segunda-feira, 11 de maio de 2009

X-MEN ORIGINS: WOLVERINE

X-Men Origins: Wolverine” é dirigido por Gavin Hood. O roteiro é de David Benioff (Tróia). Os produtores são Lauren Shuler Donner e Ralph Winter (os mesmos da trilogia X-Men) com a participação de Hugh Jackmann e John Palermo.

Muito já foi dito sobre Wolverine. A série é muito mais conhecida por jovens que por adultos. Hugh Jackmann (Logan) é Wolverine. Um homem mutante, que descobre seus poderes, na infância, em cena traumática, cujo drama irá persegui-lo para sempre.

É a primeira vez que a origem do personagem é mostrada na tela. A solidão, o drama, e a fuga do jovem Logan, lembram um pouco a de outros heróis. As cenas dramáticas que alavancam o filme merecem ser destacadas. No início, o grito, de dor, raiva e ódio explodem dentro do menino Logan, quando ele vê aquele que julga ser seu pai ser assassinado. Guardadas as proporções lembra o grito de dor de Tarzan quando sua mãe-macaca é morta. Para mim, o grito de Christopher Lambert em “Greystoke - A lenda de Tarzan, o rei da selva” é um dos grandes momentos de emoção do cinema. Ele transmite com tanta intensidade a idéia de abandono e de solidão da criança, que chega a dar uma dor na garganta. A cena de Lambert era melhor. Mas a transformação do menino Logan (Troye Sivan) no jovem com garras retráteis tem sua intensidade dramática. Esses gritos de dor no cinema são terríveis, quem não lembra o grito da mulher, quando o carrinho de bebê se solta e desce a escadaria em Encouraçado Potenkim?

Depois de ter sido eleito o homem mais sexy do mundo, Hugh Jackmann conseguiu a unanimidade, transformou-se no alvo dos olhos do mundo. Todos, homens, mulheres e gays olham para ele e confirmam: Wolverine é mesmo o homem mais sexy do mundo. Hugh impressiona no cartaz do filme. Como as pessoas não notaram a sua beleza? Acho que antes ele não era tão lindo. O penteado e a barba de Wolverine não entusiasmam ninguém. A mulher do ator, Deborra-Lee pediu a ele, que tirasse logo a barba e o penteado. Ela concorda conosco. Ontem assisti a algumas cenas de um “X- Men” anterior e vi que Hugh Jackmann não era tão bonito. Ainda não tinha aquele corpo de deus grego, provavelmente conseguido recentemente, a custo de muita malhação. O ator treinava 1,30 h por dia, durante cinco vezes por semana e no sexto dia fazia 45 minutos de exercícios, para preparar-se para o personagem. E aí ele ficou mesmo lindo de morrer. Sem contar, que no “X Men” anterior, Jackmann estava branquelo e o penteado era horrível. Em Wolverine ele tem uma pele dourada, as feições do rosto são harmoniosas, está magro. Neste filme é possível reconhecer o penteado de Wolverine, mas pelo menos o cabelo tem balanço. Garanto que se medíssemos seu rosto, encontraríamos a proporção áurea - a que explica a beleza de uma face. Em “Austrália”, um filme recente, Hugh Kackmann chamava mais a atenção que Nicole Kidmann. Em “O grande truque”, sua beleza passou batida. Não notei.

Desde o início podemos ver o filme através dos olhos do irmão de Logan, Victor Creed, o Dentes-de-Sabre (Liev Schreiber). A rivalidade entre os irmãos está patente em todas as suas relações, e explica muito daquilo que se passa dentro de cada um de nós, quando pensamos o nosso irmão.

Quando James Howlett, o Logan, mata o pai, seu irmão lhe fala que o pai merecia aquela morte, que os dois precisavam fugir, e que deveriam ficar juntos, pois afinal eram irmãos, e irmãos devem proteger um ao outro.

As cenas seguintes mostram os dois vivendo as maiores aventuras, nunca defendendo o bem, mas inclinando-se fatalmente para guerras e lutas sem nenhum questionamento: Guerra da Secessão, Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Vietnã.

Victor é violento, sem a menor consciência. Os irmãos atravessam o tempo. Aliás, o tempo não existe para um mutante imortal. Inúmeras vezes, tal qual um lobo faminto, Victor tem seu braço contido pelo irmão.

Logan, o Wolverine é o mutante com um mínimo de consciência, que vive a contradição de não querer ser sanguinário. Mas quando os dois são presos, é Victor que afirma que os dois têm problemas com autoridade. Eles são viscerais, brincam com ratos sem o menor problema. Que nojo para o mais comum dos mortais!

O grupo liderado pelo coronel William Strykler (Dany Huston) viaja a Lagos, na Nigéria, a procura de adamantium, a pedra misteriosa, o metal mais duro do mundo, presente em muitas das séries da Marvel. Strykler é o mau e ardiloso coronel, que caça os mutantes. Na sequência, os guerreiros se reúnem como um batalhão de mercenários, Wolverine, Victor, Bradley (Dominic Monaghan), Frederick "Fred" J. Dunes/ Blog (Kevin Durand), David North/ Agente Zero (Daniel Henney), Wade Wilson/ Deadpool (Ryan Reynolds) e John Wraith (Will. I. Am). Em algumas cenas, Agente Zero não está presente, o grupo fica com o número cabalístico, sete, para aprontar as maiores violências. De posse do Adamantium, Stryker poderá transformá-los em super-homens invencíveis.

Os mutantes são mostrados com suas especialidades. Cada um dá um show de acrobacias e habilidades no manejo das armas e na luta. Deadpoll (Ryan Reynolds) faz milagres, girando sua arma branca. A espada gira e cai como numa dança de samurai. O malabarismo faz a espada voar e partir uma bala em pelo ar! O estúpido Blog coloca o punho na boca do canhão e explode com tudo.

A relação entre os irmãos é inquieta, quando Wolverine corta o barato de Victor que só queria matar, este retruca: “Quem você pensa que é? É isso o que fazemos!”. Logan não quer mais a violência. O personagem vive o conflito entre sua natureza de criatura bárbara e o desejo de ser um homem normal. Wolverine joga fora a medalha que o identifica como mutante. O irmão saudoso por antecipação o chama: “Jimmy, Jimmy”! Dentes-de-Sabre é o único que chama Logan pelo diminutivo, um apelido carinhoso, de irmão. Victor, o violento, bárbaro e sanguinário quer seu irmão consigo desde o início. Ele não admite que Logan viva a contradição de ser, mas não querer ser um mutante sanguinário.

Como todo filme de ação é preciso uma trégua para não banalizar a violência. As cenas nas montanhas rochosas do Canadá mostram Logan e Wayla no paraíso. Ele é um lenhador e ela uma professora. Muito forte Logan carrega seu machado no ombro. Quando levanta pela manhã, integra-se com perfeição à paisagem da montanha. Está no topo do mundo. Esse momento de felicidade será breve. O coronel Stryker o persegue acompanhado por Agente Zero, que mostra sua habilidade no manejo do gatilho, cortando o charuto que Logan fumava tranquilamente.

Quando o casal se encontra, Kayla lhe conta uma lenda. A lua era solitária porque seu amante tinha descido a terra, para colher flores e oferecer a ela, sem saber que não poderia mais voltar. Keukhuatsu era o espírito do amante e significava Wolverine. Logan se identificava com ele. Achava que Kayla era a lua.
Wolverine quer vingança quando vê que mataram sua amada Kayla. Aceita as experiências de Stryker e é transformado no super Wolverine com garras de adamantium, o metal indestrutível.

Para se vingar da morte de Kayla, Wolverine precisa aceitar o outro lado de sua natureza violenta. Ele quer sangue, quer viver sem lei e sem código de honra. Kayla teria sido morta por Victor.

Para não ter a memória apagada, Wolverine foge nu, da câmara onde lhe injetaram o metal. Refugia-se em uma bucólica casa no meio do campo. Nasce um novo homem e seus pais adotivos são o casal de velhinhos que o acolhe. Coisa semelhante aconteceu quando o superman caiu na terra. No galpão, nu Wolverine é o pensador de Rodin, uma verdadeira escultura. A trégua desta vez não dura mais que um segundo. A senhora que o acolhe leva um tiro pelas costas, do covarde Agente Zero. Recomeça a violência, as cenas têm a maior adrenalina, as mais geniais e violentas causam frisson na platéia, que não aguenta. Wolverine voa na moto Panhead. Dá vontade de fazer aquela barulheira, batendo pé, como faziam as crianças nos antigos cinemas.
O contraditório é que Wolverine, aproveitando a hospitalidade do casal, tem tempo para analisar suas novas garras de adamantium. Mas as garras não saltavam das mãos somente quando ele estava com muita raiva?

Wolverine experimenta suas novas garras poderosas. Faz três sulcos nas grades da prisão e liberta seus amigos. A cena antológica é quando Wolverine, profundamente irritado com Agente Zero, produz faíscas atritando suas garras, o que provocará o grande estouro. Ele sai caminhando lentamente com um mundo incendiando atrás de si. A tela é tomada por inteiro pelo fogo. Wolverine impassível vence mais uma vez. A cena sintetiza o herói, ela é o próprio Wolverine.

Se Kayla faz o acerto de contas com Stryker, os irmãos precisam lutar para que vença o melhor.

Agora resta o enfrentamento com Victor. Mas pode-se notar que, mesmo lutando um contra o outro, é sabido que Victor, a sua maneira, amava o irmão. Na luta a três, os dois irmãos precisam se unir para vencer o novo super mutante, que lança um raio de fogo com os olhos. Durante a luta, Victor salva a vida de Wolverine e afirma que se alguém tiver que matá-lo terá que ser ele.

A tragédia de 11 de setembro inspira a cena em que o mutante cai dentro da torre e vai cortando-a por dentro com o super raio. Da mesma forma que as torres gêmeas, a torre desaba. O irmão sanguinário prefere outra saída, reserva para si o segredo do golpe. Usa da maior violência e prefere se jogar dentro da torre, numa espécie de terrorismo suicida. Ambos alardeavam que um mataria o outro. Victor não matou Wolverine e Wolverine não matou Victor. A disputa entre os dois irmãos ainda está em pé. No fundo, muito no fundo eles até que se amam, mas não sabem disso.

Wolverine é um belo filme que merece ser assistido por jovens e adultos, mesmo que estes estejam na faixa dos 50, 60 ou mais. Não importa, cinema é cultura e diversão.

Tá muito bom mesmo esse filme e o coração dele , bate , bate e para e para e recomeça a bater.

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