sábado, 2 de maio de 2015

Em um Pátio de Paris

Em um Pátio de Paris ( Dans la Cour)

Antoine (Gustave Kevern) não consegue levar a vida adiante, sofre de insônia, apático, não se importa com nada, a não ser conseguir um lugar para trabalhar. Demitido,  busca uma vaga como zelador no prédio onde Mathilde ( Catherine Denéuve ) vive com o marido. Todos passam pelo pátio central, onde nada é bonito, tudo mal cuidado. Mas ela está ocupada demais atendendo ao telefone, sem parar. Seria uma senhora muito ocupada?  Talvez, mas o tempo irá demostrar que não é somente Antoine , o zelador, o problemático!
Assim começa a trajetória e o encontro entre os dois personagens. De início Pierre Salvadori faz uma narrativa bem humorada, cheia de graça, irônica e debochada. Antoine não sabe dizer “não” para ninguém. Sem especialidade alguma, seu trabalho é fraquinho como ele, embora na aparência seja um homem forte. O fato é que todos os moradores aprovam o trabalho do novo zelador!
Salvadori mostra que ele não é o único com problemas,  atende em sequência a uma coleção de malucos! Às vezes surgem personagens tão fora dos trilhos, que ao invés de parecerem “os três patetas”, parecem os “muitos patetas”! O humor é sutil e inteligente!
Se o  vizinho do segundo andar reclama dos uivos e ruídos à noite. Antoine descobre que é o próprio reclamante que, no mesmo horário, abre a janela  e começa a uivar!
A sequência de gags prossegue, a mais engraça é a que caracteriza os problemas de Mathilde. Inconformada com o papel de parede que o marido mandara Antoine colocar para esconder as fissuras, ela rasga tudo, quer conferir  o problema novamente. Mesmo depois dos técnicos terem afirmado que os prédios não tinham problemas estruturais, espalha pela cidade que foram construídos sobre um aterro de xisto.
Algo está errado com Mathilde, os problemas  se agravam, Antoine é o único que a compreende e lhe  dá apoio.  O próprio não consegue esconder sua dependência das drogas, único alívio imediato para o que não consegue enfrentar.
Tudo se encaminha para um verdadeiro drama! A plateia para de rir! Mathilde teria Depressão, Alzheimer ou início de Demência? Hoje em dia, os idosos são  cuidadosamente vigiados, qualquer deslize e são taxados como dementes! Depressivos! E para alívio de consciência de parentes e  médicos, dá-lhe remedinhos de faixa preta não é mesmo?
Enfim, é preciso que tudo atinja  um ponto limite para Mathilde reagir! Ela conseguirá?


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