Em um Pátio de Paris ( Dans la Cour)
Antoine (Gustave Kevern) não
consegue levar a vida adiante, sofre de insônia, apático, não se importa com
nada, a não ser conseguir um lugar para trabalhar. Demitido, busca uma vaga como zelador no prédio onde Mathilde
( Catherine Denéuve ) vive com o marido. Todos passam pelo pátio central, onde
nada é bonito, tudo mal cuidado. Mas ela está ocupada demais atendendo ao
telefone, sem parar. Seria uma senhora muito ocupada? Talvez, mas o tempo irá demostrar que não é
somente Antoine , o zelador, o problemático!
Assim começa a trajetória e o
encontro entre os dois personagens. De início Pierre Salvadori faz uma
narrativa bem humorada, cheia de graça, irônica e debochada. Antoine não sabe
dizer “não” para ninguém. Sem especialidade alguma, seu trabalho é fraquinho
como ele, embora na aparência seja um homem forte. O fato é que todos os
moradores aprovam o trabalho do novo zelador!
Salvadori mostra que ele não
é o único com problemas, atende em
sequência a uma coleção de malucos! Às vezes surgem personagens tão fora dos
trilhos, que ao invés de parecerem “os três patetas”, parecem os “muitos
patetas”! O humor é sutil e inteligente!
Se o vizinho do segundo andar reclama dos uivos e
ruídos à noite. Antoine descobre que é o próprio reclamante que, no mesmo
horário, abre a janela e começa a uivar!
A sequência de gags
prossegue, a mais engraça é a que caracteriza os problemas de Mathilde.
Inconformada com o papel de parede que o marido mandara Antoine colocar para
esconder as fissuras, ela rasga tudo, quer conferir o problema novamente. Mesmo depois dos
técnicos terem afirmado que os prédios não tinham problemas estruturais, espalha
pela cidade que foram construídos sobre um aterro de xisto.
Algo está errado com Mathilde,
os problemas se agravam, Antoine é o
único que a compreende e lhe dá apoio. O
próprio não consegue esconder sua dependência das drogas, único alívio imediato
para o que não consegue enfrentar.
Tudo se encaminha para um
verdadeiro drama! A plateia para de rir! Mathilde teria Depressão, Alzheimer ou
início de Demência? Hoje em dia, os idosos são cuidadosamente vigiados, qualquer deslize e
são taxados como dementes! Depressivos! E para alívio de consciência de
parentes e médicos, dá-lhe
remedinhos de faixa preta não é mesmo?
Enfim, é preciso que tudo
atinja um ponto limite para Mathilde reagir! Ela conseguirá?
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