insuportáveis dos pobres coitados e insatisfeitos Nick Hendrick (Jason Bateman), Dale Arbus (Charlie Day) e Kurt Buckman (Jason Sudeikis). As sessões de humilhação chegam a tal ponto, que os três se unem e resolvem um matar o chefe do outro. A situação parodia o enredo de Hitchcock, em Pacto Sinistro, o que até é citado no filme, como uma homenagem ao grande mestre do suspense ou para mostrar a erudição do autor. Só que no filme não há suspense, nem brilho. O "Horrible Bosses" de Seth Gordon é uma distração de fim de tarde.


Algumas coisas porém são dignas de nota. A caracterização de Colin Farrell como o patrão maluco, careca, com uma testa proeminente é muito boa. Parece mesmo um cara bronco e limitado, que ama cheirar coca e gastar o dinheiro da empresa em orgias. Jannifer Aniston parece uma papagaia a repetir o texto. Viram como o tempo passa para todos? Até Jeniffer já fez seus preenchimentos. Ou intervenções estéticas na face? Bem, a dentista tarada é uma chata que inferniza a vida do recatado noivo Dale Arbus.


Seth Gordon por outro lado pode ser considerado brilhante ao recriar "Os três Patetas". Os três amigos aspirantes a assassinos não conseguem levar adiante seus planos sem a ajuda do ex presidiário esperto (Jamie Fox), consultor para assuntos de execução de crimes supostamente perfeitos. He, he, he! Perfeitos se não fossem concretizados por Larry, Moe e Curly-Joe!

domingo, 28 de agosto de 2011

Planeta dos Macacos: a Origem

"Planeta dos Macacos: a Origem" é um dos melhores filmes de 2011. Extremamente envolvente, não nos dá tempo para respirar ou sentir o tempo passar. O genial é o contato entre seres humanos e símios, capazes de desenvolver uma inteligência que nos deixa perplexos. Emociona também o amor que se desenvolve entre homem e macaco, se é que podemos chamar Caesar dessa forma. Deixa de ser animal para transformar-se em ser inteligente, que desafia o homem.


Rupert Wyatt é o diretor. James Franco interpreta o cientista Will Rodman - que nesta versão é muito jovem, outro sinal dos novos tempos! Trabalha em uma empresa que pesquisa a cura de doenças degenerativas. O novo medicamento ALZ 112 poderá ser aplicado em seres humanos para a cura do Alzheimer. Eu que adoro James Franco só poderia gostar ainda mais do filme! Testado em animais, paralelamente o produto desenvolve a inteligência. De início, os macacos são sacrificados devido a uma fuga. Entre eles está uma fêmea prenhe. Milagrosamente o filhote é salvo e resgatado por Will. Como um verdadeiro pai, o cientista adota o filhotinho. Embala o pequeno nos braços e o leva para casa. Essa cenas iniciais são de uma doçura incomparável. Lembram o filme "Greystoke: The legendf of Tarzan, de Lord of de Apes ", quando o belo Christopher Lambert faz o papel do homem criado pela macaca. Greystoke volta à civilização, mas não consegue adaptar-se à hipocrisia da sociedade londrina do século XIX. Quando a mãe macaca morre, o grito de dor e desespero de Tarzan é inesquecível. Assim, quando Caesar consegue segurar a mamadeira, igual a uma criança, com um dia de vida, o espectador sabe o que está por vir. Óbvio ele se transformará no poderoso Caesar. Como o próprio nome simboliza, tão forte quanto o grande guerreiro e imperador romano. E aqui tem início uma sucessão de erros que culmina com a revolta e separação entre homens e símios.


Will tenta salvar o pai, Charles (John Lithgow), que sofre de Alzheimer. Caesar, interpretado por Andy Serkis, passa a fazer parte da família. Charles liga-se cada vez mais a ele, melhora com sua presença e com o tramento experimental. Mas a situação é insustentável. Caesar crescerá e desenvolverá seu poder. O inevitável confronto com humanos preconceituosos aconteceria um dia. Caesar agride o vizinho, em defesa de Charles. É encarcerado em um zoológico de quinta categoria, assim, uma espécie de campo de concentração nazista para animais. Thomas Andrew Felton, funcionário do zoo, é o protótipo do homem errado, mau e equivocado. Merece o destino que o diretor lhe reserva, já que temos um filme maniqueísta. E Caesar descobre da pior forma que os macacos unidos tornam-se fortes e poderosos.


Quando Will, como um pai amoroso o convida a voltar para casa, responde: " Eu estou em casa". E o bando se apodera da floresta de sequóias. Do topo das árvores observam a paisagem da New York que se descortina, uma cidade a ser conquistada. Caesar não precisa mais de braços compridos, que em determinado momento da evolução serviam para movimentá-lo e saltar entre as árvores. Agora como o homo erectus, Caesar caminha com suas poderosas pernas. Usa a inteligência para dominar a terra. Aguardem a próxima versão de Planeta dos Macacos, que ocorrerá após a contaminação da terra por via aérea. O globo terrestre é iluminado pela rede interminável de vôos que forma a terrível cadeia de contaminação. Sentiram que a trilha sonora de Patrick Doyle, dramática, não dá descanso ao espectador? Vai num crescendo a anunciar um tempo, em que uma nova inteligência poderá dominar a terra. Caesar não faz nada sem pedir permissão ao pai, como quem pede licença para crescer. Em sinal de submissão, a mão aberta e voltada para cima é tocada pela mão do pai que o criou, como a mão de Deus, pintada por Michelangelo, criando Adão. Foi nesse dia que o homem pensou que era Deus. Assim o cientista toca a mão de Caesar, que estendida, aberta em concha, e voltada para cima o liberta da tutela do homem.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Super 8

Na primeira cena de Super 8, o logotipo da Amblin, com a criança voando em uma bicicleta, carregando o ET nos fala que Super 8 só pode ser mais um bom filme com a participação de Steven Spielberg, que desta vez é um dos produtores. Óbvio que ET é inesquecível. E eu que terminei descobrindo há pouco tempo que quem amava mesmo os filmes de Spielberg era eu e não a Lucinha, minha filha... Fiquei um tanto surpresa... O fato é que Super 8 , dirigido por J. J. Abrams tem muito das mensagens de ET. Os personagens centrais são crianças. A história com seus ingredientes fantásticos mostra as crianças vivendo em um mundo separado dos adultos. São elas que compreendem melhor as situações e os problemas da família, as carências afetivas. Elas sabem das dificuldades dos pais em manifestar seu amor. E é através delas que os adultos se reconciliam com a vida e se tornam capazes de buscar e encontrar a felicidade.



O personagem principal é um menino. Martin é Gabriel Basso, um ator brilhante. A garota é Alice Dainard (Ellen Fanning). É verdadeiramente emocionante ver o olhar de Martin encantado com Alice, a menina de sua vida. Porém, os revezes estão à frente de todos. Alice é filha do homem que não foi trabalhar e foi substituído pela mãe de Martin justamente no dia do acidente que a vitimou. O momento é de luto e tristeza para Martin. Seu pai Joel Lamb (Joel Courtney) é o delegado e sente-se responsável por toda a comunidade. Não consegue dedicar-se inteiramente ao filho. Os quatro amigos filmam uma historinha de suspense e assassinato que se mistura com os acontecimentos do filme. Repentinamente o trem em alta velocidade entra na cena do Super 8, chocando-se com uma camioneta. Explosões, vagões e estilhaços explodem e saltam para todos lados. As crianças entendem que aquilo não é um simples acidente de trem. De fato, coisas estranhas passam a acontecer. Martin sente falta da mãe. Quando ele e Alice olham o video que mostra ele Martin - bebê - e a mãe brincando, entendemos a doce relação entre mãe e filho: - " O olhar dela sobre mim, me fazia sentir que eu existia , que era gente". O significado dessas palavras é tão bonito, como quando ouvi de alguém - há poucos dias - que as coisas adquirem valor a partir do valor que conferimos a elas. Você entende isso? É belíssimo! O olhar da mãe para o filho era muito especial e fazia com que ele sentisse que existia e que era alguém. De fato, Martin é especial. Tão especial que quando encontra a criatura do filme que vivia nos subterrâneos , impedida de voltar para casa - que nem o ET - faz com que ela pare de destruir, abra os olhos que parecem uvas e o ouça: - "Nem todos são maus". Embora pareça um tanto prosaico, é uma mensagem de paz e de amor e significa também que a partir de algum determinado momento cresceremos, nos tornaremos adultos capazes de fazer o bem e de continuar procurando a felicidade.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cilada.com

Cilada.com tem feito um mega sucesso de bilheteria em poucas semanas de exibição. Em 14 de julho completava aproximadamente um milhão de espectadores. O filme é resultado do sucesso do quadro cilada.com interpretado e criado por Bruno Mazzeo, que teve cinco temporadas no canal Multishow, depois foi apresentado no Fantástico e agora vira filme. Bruno Mazzeo e Fernanda Paes Leme estão bem, naturais, simpáticos estabelecem empatia com o público. O tema é a internet, esse nova maneira de viver do século XXI, que faz com que as pessoas fiquem com os olhos grudados na telinha e não liguem para mais nada. Pelo menos, negam-se a querer qualquer conversa tête-à-tête contigo, ou comigo, você entende? E, quando querem te mandar um recado, conversam contigo e não dizem nada, depois mandam o tal recado por e-mail. Ai que raiva eu tenho disso tudo! Certo, sou de outra geração, e só de vez em quando me entusiasmo com e-mail. Então passar filmes sobre a intimidade das pessoas e colocar no "Intube'', como fez Fernanda, Deus me livre! coitado do Bruno! A comédia romântica mostra o quanto o personagem é atrapalhado. Bruno é Bruno Mazzeo, que foi pego em rídículo flagrante traindo a namorada em uma festa de casamento, com todos os convidados de boca aberta assistindo ao teatro de sombras protagonizado por ele e pela loura fogosa. Imaginem como Fernanda (Fernanda Paes Leme) vai se vingar? O fato é que ela tinha filmado cenas comprometedoras do namorado em dia de desempenho sexual discutível, Bruno teria concluído o ato sexual em poucos segundos. Depois que o video é divulgado na internet, os prejudicados sabem que remediar, consertar, explicar é tarefa difícil, quase impossível. O video de Fernanda arrebenta nos acessos, são tantos de causar inveja até para Obama ou William Bonner! Assim, Fernando vai se enterrando cada vez mais, toda vez que tenta arrumar o embrulho. Cilada.com é cheio de piadas politicamente incorretas. Bruno apesar das boas intenções, só faz basteiras. Contrata Marconha (Sérgio Loroza) para fazer um video capaz de recuperar sua reputação de macho barbaridade, como dizem aqui no Sul. Filmes como Cilada.com precisam ser assistidos no grande grupo, com platéia cheia, onde existem aqueles que morrem de rir de qualquer coisinha e você cai junto na risada geral. Azar meu, quando fui ao cinema tinha no máximo 10 pessoas assistindo. Mas, foi Marconha quem me fez rir, no quiproquó com a faxineira de Bruno: ela dizia que ía no apê de Bruno umas três ou quatro vezes por semana. Fazia escondidinho e ele repetia umas quatro vezes! Marconha pensava que ela era a prostituta que ele tinha contratado para fazer o video que transformaria Bruno em grande amante!!! He! He! He! Marconha ganha de Bruno no fazer rir! Quando se entusiasma, fica nu, gordo como ele só, e depois vexado, se cobre com um cacho de bananas. Não aguentei e ri muito. Imagino que a platéia venha abaixo quando o cinema está cheio! E tudo o que Bruno precisa fazer para demonstrar seu amor por Fernanda é conseguir dizer EU TE AMO! Somente com o auxílio de Mônica (Carol Castro) Bruno se conscientiza e reconhece que precisamos querer cuidar de alguém e querer também que alguém cuide nós! Que bonito! E ele precisa fazer algo com a maior urgência! Se você ainda não viu, corra para assistir à próxima sessão. Espero que tenha muita gente para deixar o sr. diretor Alvarenga Jr. ainda mais feliz! Agora sei porque gostei tanto de Divã.
Ontem falei com o Luiz (o Merten). Ele me disse que um de meus leitores lhe perguntou se eu tinha desistido do blog. Então, vim dizer aos meus leitores que não, é claro. Sumi mais ou menos por um mês, primeiro tinha que encerrar os trabalhos do primeiro semestre, pois sou professora em um curso de arquitetura em uma universidade de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Assim, viajo para trabalhar. Depois, fui a São Paulo visitar minha filha. Na semana seguinte voltei a dar aulas em um curso de férias na universidade. Na próxima semana irei à Brasília acompanhando alunos em uma viagem de estudos. Por isso não pude manter meu blog atualizado. A partir de 17 de agosto pretendo retomar minha rotina e voltar a escrever toda semana, ok?