quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Compramos um Zoológico (We Bought a Zoo)
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Missão Impossível
"Missão Impossível, protocolo fantasma" é o quarto filme da série. O primeiro foi dirigido por Brian de Palma, o famoso diretor americano, que criou uma forma própria de dirigir thrillers de ação e suspense fazendo citações aos grandes diretores do cinema como em "The Untouchables", em que refilmou a famosa cena da escadaria de "Encouraçado Potemkin", de Sergei Eisenstein. "Missão Impossível", dirigido por Brad Bird, é um dos melhores filmes da série. Tom Cruise tem 49 anos, não é mais o jovem que contracenava com Nicole Kidman e fazia tudo o que ela lhe ordenava, em "Far and Away"( Um sonho distante). Duvido que outro ator esteja em melhores condições físicas. Dublê para Cruise? Nem pensar! Depois que fiquei sabendo que o ator fez questão de interpretar todas as cenas, quase não acreditei. Cruise escalou o Burj Khalifa, o arranha-céus mais alto do mundo. O prédio foi projetado por Adrian Smith, o arquiteto que trabalhou com a SOM (Skidmore, Owings and Merrill) até 2006. "Missão Impossível" é um excelente thriller de ação e suspense nos moldes dos melhores de 007. A conjuntura é de tensão entre Rússia e Estados Unidos. Ethan recebe ordens do presidente para procurar códigos nucleares dentro do Kremlin. Descobre que o super vilão Hendricks (Michel Nyqvist) chegou antes e roubou os códigos. Hendricks explode o Kremlin e Ethan é acusado do atentado. Sua empresa, a IMF, é desativada e seu grupo é desautorizado. Mesmo assim ele recebe a incumbência de impedir que Hendrincks concretize seus objetivos de provocar uma guerra nuclear. A nova operação chama-se "Protocolo Fantasma". Se Ethan falhar será considerado um terrorista qualquer, não terá apoio e não será reconhecido pelo governo americano. Oficialmente o grupo está desautorizado e não recebe qualquer apoio. Os três membros do comando em ação contam apenas um com o outro; Benji Dunn (Simon Pegg), Jane Carter (Paula Patton) e Simon Pegg (Jeremy Renner), um ex-agente que agora trabalha como analista. A trama se desenvolve em uma sequência de ação de deixar o espectador sem fôlego. A melhor é a escalada de Ethan pela "courtain wall" da torre. O grupo está no 130 o pavimento e precisa chegar ao 164 o. Como um verdadeiro atleta, Ethan conta com luvas aderentes que sinalizam azul, para ok e vermelho para morte. Lembrando Ulisses, o herói da mitologia grega, nosso herói passa por muitas situações entre a vida e a morte para conseguir seus objetivos de alcançar a mala de prata que contém os códigos nucleares. As piadas divertidas ficam por conta de Benji e Simon, que agradecem por seus pápeis secundários que lhes garatem não serem nenhum dos escolhidos para escalar a torre pelo lado externo. Mas Jane Carter, a belíssima Paula Patton, mostra a que veio, reservando-nos belíssimas cenas de sedução e sensualidade quando fisga o outro vilão, um indiano idiota, amigo de Hendricks. Essa sequência foi filmada no Burj Al Arab, projetado por Tom Whright, da WS Atkins PLG, com formato de vela, a mais alta estrutura hoteleira localizada em Dubai. Embora no filme a sequência seja na Índia. Se você não identificou, Paula Patton é a professora do filme "Precious"( 2009) e Jeremy Renner é o soldado americano que desarma a bomba em "The Hurt Locker", que retrata o dia a dia de uma brigada anti-explosivos atuando no Iraque. A diretora é Kathryn Bigelow. O filme tenta sensibilizar o espectador em relação a esses soldados que desarmam armas explosivas. Como se eles devessem ser considerados "heróis"! (Sic! Dá para entender essa visão de americano?). Finalmente cabe citar a tenacidade de Hendricks como vilão, que não se entrega e vai até o fim. Ficamos levemente agitados quando aquele olho de quem já estava morto se abre, para fechar-se logo em seguida vencido pela morte. "Missão Impossível" mostra Tom Cruise como um herói de farwest, um solitário que sacrifica a vida privada. Preparando a sequência, Ethan reserva apenas um olhar amoroso e à distância para sua mulher. Não perca , e depois veja de novo...
domingo, 18 de dezembro de 2011
A chave de Sara
Graças à Julia os que participam da história - inclusive ela própria - podem conhecer, reconhecer e rever seu passado. A primeira condição para superar a dor e o sofrimento é o conhecimento e a aceitação da verdade. Se esta possui um preço, é infinitamente melhor encará-la- mesmo que obrigado - para enfim conseguir aceitar o passado e a própria identidade.
Assim, se você nasceu na "Lagoa do Forno" grite em alto e bom som: "sou de lá" de Dom Pedrito, sou da "Lagoa do Forno"! A "Lacfourville" da história do Curso da Aliança Francesa, a paródia do "Cão dos Baskerville" de Sir Arthur Conan Doyle! Mas essa é outra história...
A menina Sarah Starzynsky (Mélusine Mayance)tenta voltar à casa para salvar o irmão. O episódio envergonha a França, que enviou milhares de judeus para o velódromo de inverno de Paris, o Vel d'Hiv, condenando-os à morte, ao confiná-los e mantê-los presos em condições desumanas.
A pequena Mélusine garante a dramaticidade da primeira parte. Outros atores como Kristin Scott Thomas, Niels Arestrup (o pai adotivo de Sarah) e Aidan Quinn ( seu filho) também estão excelentes. Preste atenção, observe-os. Perceba a emoção em seus olhos, no sorriso e na forma como articulam as palavras. Aidan Quinn é um grande ator - embora não seja tão popular. Lembrava James Dean quando era jovem e mais magro.
Sarah consegue voltar para salvar Michel, mas o tempo passou. Jamais conseguirá superar o sofrimento do encontro com o corpo do irmão morto. Jamais irá superar as recriminações do pai, quando ele lhe pergunta incrédulo porque deixou o irmão preso no armário? Ou ainda quando perde a chave e a encontra embaixo do sapato do soldado nazista.
Na segunda parte do filme Sarah cresceu. É uma jovem bela e amargurada. Foi adotada por Jules e Geneviève Dafaune(Dominique Frot).
As histórias de Júlia e Sara se cruzam quando a jornalista ao preparar a matéria sobre a vida de Sara Starzynsky descobre que a família de seu marido viveu no apartamento da família Starzynsky, desde que foram deportados e mortos. Descobre que Sarah nunca foi deportada, pode estar viva.
Os obstáculos ao trabalho de Julia são colocados pelos próprios personagens da história. A família do marido Bertrand opõe-se às suas buscas. O sogro sabe de tudo, mas todos desejam enterrar e esquecer um passado de vergonha. Afinal teriam se apropriado do apartamento dos judeus deportados? Ajudavam Sarah como quem distribui esmolas? Para aplacar consciências?
A parte final nos reserva o resultado da alienação. William , o filho de Sarah usa outro o sobrenome, Ransfeld. Não tem passado, não sabe quem é verdadeiramente. Seu pai ocultou-lhe a verdade. Julia, a presença incômoda, salva-se a si mesma ao salvar o outro. Quando o pai moribundo conta a verdade a William Ransfeld, o filho descobre que é judeu, que é um Starzynsky. Sua mãe negava-lhe o sobrenome para protegê-lo. Assim, um após outro os personagens emocionam o espectador, Julia e Sarah pela coragem. Sarah, com o instinto de sobrevivência e o amor de mãe, nega a verdade. Julia, para sobreviver, busca a verdade. E William, hah! William é o grande personagem alienado e equivocado que reencontra o seu ser, sua consciência e a identidade. Somente o enfrentamento com a verdade produz as condições de superação da dor e do sofrimento. E, finalmente permite o crescimento de cada um dos personagens desta história trágica e verdadeira.
Você sabia que segundo o professor Gunter Weimer, os Bittencourt- que significa plantador de beterrabas- eram judeus novos, que fugiram para Portugal? Como Sarah renegaram a própria identidade e adotaram outros nomes. Esta poderia ser a sua própria história? Hah! Entendi tudo agora!