O filme de Jodie Foster é instigante. Walter, o personagem vivido por Mel Gibson é tomado pela depressão. As causas são desconhecidas e o tratamento com o dr. Macy é abandonado. Em seu drama, Walter atinge sua mulher e filhos. Meredith (Jodie Foster) é uma engenheira que tenta superar os problemas envolvendo-se com o trabalho. O filho caçula torna-se um menino calado. Não se comunica na escola e é jogado na lixeira pelo colega de aula. O mais velho faz um levantamento dos 51 ítens característicos da personalidade do pai, que ele teme possuir, mas nega profundamente. Ninguém acredita na recuperação de Walter, pelo menos, não o espectador. O depressivo pode causar estranheza em sua profunda falta de alegria. Não se alegra por nada nesta vida, nem que seja pelo sol que se levanta cada dia? Como pode ser isso? O filme de Jodie Foster coloca questionamentos que podem contribuir para a compreensão da doença e para que o depressivo seja visto com menos preconceito. Mas, e os que usam a depressão como álibi para não fazer o que deve ser feito ou para serem mal educados e grosseiros? Tema delicado... Jodie Foster além de excelente atriz é competente na direção. É imbatível quando demonstra tensão na maneira de falar e no cerrar de dentes. Mel Gibson que anda enfretando a rejeição de meio mundo por seus maus modos se reabilita, na telona, pelo menos. Afinal ninguém esquece o adorável Mel, o colírio para os olhos, e ainda por cima, com profundos olhos azuis e um doce sorriso quando "ouvia" o pensamento das mulheres em " Do que as mulheres gostam" e tantos outros bons filmes. Walter encontra uma forma de comunicar-se e enfrentar o mundo através de um mediador representado pelo fantoche de um Castor, sua personalidade se desdobra. Castor provoca profundo mal estar no espectador, e em Meredith. É o outro Walter que intervém para salvar Walter. Sem auxílio médico, ele encontra a forma para não sucumbir. Mel Gibson é novamente o grande ator. Com voz cavernosa, dá vida ao próprio braço, toma banho e dorme com o fantoche. A recuperação acontece rápida, mas é superficial. Castor, feio e dentuço assume seu outro eu, mas não consegue transmitir a Walter a serenidade necessária para enfrentar os próprios problemas: a rejeição do filho, por exemplo. Castor exaspera, não pára de falar! A tensão é limite! É preciso silenciá-lo..."Um novo despertar" é um filme doloroso e difícil. Até por isso me senti aliviada quando o filho mais velho e a namorada literalmente roubam a cena colocando a grande verdade, seus dramas e anseios no discurso de formatura. Afinal, se o pai precisa de apoio, a vida dos filhos deve ir adiante.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
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