Ridley Scott o grande diretor de "O Gladiador "e "Rede de Intrigas" saiu do sério, como dizem aqui no Rio Grande e fez um filme melhor ainda! "O Gladiador" era um bom filme, porém, quando Scott foi obrigado a recriar todo o Império Romano - fiquei sabendo no "making off"- o grande público no Circo Máximo era representado sob a forma de minúsculos alfinetes. Tudo eram efeitos especiais. Não consegui tirar essa imagem da cabeça. Além do que, também nunca esqueci as imagens de Kirk Douglas e Jean Simmons no inesquecível "Spartacus", de Stanley Kubrick. A cena da luta entre Kirk Douglas e o negro Woody Strode, sempre fez parte de minhas lembranças. Assim não me entreguei para "O Gladiador" de Ridley Scott. Mas "Robin Hood" é outra coisa. É um filme muito bom. O diretor tem a paisagem de seu próprio país para contar a história. Aliás, uma paisagem belíssima. E como inglês, faz uma pequena provocação aos franceses mostrando seu filme no primeiro dia do Festival de Cannes.
Russel Crowe tem carisma e faz o perfeito Robin. Se não é "o atleta", de qualquer forma está muito bem nas cenas de ação. Nem lembra o físico descuidado do jornalista de cabelos longos de "Intrigas de Estado" (post aqui).
A história pode ser pura ficção, não importa, mostra que o Rei Ricardo Coração de Leão não é puro heroísmo como reza a lenda. Um de seus soldados, Robin Longstride, quando se vê aprisionado e torturado pelas forças reais, desiste de qualquer aliança com o soberano. Quando por uma ironia do destino, fica de posse da coroa do Rei, se vê obrigado a comunicar à rainha mãe, Eleanor, a morte do filho Ricardo. Em suas aventuras encontra o cavaleiro, Lord Robert Loxley, à morte. O moribundo encarrega-o de entregar a própria espada a seu pai, Lord Walter Loxley, interpretado por Max Von Sydow. O grande ator de Ingmar Bergman tem um de seus melhores papéis em Robin. É emocionante a cena da cremação do velho pai. Quando todo filho se pergunta se fez ou não fez a coisa certa cremando seu pai. Rolam as lágrimas...
Uma das chaves do filme é o tema do amor entre pai e filho. Ridley Scoot nos fala sobre os sentimentos de um filho que se sente abandonado pelo pai. Acredita que seu pai nunca o amou. Fala do amor desinteressado e puro do pai adotivo, Lord Loxley, que ajuda Robin a buscar a verdade dentro de si mesmo. Fala desse outro pai que o incentiva a relembrar o sofrimento, perda e morte do pai, quando era apenas um menino. Lord Loxley é um homem de espírito forte. Também é apenas um velhinho, fraco e cego, não menos corajoso. Ele permite que Robin veja o mundo sob outra forma. A relação entre os dois é de uma beleza ímpar.
Há poucos dias li que um professor da Usp fala sobre filmes que provocam uma espécie de êxtase cinematográfico no espectador. Deve ser isso que o público sente nas cenas de batalha, quando todos os ingleses se unem para vencer o inimigo comandado pelo Rei Felipe II. Sabemos que "Robin" é um filme maniqueísta, não importa, vibramos com Lord Logstride, na batalha em que precisa vencer o inimigo. São poucos segundos, parecem-nos uma eternidade. Robin precisa vencer o traidor Godfrey (Mark Strong), que trás a marca da maldade no próprio rosto, e salvar Marion. Ela quase sucumbe sob as águas do mar. As cenas são belíssimas. As gotas de água cegam o espectador como uma chuva de prata. Movimento, ação e água, sob a forma de riscos de prata. Finalmente a cena definitiva. Robin prepara-se para acertar o inimigo. A sequência é cuidadosamente estudada. Aparece o arco com a ponta da flecha em primeiro plano, as mãos do herói se preparam. O olho mira o alvo. À distância Robin atira a flecha para cima. Acompanhamos sua trajetória. O inimigo cavalga na praia, à distância, afastando-se. Seu destino está traçado. Nada mais segura a flecha. Isso é o que entendo como o êxtase que o filme nos provoca. Sabemos todos os sacrifícios que o herói terá que passar e o acompanhamos felizes.
Tão maravilhosa quanto a Varínia de Spartacus, é Cate Blanchett, como Marion. A relação entre os dois tem início quando Robin vêm entregar a espada do filho morto, para o pai, Lord Loxley. Marion era casada com o filho de velho. Por sugestão do então pai, Robin assume a identidade do morto, transforma-se no marido de Marion. Aí começam as deliciosas cenas de gato e rato. As cenas de sedução entre o casal que precisa dormir no mesmo quarto. Afinal, não são marido e mulher? Todo diretor de cinema sabe que esse tema rende. As espectadoras adoram! Funciona com mulheres dos 13 aos 64, com certeza! Elas sentem-se como a própria Marion! hi! hi! hi! Embora se recusem a confessar.
O original no filme de Ridley Scott é que sua história é anterior à lenda. O Robin que está em cartaz em sua cidade tem início muito antes de toda a lenda de Robin Hood, quando o fraco Rei João Sem Terra o declara um fora da lei. A força e a luta de Robin contribuem para que o Rei assine a Carta Magna, que é considerada o início da Monarquia Constitucional. O prefeito movimenta-se para pendurar o cartaz em uma árvore. Uma flecha ligeira arranca a folha de papel de suas mãos e a crava na árvore!
Aí tem início a lenda de Robin Hood!
Russel Crowe tem carisma e faz o perfeito Robin. Se não é "o atleta", de qualquer forma está muito bem nas cenas de ação. Nem lembra o físico descuidado do jornalista de cabelos longos de "Intrigas de Estado" (post aqui).
A história pode ser pura ficção, não importa, mostra que o Rei Ricardo Coração de Leão não é puro heroísmo como reza a lenda. Um de seus soldados, Robin Longstride, quando se vê aprisionado e torturado pelas forças reais, desiste de qualquer aliança com o soberano. Quando por uma ironia do destino, fica de posse da coroa do Rei, se vê obrigado a comunicar à rainha mãe, Eleanor, a morte do filho Ricardo. Em suas aventuras encontra o cavaleiro, Lord Robert Loxley, à morte. O moribundo encarrega-o de entregar a própria espada a seu pai, Lord Walter Loxley, interpretado por Max Von Sydow. O grande ator de Ingmar Bergman tem um de seus melhores papéis em Robin. É emocionante a cena da cremação do velho pai. Quando todo filho se pergunta se fez ou não fez a coisa certa cremando seu pai. Rolam as lágrimas...
Uma das chaves do filme é o tema do amor entre pai e filho. Ridley Scoot nos fala sobre os sentimentos de um filho que se sente abandonado pelo pai. Acredita que seu pai nunca o amou. Fala do amor desinteressado e puro do pai adotivo, Lord Loxley, que ajuda Robin a buscar a verdade dentro de si mesmo. Fala desse outro pai que o incentiva a relembrar o sofrimento, perda e morte do pai, quando era apenas um menino. Lord Loxley é um homem de espírito forte. Também é apenas um velhinho, fraco e cego, não menos corajoso. Ele permite que Robin veja o mundo sob outra forma. A relação entre os dois é de uma beleza ímpar.
Há poucos dias li que um professor da Usp fala sobre filmes que provocam uma espécie de êxtase cinematográfico no espectador. Deve ser isso que o público sente nas cenas de batalha, quando todos os ingleses se unem para vencer o inimigo comandado pelo Rei Felipe II. Sabemos que "Robin" é um filme maniqueísta, não importa, vibramos com Lord Logstride, na batalha em que precisa vencer o inimigo. São poucos segundos, parecem-nos uma eternidade. Robin precisa vencer o traidor Godfrey (Mark Strong), que trás a marca da maldade no próprio rosto, e salvar Marion. Ela quase sucumbe sob as águas do mar. As cenas são belíssimas. As gotas de água cegam o espectador como uma chuva de prata. Movimento, ação e água, sob a forma de riscos de prata. Finalmente a cena definitiva. Robin prepara-se para acertar o inimigo. A sequência é cuidadosamente estudada. Aparece o arco com a ponta da flecha em primeiro plano, as mãos do herói se preparam. O olho mira o alvo. À distância Robin atira a flecha para cima. Acompanhamos sua trajetória. O inimigo cavalga na praia, à distância, afastando-se. Seu destino está traçado. Nada mais segura a flecha. Isso é o que entendo como o êxtase que o filme nos provoca. Sabemos todos os sacrifícios que o herói terá que passar e o acompanhamos felizes.
Tão maravilhosa quanto a Varínia de Spartacus, é Cate Blanchett, como Marion. A relação entre os dois tem início quando Robin vêm entregar a espada do filho morto, para o pai, Lord Loxley. Marion era casada com o filho de velho. Por sugestão do então pai, Robin assume a identidade do morto, transforma-se no marido de Marion. Aí começam as deliciosas cenas de gato e rato. As cenas de sedução entre o casal que precisa dormir no mesmo quarto. Afinal, não são marido e mulher? Todo diretor de cinema sabe que esse tema rende. As espectadoras adoram! Funciona com mulheres dos 13 aos 64, com certeza! Elas sentem-se como a própria Marion! hi! hi! hi! Embora se recusem a confessar.
O original no filme de Ridley Scott é que sua história é anterior à lenda. O Robin que está em cartaz em sua cidade tem início muito antes de toda a lenda de Robin Hood, quando o fraco Rei João Sem Terra o declara um fora da lei. A força e a luta de Robin contribuem para que o Rei assine a Carta Magna, que é considerada o início da Monarquia Constitucional. O prefeito movimenta-se para pendurar o cartaz em uma árvore. Uma flecha ligeira arranca a folha de papel de suas mãos e a crava na árvore!
Aí tem início a lenda de Robin Hood!
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