A
história dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial pode emocionar
alguns como eu, que nasci no ano em que a guerra terminou. Meu tio Cici era um
dos soldadinhos voluntários que apareciam no filme. Para mim foi duro constatar
que "esqueci o gesto". Como dizia o poeta, " ó que saudades das
pessoas e dos lugares que não foram bastante amados na época passageira, quem
me dera devolver-lhes o gesto esquecido, a ação suplementar... (RILQUE)
Assim,
esqueci a foto do tio Cici abraçado no desenho de uma pin-up, recortada em
papelão em tamanho natural! Eu pensava, que idiota esse meu tio, com essa
lembrança da guerra!
Agora
, entendi! Os soldadinhos eram uns inocentes guris de 18 anos, que não sabiam nada
sobre a vida, muito menos sobre a guerra...
No
filme, gostei do distanciamento proposto
pelo diretor - Vicente Ferraz - e da forma como ele deixa claro, o despreparo
dos brasileiros . Fizeram o que tinham que fazer sem pensarem em ser heróis. Desbloqueram
a Estrada 47, deixando os louros para os americanos.
Jecas,
no meio da guerra e da neve, somente trouxeram de volta aquele hino de dar nó
na garganta:
“Não
permita Deus que eu morra sem que eu volte para lá, sem que eu leve por divisa
este V que simboliza a vitória que virá!”
Sonhadores
e eternamente estrangeiros eles voltaram, um queria agradar ao pai, o outro
teve sua máquina fotográfica esmagada pelo tanque do herói amigo, americano!
Acho
que Ferraz é o primeiro a nos fazer ver uma verdadeira e belíssima história, a
do tio Cici...
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