quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vips

O filme estrelado por Wagner Moura em minha opinião recebe 4 estrelinhas. Além do que, rever o ator na telona é uma ótima experiência. Wagner Moura é convincente nos mais diversos papéis e sempre ganha a simpatia do público. Virou símbolo como o Capitão Nascimento de "Tropa de Elite". Não é menos simpático como o Joaquim, de "Saneamento Básico".

Em "Vips", seu personagem é muito humano. Nas primeiras cenas, de imediato, conquista a simpatia do público. É claro que muito disso deve-se ao carisma do ator. Se a história de Marcelo é um drama, durante a projeção nos surprendemos rindo das aventuras e piadas do personagem, um mentiroso contumaz. Secretamente o espectador inveja sua vida de aventuras, embora, da mesma forma que ele, morra de medo com a simples idéia de cruzar o limite que separa o cidadão, do infrator.

"Vips" tem muitos pontos em comum com "Prenda-me se for capaz". Ambos contam histórias verdadeiras. Leonardo Di Caprio está ótimo como o golpista, falsificador de cheques que consegue o apoio e amor paterno de Tom Hanks. Mas o Marcelo, o Carrero, o Constantino ou o Juliano de "Vips"não ficam atrás. Arrisco-me a dizer que Wagner está em uma fase melhor que Di Caprio, pois este parece ter engordado alguns quilos. Acho que não pratica nenhum tipo de atividade física. Assim, fica somente o seu talento como ator, o visual perde um pouco. Vejam só, se não tenho razão? Leonardo é apenas dois anos mais velho que Wagner. O primeiro nasceu em 1974 e o segundo em 1976.

O filme conta a história de Marcelo, um jovem, filho de um aviador e de uma cabeleireira. Da mesma forma que o personagem de Di Caprio tudo o que Marcelo precisava era do amor, do apoio e do incentivo da família. Aliás, isso é tudo de que os jovens precisam. Relacionamento entre mãe e pai não havia. Quem sabe foi um amor fortuito e o pai nunca assumiu verdadeiramente o filho? A única coisa que importa para Marcelo é impressionar o pai. Quer ser aviador, uma pessoa importante como ele. Mas tirar um brevê de piloto é algo quase impossível para o garoto. Afinal - como sempre digo - pai que é pai tem que custear os estudos do filho. O de Marcelo somente dizia que o filho deveria começar por baixo. De fato, Marcelo começa por baixo, mas foi ficando tão por baixo... tão por baixo... Tão sem amor e orientação... O único pai que lhe deu apoio foi o velho senhor traficante paraguaio, deu o que podia dar, um apoio de traficante. Na falta de um pai, foi o que sobrou.

Genial é o personagem, a interpretação de Wagner Moura. Não dá para conter o riso quando ele se transforma em Carrero, o aviador que aprontava no Paraguai. Nesse momento nosso herói consegue realizar alguns sonhos, como o de transformar-se em Renato Russo, cantando nos lugares mais esculachados, mas cantando que nem o ídolo. Ou ainda enviando, secretamente, dólares para a mãe.

O cabelo é um barato, pintado com um louro de água oxigenada. Aliás o cabelo de Wagner Moura é parte de seu sucesso. Conforme o personagem, em "Vips", o diretor faz os penteados mais exdrúxulos e engraçados. Pois afinal, Marcelo vive muitas vidas. Não consegue conter-se, inventa novos personagens, nem sabe mais quem é! Chama-se Marcelo, ou Carrera, o super aviador que usa o boné vermelho? A moda que usa na fronteira do tráfico é muito brega. Tanto, que suas bermudas cafonas quase o denunciam, quando se faz passar por Henrique Constantino, o irmão dono da Gol.

O filme é muito bom e provoca aquele nó na garganta quando termina. Causa uma profunda tristeza.... Parabéns para o diretor Toniko Melo pela obra prima. E o verdadeiro Marcelo? Conseguiu sobreviver? Espero que sim...


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