O filme é baseado no livro do poeta Xico de Sá e conta sua vida na cidadezinha do interior, Peixe de Pedra. Adorei, embora o diretor Claudio de Assis tenha carregado nos palavrões! Marinalva é fichinha perto de Francisco, pai de Xico.
Como a história é a visão do poeta, dá para entender o vocabulário, que tenta ser do povão, mas tem muito de erudito. A cada fala surgem palavras sofisticadas e um montão de ditados com filosofia de vida! Matheus Nachtergaele, o pai, puxa do português para surpreender o espectador.
- "A curiosidade mata a coragem! "
E, na boleia do caminhão que desentupia fossa com um Big Jato, canta para o filho:
- "A curva é que dá sentido na estrada, a reta tem nada a ver na caminhada!"
Nachtergale faz dois papéis, do pai e do tio Nelson. Mas é um pai patrão, preconceituoso, que bate no filho e não aceita a sua vocação para a poesia.
O tio Nestor pode ter influenciado o menino, não parava de falar nos Beatles. Na falta destes, os Betos serviam e cantavam sem parar na Rádio Ororubá! Inventava mil e uma histórias divertidas!
O garoto que faz Xico de Sá ( Rafael Nicácio) é muito bom! Uma graça com aqueles óculos de aros grossos.
O personagem torna-se universal, muita gente tem ou teve familiares alcoólatras, como Francisco. Da mesma forma que nosso herói, apanharam de vara de marmelo e comeram o pão que o diabo amassou!
Existem muitos Xicos que um dia decidiram abandonar aquela mesquinha cidadezinha do interior. Ficaram desgarrados e sem pátria. Para eles o melhor é não voltar nunca mais!
De qualquer forma Peixe de Pedra nunca abandonou o poeta. O próprio nome do lugar confirma, foi lá que sua consciência permaneceu petrificada.
Se, para o menino foi duro trabalhar sentindo o cheiro de merda o dia inteiro, dá para entender sua fascinação pelo perfume!
Finalmente, o poeta faz a escolha certa: opta pelo perfume!
domingo, 10 de julho de 2016
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