O Último Elvis, dirigido por Armando Bo nos faz pensar nos limites da alma humana. Até onde vai o sonho e a loucura. Minha amiga Marinalva, não tanto quanto Carlos Gutiérrez (John McInerny), sempre amou Elvis Presley. Esse amor vinha desde a adolescência. Porém, chegou um momento em que pensou:- Deus meu, todo mundo acha cafona gostar do Elvis... Então, devo ser mesmo muito brega!
Tudo isso seria somente porque o ídolo ficou decadente na fase final de sua vida? Mas decadência? Só se for física... Para Marinalva e para Carlos Gutiérrez, Elvis era um Deus, muito melhor que os Beatles.
Carlos Gutierrez era cover de Elvis, imitava-o com perfeição. Acreditava piamente que era um predestinado. Acreditava que era Elvis Presley. Aí terminam as coincidências com as predileções de Marinalva.
Armando Bo mostra com perfeição a vida do pobre coitado, em alguma cidade da Argentina. O cotidiano de Guttierrez é muito, muito medíocre, muito pobre. Durante o dia trabalha numa fábrica. Alienado de seu trabalho, sempre está ouvindo Elvis, com seus fones de ouvido. À noite, vive a vida Elvis e acredita que é Elvis.
Em uma coisa Marinalva e muitos concordam. A voz de Gutiérrez é linda e lembra muito a de Elvis quando ele canta Unchained Melody: Oh... My love, my darling, I've hungered for your touch, a long, lonely time...
A insanidade toma conta de Carlos. Mesmo tentando ser um bom pai, não convence a filha, nem a ex-mulher. Quando as duas sofrem um acidente, Carlos assume o papel de pai e agrada à menina Lisa Marie (Margarita Lopes) - que recebeu o mesmo nome da filha de Elvis. Mas a loucura corre solta. Carlos acredita ter um grande destino a cumprir, que seu grande sucesso está por acontecer. Quando completa 42 anos, a idade em que Elvis morreu, precisa cumprir o seu destino...
Marinalva somente lamentou Carlos não cantar sua balada preferida, Love me Tender...
Love me tender,
Love me sweet,
Never let me go.
You have made my life complete,
And i love you so
Dá-lhe Elvis, I love you!
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