sábado, 30 de novembro de 2013

Blue Jasmine

     
Desta vez fiquei feliz, Veríssimo, o mais genial escritor de Porto Alegre concorda comigo. Ele também não gosta do Vicky Cristina Barcelona de Woody Allen. Porém, timidamente, mas muito timidamente mesmo, me atrevo a discordar do gênio Veríssimo. Eu não daria o Oscar para Cate Blanchett e sim para Tom Hanks por Capitão Philips. Cate está linda em Blue Jasmine. É uma excelente atriz, mas a história da personagem que Woody criou e deu para ela interpretar não convence e não emociona. Talvez pelo próprio distanciamento do diretor ao contar a história.
Não sei bem porque, mas Blue Jasmine me parece uma sessão de terapia, onde todos os personagens falam para o terapeuta. Como se, de tanto ir ao psiquiatra - será que Woody vai mesmo ao terapeuta toda semana? Todo dia? - Woody tivesse feito uma coleção de sessões e colocado no filme. Além da caricatura psicológica de cada personagem, fiquei esperando que alguma coisa acontecesse e nada...
Woody Allen fala demais em seus filmes, ou ele ou seus personagens. Muitas vezes esse lado do diretor era simplesmente o máximo, como quando ele procurava uma certidão de nascimento em Poderosa Afrodite ou quando entrava na casa dos outros, na ausência dos moradores, para descobrir o assasino, como em Um Misterioso Assassinato em Manhattan. Esses detalhes eram muito engraçados e só um grande talento como Woody conseguia criticar tão bem, através do riso. Tudo isso faltou em Blue Jasmine. Os personagens, muito gregas e cafonas, não paravam de brigar e falar, parecia novela das sete!
E alguém consegue acreditar que a bela e poderosa Cate Blanchett se transforme numa coitada que caiu em desgraçada pela traição e morte do marido? Uma mulher fica destruída e falando sozinha somente por ter dois de seus casamentos destruídos? Os dois noivos não valiam um tostão. O marido, - representado por Alec Baldwin e o noivo medíocre ( Peter Saasgaard) - eram um desastre! Além do que, foi- se o tempo em que Baldwin era lindo e casado com a bela Kim Basinger. Hoje usa os cabelos pintados e está até adequado à breguice de seu personagem. O pior é quando o filme termina e ele continua com aquele penteado...
Quanto ao segundo pretendente, fraco e aliado às convenções, só uma mulher muito crédula poderia cair na sua conversa. Enfim, ninguém era inocente na história toda. Um verdadeiro massacre na cabeça do pobre espectador. Se pessoas sérias como Veríssimo encontram afinidades entre Blue Jasmine e Um Bonde Chamado Desejo, em que Marlon Bando destrói Vivien Leigh, desta vez Baldwin é apenas uma sombra do que foi Marlon Brando no auge de sua beleza e fama. Desta vez faltou tudo aquilo que Woody Allen tem feito com perfeição em sua carreira, humor! 




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

domingo, 17 de novembro de 2013

Cap. Phiillips

O personagem de Tom Hanks pode se transformar em verdadeiro ícone. Hoje, Marinalva estava no meio do verdadeiro dilúvio que tomou conta de Porto Alegre. O pior foi ter que voltar e fazer o caminho novamente por ter esquecido as roupas que deveria usar. Quando se desvencilhou da tranqueira, acelerou o carro. O Irinho voava , mandando água para todo lado, parecia uma lancha, quando sem querer molhou por completo um azulzinho vestido de amarelo, pode? E  Marinalva repetia em voz alta para si mesma:
- Não sou o Capitão Phillips, mas tenho lá a minha coragem!

Brincadeiras à parte, Capitão Phillips é um dos melhores filmes de 2013. Tom Hanks está muito, muito bom, você não consegue sequer imaginar. A emoção toma conta do espectador. Meu coração acelerou. Quando o capitão foi sequestrado, pensei: Só me faltava esta, morrer agora,  de emoção, na sala de cinema, vendo Tom Hanks. 

A história é verdadeira e conta o sequestro do navio Maersk Line Alabama, cujo capitão é sequestrado. 

Quatro somalis provocam o terror dentro do navio. Ao mesmo tempo nos perguntamos, como aqueles quatro esmirrados e subdesenvolvidos conseguiram enfrentar o todo poderoso EUA?

O enfrentamento transforma-se em risível espetáculo. Atrás da baleeira estava o navio Maersk, do próprio Phillips, outro enorme navio de guerra americano, anti pirataria, e muitos helicópteros girando. O clima de tensão vai num crescendo até se instalar o caos total no espacinho claustrofóbico da baleeira. Os tempos do filme são perfeitos e Tom Hanks está simplesmente maravilhoso. Óbvio Paul Greengrass faz um  filme para elevar aos céus a potência americana, embora não deixe de fazer uma sutil crítica: a verdadeira tropa de elite encarregada de salvar o Capitão é formada por um exército de brutamontes, verdadeiros robos com excesso de massa muscular.
Quanto  aos sequestradores, vilões da história, de fato são uns coitados, sem esperança e sem futuro. Tão magros que, provavelmente passaram fome na infância. A verdadeira barbárie seria a situação econômica e política que gera esse tipo de conflito. Aqui Greengrass mostra um filme maniqueísta, com o mau e o bom, mas Moses, o capitão dos bandidos passa a sentir admiração por seu sequestrado. Inevitável não é mesmo?  


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O conselheiro do Crime de Ridley Scott é amargo como fel. Hermético na narrativa o diretor pinta com tintas carregadas de ódio o mundo do crime sob todas as suas formas. É impiedoso com os fracos, com os indiferentes e com os incautos que se arriscam no tráfico de drogas e entorpecentes.
Cenas tórridas de sexo e violência são o tempero do filme. Mas precisava matar Brad Pitt daquele jeito?  Um dos poderosos do submundo fala com o anti-herói ( Michael Fassbender) e lhe diz mais ou menos o seguinte:
- Cada um de nós teve a liberdade para escolher o seu caminho. Todos nós estivemos diante de uma encruzilhada e por livre arbítrio escolhemos um rumo. No mundo do crime, principalmente, - e no mundo do dia a dia também- é impossível voltar atrás e refazer o caminho. O nosso mundo, aquilo que criamos para nós e nossos filhos é o resultado de uma construção feita por nós mesmos. E tudo o que é nosso e está sob o nosso poder vai desaparecer, no dia de nossa morte. Assim, as decisões que tomamos podem se refletir no futuro e o preço a ser pago será muito maior do que sequer imaginamos.
Esse é o recado do diretor.A história fala do advogado ( Michael Fassbender) , que está muito próximo de casar com sua noiva ( Penélope Cruz. Envolve- se com um cartel de drogas mexicano, que domina o tráfico de milhões de dólares. Seus contatos, experimentados bandidos, desaparecem rapidamente, quando as coisas não dão certo. Mal sabe ele o preço que terá que pagar. Além dos atores  citados, o filme conta com a participação de Javier Barden e Cameron Diaz.
Em tempo, em The Conselor vence o mal e Cameron Diaz está pior que a Malvina Croela. O diretor permite que o espectador se perca olhando os detalhes de seu rosto contorcido. Entendi, ela nunca se encaixaria na proporção áurea de Leonardo da Vinci. As proporções de seu rosto jamais atingiriam o ideal de beleza de Da Vinci. Cameron Diaz é feia mesmo! E nós pensávamos o contrário! Ceguinhos?