sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Preço da Traição (Chloe)

Julianne Moore está surpreendente no remake "O Preço da Traição". O original é um filme francês "Nathalie X" (2003) com Fanny Ardant, Emanuelle Béart e Gérard Depardieu. Se o filme francês é um drama intimista, a versão americana não é menos dramática, porém o tom é mais leve, até por conta do décor e dos atores. No original a prostituta é uma mulher mais velha e trabalha em um lugar decadente. Em "Chloe", é a jovem bela e sexy Chloe (Amanda Seyfried). Os atores circulam em casas minimalistas, que empregam contrastes de cor, branco e marrom, no piso, somados a detalhes de obras abstratas, que seguem as idéias das vanguardas européias. Tudo é belo e sofisticado, tanto interiores, como exteriores. O filme é dirigido por Atom Egoyan, um diretor canadense de origem armênia. A jovem atriz Amanda Seyfried teve sucesso como a garota ingênua, em Mama Mia. O desafio de fazer uma mulher fatal ficou para "Chloe".

Catherine (Julianne Moore) é casada com David (Liam Neeson), um professor e compositor de música, que se dedica de corpo e alma a seu trabalho.

O casamento está desgastado, Catherine desconfia do marido. É abordada pela jovem Chloe, que faz programas com homens ricos. Catherine em sua insegurança e paranóia - este também poderia ser o nome do filme, bem feio é verdade - faz uma proposta indecente para a jovem, um acordo financeiro para que Chloe seduza seu marido. Catherine deseja testar a fidelidade do companheiro. No fundo ela sabe que David a trai. Só não sabe o quanto é traída. Daí a paranóia toda.

As duas passam a ter encontros secretos. Chloe revela em detalhes suas supostas aventuras eróticas com David. O clima de sensualidade e erotismo aprofunda-se. Catherine, sem saber, trai, sem dar-se conta envolve-se no clima de sensualidade proposto por Chloe. Para esta, o encontro amoroso homossexual não faz diferença, sua vida é sexo e suas aventuras podem ser homo ou hetero, não tem a menor importância. Seus valores são outros, ou melhor sua falta de valores explica seu comportamento. Chloe deseja escandalizar mesmo. Para vingar-se de Catherine seduz seu filho. Para Catherine, a revelação do encontro homossexual coloca sua vida e casamento em risco. Julianne Moore como sempre está muito bem, é uma grande atriz. Liam Neeson que durante as filmagens perdeu a mulher, Natasha Richardson, morta devido a um lamentável acidente de esqui, meio que some do filme. Bem tudo tem sua explicação.

O final não parece bem resolvido. É o clichê de sempre. Catherine revela a outra que existe dentro de si. Não apenas guarda com muito cuidado o prendedor de cabelos que Chloe lhe dá de presente, como usa-o para prender os cabelos em dia de festa... Ora, vejam só, nada foi esquecido, ela amou Chloe e muito... Daí a comoção que o filme provoca.


Um comentário:

  1. O filme é bom, depende do olhar de cada um. Temos a solidão, a desconfiança, o filho adolescente rebelde sem causa.Bem gente vamos deixar o final de lado.Vamos nos ater aos pequenos e bons detalhes . Os olhos de Chloe falam,prestem atenção como eles se enchem de de água, de brilho , de alegria, de raiva . O olhar de súplica de Amanda (Chloe ) para a Catherine é belíssimo, Olhem as mãos quase se tocando , no banheiro , olhares que se cruzam.Ela,Chloe,não estamos aqui para entender as emoções humanas tão surpreendentes, por alguma carência fica tão ligada a Catherine, senão me engano , quando o filho de Catherine fala da sua página da Internet , ela nota que há o retrato de Catherine,coisa que nem o filho notou.Quando ela pede para ver a casa deles, ao que me parece ela quer se sentir próxima de Catherine, olhando suas roupas, seus sapatos, já que não pode ficar com ela quer ficar com o filho, pois na sua fala final, ela diz que tudo nele vem dela, a boca, etc, daí transar com o garoto. Vale pela trilha musiscal temos a banda canadense Raised by Swans.As cenas foram rodadas em Toronto, daí uma oportunidade de passearmos por Toronto, no restaurante The Rivoli, Café Diplomatique.Fora a casa da família que é uma espetáculo de arquitetura à parte! Não esqueçamos do jogo de espelhos,vidraças, que o diretor usa em várias cenas, uma característica do diretor do filme! Este filme vale pela riqueza no jogo de emoções, na elegância e beleza das duas atrizes.É uma filme que fala da solidão e carência das pessoas, de duas mulheres que por um ocaso de destino se encontram e ficam de alguma forma ligadas. Não achei o filme parecido com Atração Fatal, pois Chloe não está obcecada por Catherine, ela gosta de Catherine.!Gostei do filme, há sensualidade sem se tornar lugar comum ou vulgar!

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