segunda-feira, 1 de junho de 2015

A Estrada 47



     

A história dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial pode emocionar alguns como eu, que nasci no ano em que a guerra terminou. Meu tio Cici era um dos soldadinhos voluntários que apareciam no filme. Para mim foi duro constatar que "esqueci o gesto". Como dizia o poeta, " ó que saudades das pessoas e dos lugares que não foram bastante amados na época passageira, quem me dera devolver-lhes o gesto esquecido, a ação suplementar... (RILQUE)
Assim, esqueci a foto do tio Cici abraçado no desenho de uma pin-up, recortada em papelão em tamanho natural! Eu pensava, que idiota esse meu tio, com essa lembrança da guerra!
Agora , entendi! Os soldadinhos eram uns inocentes guris de 18 anos, que não sabiam nada sobre a vida, muito menos sobre a guerra...
No filme, gostei  do distanciamento proposto pelo diretor - Vicente Ferraz - e da forma como ele deixa claro, o despreparo dos brasileiros . Fizeram o que tinham que fazer sem pensarem em ser heróis. Desbloqueram a Estrada 47, deixando os louros para os americanos.
Jecas, no meio da guerra e da neve, somente trouxeram de volta aquele hino de dar nó na garganta:
“Não permita Deus que eu morra sem que eu volte para lá, sem que eu leve por divisa este V que simboliza a vitória que virá!”
Sonhadores e eternamente estrangeiros eles voltaram, um queria agradar ao pai, o outro teve sua máquina fotográfica esmagada pelo tanque do herói amigo, americano!

Acho que Ferraz é o primeiro a nos fazer ver uma verdadeira e belíssima história, a do tio Cici...

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