Nos últimos dias este é o terceiro filme que
conta a história de uma vida real. Nesta semana, tenho mais dois para assistir,
a Teoria de Tudo e Sniper Americano. O primeiro foi o filme de Angelina Jolie, O
Invencível, o segundo Grandes Olhos, agora,
O Jogo da Imitação.
Está estreando o filme de Clint Eastwood, Sniper Americano, com Bradley
Cooper.
Benedict Cumberbatch está ótimo como Alan Turing. Em primeiro lugar, para compreender
a vida de Alan, é preciso entender o quanto ele foi verdadeiramente um gênio. Não
era modéstia comparar-se a si mesmo com Einstein ou Newton. Em geral, as
pessoas têm dificuldades para aceitar os gênios, simplesmente porque eles são
diferentes da mediocridade que reina na face da terra. No caso do matemático, suas
descobertas somente vieram a público 50 anos depois. Que pena! Pelo menos agora
seu valor está sendo reconhecido!
O menino Alan era diferente, por isso não era aceito
pelos colegas e comeu o pão que o diabo amassou, na escola pública Sherborne
Foi até emparedado embaixo do assoalho pelo bando de coleguinhas ditos normais.
Desde criança apaixonou-se pelo amigo Christopher, cultivando um amor platônico
o resto da vida. Os atores que os interpretam na adolescência são muito bonitos
e convincentes.
Morten Tyldum, o diretor, nos mostra sua obra
em três tempos. Inicia no terceiro, quando o professor Turing tem a casa
roubada. Na verdade o que ele menos queria era a polícia interferindo em sua
vida. Foi denunciado pela vizinhança. Sem o menor aviso Tyldum volta para a infância
de Turing em Cambridge, para depois, mostrar o segundo tempo. 1939, as pessoas
abandonam a cidade, início da Segunda Guerra Mundial. O jovem matemático se candidata
a um cargo no Bletchley Park, no
condado de Buckinghamshire, onde deveria desenvolver um
projeto secreto para decifrar as mensagens nazistas.
Tyldum é extremamente lógico e lúcido em suas
colocações, mostrando um Turing genial na tecnologia e desastrado nas relações
humanas. Aliás foi esta espécie de déficit na capacidade de relacionar-se com
os outros seres humanos, que permitiu-lhe o estalo para a descoberta da fórmula
que decifraria o Enigma nazista.
A máquina desenvolvida por Turing, deveria
fazer 159 trilhões de checagens das mensagens , o que seria impossível dentro
do tempo previsto. Levaria vinte milhões de anos para concluir seu trabalho.
Em contraposição, no pub, nosso herói não
entendia nada das técnicas de sedução , cantadas e namoricos empregados pelo membros
do seu grupo. Seus olhos estalam quando a garota conta que está apaixonada por um nazista que inicia
todas as mensagens com as letras C -I-L-L-Y. Enfim Turing percebe que precisa
fazer que nem ela - perceber que algumas palavras chave se repetem e permitem a compreensão da
mensagem. Conclui que não é necessário checar todas, regulando somente as que
tem palavras decifradas repetidas. Vejam
só, Alan absolutamente não entendia que a jovem sabia que seu amigo Hugh - a
quem estava paquerando - falaria com ela
em quinze minutos, simplesmente porque ele tinha fixado os olhos nela e depois não
tinha olhado mais.
Imagine só, sua descoberta foi tão genial que nos dias de hoje
está na crista da onda a ideia de que as máquinas podem pensar e decidir coisas
a fazer. Alan projetou uma máquina que pensava de forma diferente dos homens,
era universal, capaz de reprogramar-se
e decidir o que fazer. Por muitos anos a humanidade estudou as “Máquinas de
Turing”, que hoje em dia são chamadas
computadores.
A vida privada do gênio foi sofrida, difícil,
de cortar o coração! Foi doloroso saber que, na Inglaterra até 1967, a
homossexualidade era considerada um crime!
Após uma série de investigações Alan Turing é obrigado a escolher entre a prisão ou a
castração química que o destrói por completo. Sua amiga, interpretada por Keira
Knightley não conseguiu ajudá-lo.
Era um pacifista, contra a violência. Pensava
que as pessoas amam a violência porque ela produz uma sensação agradável, prazerosa.
Entretanto, é passageira, sendo em seguida substituída pelo vazio.
Nos momentos mais difíceis de sua vida quando
as pessoas o surpreendiam repetia: “Aqueles de quem menos esperamos fazem
coisas que nem imaginamos!”
Nem esse conseguiram ajudá-lo. Foi abandonado
em seu drama, não suportando suicidou-se no dia 7 de junho de 1954 . Um dia depois
das comemorações do Dia D. E eu que achava que tudo era heroísmo, todas
conquistas e batalhas vencidas. Mal sabia - e todos nós - que Alan Turing trabalhava em
segredo numa pequena cidade britânica, perto da fronteira.
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