Desta vez Meryll Streep está imbatível. Quem reclamou dela em " A Dama de Ferro" não está mais aqui. A dama do cinema aparece com o mesmo visual que deve ter na vida real. Aliás parece um pouco mais velha do que seus sessenta e dois anos. Meryl Streep - se é que é verdadeiro - é dessas mulheres que há muito tempo assumiu rugas e sinais da idade. É verdade, poderia emagrecer um pouquinho, será pela personagem? Kay (Meryll Streep) é uma mulher a um passo de ser classificada na terceira idade. E isso não tem volta, é uma barra! Com cintura grossa, anquinhas, rugas e um vestido rodado e curto! Ai meu Deus! O batom levemente fora do lugar, com rugas verticais que cortam os lábios... O visual de Kay não recomenda. E ainda para o cúmulo, é uma senhora insatisfeita com seu casamento de 31 anos. "Quem me dera ter um casamento de 31 anos"! É o que muitas mulheres diriam, não é verdade?
O marido Arnold é interpretado por Tommy Lee Jones. O ator está tão bom quanto Meryll. Não... ela está um pouquinho melhor. Enfim, Arnold, antes de mais nada, virou um velho rabugento, com uma barriga proeminente, igual a todos os senhores idosos que circulam pela cidade, pelas ruas, pelas academias, enfim por todo lugar e por toda Porto Alegre. Um horror. Sempre me pergunto, quem fica mais feio? Eles que não se cuidam, ou elas? Ainda não encontrei a resposta... Mas com certeza, Arnold é um senhor do tipo que faz as outras mulheres pensarem: " Credo ainda bem que esta criatura não é meu marido! Se é para ter um marido assim, é melhor ficar sozinha!"
O fato é que Kay ama seu homem. Porém descobre que seu casamento no momento é um completo fracasso. Ele, como muitos homens se nega a enxergar um palmo diante do nariz. Kay sabe que seu casamento chegou no limite. Ou tenta resolver o problema, ou é melhor acabar com tudo de uma vez. Arnold com sua barriguina e com grandes óculos que escondem o rosto, pensa que basta ter filhos criados e sustentar a casa, para que a harmonia reine no lar. Sexo, nem pensar, ele e Kay vivem que nem operários dividindo um barracão de trabalho, como afirma o psquiatra Dr. Feld (Steve Carrell), a quem Kay recorre como última opção.
Para Arnold a vida vira um inferno, com o tal psiquiatra de casais. Para ele é inaceitável discutir seus medos e problemas mais íntimos com um estranho. O psiquiatra dá tarefas que o casal deve cumprir, como etapas para uma recuperação amorosa. Aos poucos Kay e Arnold descobrem que as mágoas, os ressentimentos foram causados por ambos. Um sonhava com coisas que pensava ser uma verdadeira transgressão, que o outro não aceitaria jamais. O outro por sua vez, nem sonhava em tudo que seu companheiro gostaria de fazer em termos de sexo. Assim, sonhos e desejos foram ficando para trás... Cada um passou a viver fechadinho em seu quartinho. Nem sabiam o que era tocar um no outro. O roteiro, as falas caracterizam com perfeição a crise do casal. Igual a todos os dramas que devem estar acontecento neste momento com milhares de casais, no mundo inteiro.
E o diretor sabe muito bem o que é isso. É de arrepiar quando as tentativas fracassam... Quantos casais se viram na tela? E quantas mulheres tiveram a coragem de Kay, de botar para quebrar e tentar sob todas as formas resgatar a sua vida conjugal? Quantos casais desistiram antes e terminaram tudo para viver uma vida de solidão e ressentimento, lutando na justiça por guarda de filhos, por pensões alimentícias irrisórias ou tendo ainda que recorrer à prisão do ex-marido? Deus, quanta miséria e mediocridade... Não é bom nem pensar. Por isso mesmo é que você deve adotar Kay como a sua heroína da semana! Vá ao cinema, assista às belíssimas interpretações de Meryll Streep e Tommy Lee Jones e veja se não tenho razão!
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