quarta-feira, 17 de junho de 2015

De Cabeça Erguida

De Cabeça Erguida fala da vida do menino Malony, dos  4 aos  18 anos. Obviamente o garoto é o reflexo da mãe (Sara Forestier), mulher instável e desequilibrada, muito louca mesmo! Quando o menininho tinha 4 anos chegou a abandoná-lo na sala da juíza, interpretada por Catherine Déneuve.
Desta vez não tenho queixas da deusa e não sinto-me tão  frustrada por ela não ser mais a atriz belíssima de "Os  Guarda Chuvas do Amor"! Ha, ha, ha! Como  conseguiria o milagre? 
Malony torna-se um jovem  incapaz de suportar frustações! Em alguns momentos entendi a irritação de Yann, um dos educadores, interpretado por Benôit Magimel,  quando este perde a cabeça e dá uns sopapos no chatonildo !  Aliás, Magimel está ótimo e para o cúmulo é um homem muito bonito!
A vida rola, o tempo passa, juízes e educadores não desistem.  Quando estou quase sem esperanças, descubro um brilho no olhar do menino, iluminado pelo sol, com a paisagem verdejante por trás.
Finalmente quando Malony diz para Yann: eu te amo! Percebo que a transformação aconteceu! O adolescente emociona, filmado  - De Cabeça Erguida - subindo as escadarias, com o filho nos braços,  está preparado para enfrentar o mundo! Não percam , o Festival Varilux do cinema francês está muito bom!

  

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A Estrada 47



     

A história dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial pode emocionar alguns como eu, que nasci no ano em que a guerra terminou. Meu tio Cici era um dos soldadinhos voluntários que apareciam no filme. Para mim foi duro constatar que "esqueci o gesto". Como dizia o poeta, " ó que saudades das pessoas e dos lugares que não foram bastante amados na época passageira, quem me dera devolver-lhes o gesto esquecido, a ação suplementar... (RILQUE)
Assim, esqueci a foto do tio Cici abraçado no desenho de uma pin-up, recortada em papelão em tamanho natural! Eu pensava, que idiota esse meu tio, com essa lembrança da guerra!
Agora , entendi! Os soldadinhos eram uns inocentes guris de 18 anos, que não sabiam nada sobre a vida, muito menos sobre a guerra...
No filme, gostei  do distanciamento proposto pelo diretor - Vicente Ferraz - e da forma como ele deixa claro, o despreparo dos brasileiros . Fizeram o que tinham que fazer sem pensarem em ser heróis. Desbloqueram a Estrada 47, deixando os louros para os americanos.
Jecas, no meio da guerra e da neve, somente trouxeram de volta aquele hino de dar nó na garganta:
“Não permita Deus que eu morra sem que eu volte para lá, sem que eu leve por divisa este V que simboliza a vitória que virá!”
Sonhadores e eternamente estrangeiros eles voltaram, um queria agradar ao pai, o outro teve sua máquina fotográfica esmagada pelo tanque do herói amigo, americano!

Acho que Ferraz é o primeiro a nos fazer ver uma verdadeira e belíssima história, a do tio Cici...