quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Planeta dos Macacos: O Confronto

La planète de Singes é um romance de ficção científica, publicado em 1963 pelo escritor francês Pierre Boulle. O Planeta dos Macacos: o Confronto é a sequência de Planeta dos  Macacos, a Origem. Dez anos depois, em 2016, a terra é devastada pela febre símia, em virtude de experimentos contra o Alzheimer. Vacinas teriam sido testadas em macacos,  que tornaram-se violentos, fugindo do cativeiro. O vírus ALZ-113 espalhou-se pela face da terra e os símios refugiaram-se na floresta de Muir Woods.
Surge uma sociedade de macacos, liderados pela força interior e o magnetismo de Caesar.  Como o próprio nome indica, Caesar significa estar investido de força e poder, remete ao título que os onze primeiros imperadores romanos receberam.  
Matt Reeves, o diretor,  talvez não tenha pensado, porém  considerando  que cada   obra se separa do autor para livre interpretação, ouso dizer que o mais interessante  em seu filme é o olhar de Caesar. Não por acaso, o filme começa e termina no olhar do personagem.
Serkis, o intérprete de Caesar, é famoso por entrar na ''performance capture'', onde inúmeros sensores são espalhados por seu corpo, registrando  seus movimentos e por que não, suas  emoções? Talvez o olhar penetrante não seja o de Andy Serkis, mas tem muito dele. 
O personagem, inspirado no chimpanzé Oliver, tem uma história emocionante. O primeiro viveu nos anos 70, bípede,  só queria conviver com seres humanos.
O nosso Caesar é igual, foi criado como filho por Will Rodman (James Franco, adoro James Franco!) e aprendeu a linguagem de sinais. Foi trancafiado com outros símios por ter atacado um vizinho, tentando defender o pai de Will. Este é o início do drama no primeiro filme.
Agora, o que sobrou da humanidade é um grupo de pessoas resistente ao vírus, mas que precisa recuperar coisas básicas da civilização, como o abastecimento de eletricidade.
Dreyfus (Gary Oldman) lidera o grupo, é um humano insensível que vê em Caesar apenas um animal.  Malcolm (Jason Clarke )  e Ellie (Keri Russell) são diferentes, conseguem entender que o grupo de Caesar é muito mais que isso. Dotados de inteligência superior, são mais que simples animais.
Após a descoberta dos macacos, o confronto se enrola em torno da busca pela usina hidrelétrica que precisa ser restaurada para fornecer eletricidade. 
O caráter de Caesar se expressa em seus desejos e preocupações: "Home, family and future". Aliás o tema e as três palavras, são quase uma chave para a felicidade, quem conquistá-los terá capturado a Fortuna. Vocês lembram-se do ET, de Spielberg? Ele chorava, apontava para o espaço infinito e pronunciava "home"!  
Como não poderia deixar de ser, o filme possui as suas cenas emocionantes, que envolvem "mother, father, family", preste atenção:
Uma delas mostra a integridade e amizade selada entre o homem e o macaco. A figura de Caesar, como líder é valorizada. Filmado de baixo para cima, significa a dignidade e o poder. E  o olhar! Ha, a melodia do olhar é a mesma dos filmes de antigamente, de John Ford, quem sabe? Alguém notou que o olhar de Caesar é o mesmo dos mocinhos de bang- bang? Como o olhar de Gregory Peck, do homem honesto, sábio e acima de qualquer suspeitas? Caesar aperta a mão de Malcolm afirmando o compromisso entre os dois para salvar a humanidade. O movimento das mãos, dos braços e da cabeça, quando volta-se para trás valoriza a sua figura.
Outra cena cativante é o momento em que o macaquinho, filho caçula de Caesar salta para o colo de Ellie. De rasgar o coração, é a outra cena em que Caesar descobre a filmadora e, em uma homenagem ao cinema, vemos  a cena de Will ensinando Caesar a linguagem de sinais.
Finalmente, a cena clássica do cinema, quando o mocinho ou o bandido ficam pendurados no abismo. Desta vez, Caesar compreende, que de nada valeu seu mandamento de que "Macaco não Mata Macaco", como verdadeiro juiz, não poupa Koba de seu destino final. 
O próprio líder reconhece seus erros e afirma que somos responsáveis por nossas escolhas! E me digam, se este filme não é lindo?  E tem tudo a ver conosco e com nossa civilização! 
Cuidem, os olhares de Malcolm e Caesar disputam, celebram e cantam a verdadeira melodia do olhar, até a cor dos olhos é semelhante. Mas força, tenacidade e liderança verdadeiros, encontramos na primeira e na última cena: os dois enormes olhos esverdeados de Caesar.




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