"Planeta dos Macacos: a Origem" é um dos melhores filmes de 2011. Extremamente envolvente, não nos dá tempo para respirar ou sentir o tempo passar. O genial é o contato entre seres humanos e símios, capazes de desenvolver uma inteligência que nos deixa perplexos. Emociona também o amor que se desenvolve entre homem e macaco, se é que podemos chamar Caesar dessa forma. Deixa de ser animal para transformar-se em ser inteligente, que desafia o homem.
Rupert Wyatt é o diretor. James Franco interpreta o cientista Will Rodman - que nesta versão é muito jovem, outro sinal dos novos tempos! Trabalha em uma empresa que pesquisa a cura de doenças degenerativas. O novo medicamento ALZ 112 poderá ser aplicado em seres humanos para a cura do Alzheimer. Eu que adoro James Franco só poderia gostar ainda mais do filme! Testado em animais, paralelamente o produto desenvolve a inteligência. De início, os macacos são sacrificados devido a uma fuga. Entre eles está uma fêmea prenhe. Milagrosamente o filhote é salvo e resgatado por Will. Como um verdadeiro pai, o cientista adota o filhotinho. Embala o pequeno nos braços e o leva para casa. Essa cenas iniciais são de uma doçura incomparável. Lembram o filme "Greystoke: The legendf of Tarzan, de Lord of de Apes ", quando o belo Christopher Lambert faz o papel do homem criado pela macaca. Greystoke volta à civilização, mas não consegue adaptar-se à hipocrisia da sociedade londrina do século XIX. Quando a mãe macaca morre, o grito de dor e desespero de Tarzan é inesquecível. Assim, quando Caesar consegue segurar a mamadeira, igual a uma criança, com um dia de vida, o espectador sabe o que está por vir. Óbvio ele se transformará no poderoso Caesar. Como o próprio nome simboliza, tão forte quanto o grande guerreiro e imperador romano. E aqui tem início uma sucessão de erros que culmina com a revolta e separação entre homens e símios.
Will tenta salvar o pai, Charles (John Lithgow), que sofre de Alzheimer. Caesar, interpretado por Andy Serkis, passa a fazer parte da família. Charles liga-se cada vez mais a ele, melhora com sua presença e com o tramento experimental. Mas a situação é insustentável. Caesar crescerá e desenvolverá seu poder. O inevitável confronto com humanos preconceituosos aconteceria um dia. Caesar agride o vizinho, em defesa de Charles. É encarcerado em um zoológico de quinta categoria, assim, uma espécie de campo de concentração nazista para animais. Thomas Andrew Felton, funcionário do zoo, é o protótipo do homem errado, mau e equivocado. Merece o destino que o diretor lhe reserva, já que temos um filme maniqueísta. E Caesar descobre da pior forma que os macacos unidos tornam-se fortes e poderosos.
Quando Will, como um pai amoroso o convida a voltar para casa, responde: " Eu estou em casa". E o bando se apodera da floresta de sequóias. Do topo das árvores observam a paisagem da New York que se descortina, uma cidade a ser conquistada. Caesar não precisa mais de braços compridos, que em determinado momento da evolução serviam para movimentá-lo e saltar entre as árvores. Agora como o homo erectus, Caesar caminha com suas poderosas pernas. Usa a inteligência para dominar a terra. Aguardem a próxima versão de Planeta dos Macacos, que ocorrerá após a contaminação da terra por via aérea. O globo terrestre é iluminado pela rede interminável de vôos que forma a terrível cadeia de contaminação. Sentiram que a trilha sonora de Patrick Doyle, dramática, não dá descanso ao espectador? Vai num crescendo a anunciar um tempo, em que uma nova inteligência poderá dominar a terra. Caesar não faz nada sem pedir permissão ao pai, como quem pede licença para crescer. Em sinal de submissão, a mão aberta e voltada para cima é tocada pela mão do pai que o criou, como a mão de Deus, pintada por Michelangelo, criando Adão. Foi nesse dia que o homem pensou que era Deus. Assim o cientista toca a mão de Caesar, que estendida, aberta em concha, e voltada para cima o liberta da tutela do homem.
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