sábado, 20 de fevereiro de 2016

O Regresso

Precisei assistir  duas vezes a O Regresso. Conclusão, realmente o filme do mexicano Alejandro González Iñarritu é muito bom. Em um primeiro momento poderíamos pensar que narra apenas o retorno doloroso do personagem Glass, sem grandes conflitos. Não é verdade, O Regresso mostra os limites de resistência do ser humano em luta pela vida e pela dignidade. O Regresso conta a história verdadeira de Hugh Glass, um caçador de peles, que foi abandonado semi morto por seu companheiro de aventuras John Fitzgerald (Tom Hardy). 
O diretor escolheu um cenário belíssimo, gélido e da mais difícil sobrevivência. Leonardo DiCaprio foi submetido às mais dolorosas condições de trabalho. A temperatura atingia verdadeiros 40 graus abaixo de zero. A paisagem do Alaska é fascinante e assustadora. A   história é verdadeira e se baseia em um romance de Michael Punke. Em 1823, no Velho Oeste, uma  expedição do exército deve caçar e carregar peles. Glass faz parte do grupo, juntamente com o filho Hawk ( Forrest Googluck). 
Desde o início estão presentes as ideias de companheirismo, amor paterno, compaixão, e generosidade ou sua ausência completa. O personagem de Tom Hardy mostra esta última em sua incapacidade de partilhar a vida, dominado  pela enormidade do mal, alguém capaz de matar sem jamais sentir remorso. Temos também,  o medo da morte, desejo de vingança e instinto de sobrevivência.
De início Fitzgerald mostra a que veio, provoca Glass, afirmando que seu filho índio é um selvagem, que não merece consideração. Logo, logo, vem a luta pela sobrevivência quando Glass é atacado pela ursa. O animal era uma fêmea, cuidava de dois filhotes. O ataque é violento e foi uma das poucas cenas criadas pelos realizadores, sem enfrentamento direto com a natureza. Quando DiCaprio está com o rosto, face a face, com o monstro recebe uma lambida, a ursa prova o seu sangue. Ataca uma vez, pára, volta uma segunda vez e na terceira leva o tiro e as facadas. Finalmente, cai sobre o corpo dilacerado do caçador.
O sofrimento do personagem está apenas iniciando, o grupo é liderado por um homem integro, mas frágil, (Domhnall Gleeson), que decide deixar dois homens acompanhando Glass em seus momentos finais. Os exploradores estão seguros que ele sobreviverá apenas algumas horas. O ato criminoso de Fitzgerald é quase inacreditável, intimida o jovem companheiro Bridger (Will Poulter), abre uma cova para enterrar Glass, ainda vivo, não satisfeito dá uma punhalada mortal em seu filho. 
Assim, o sofrimento do herói é quase insuportável, impotente , assiste à morte do próprio filho, e tal qual uma Phenix, renasce, cheio de ódio e desejo de vingança. 
Não é somente Glass que sabe e conhece o medo de seu inimigo Fitzgerald. Coberto de experiência ele sabe que renasceu das cinzas, que morreu uma vez, deixou de temer a morte  e vai cumprir seu desejo de vingança. 
Bonito no filme é a trajetória do herói, em seu renascimento. Cruza com personagens diversos que lhe dão lições de vida como índio, que lhe ensina que a vingança deve permanecer nas mãos de Deus.
Assista a este belíssimo filme e torça para que Leonardo DiCaprio ganhe seu merecido Oscar!

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