segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Riviera Não é Aqui

"A Riviera não é aqui" é uma comédia do diretor francês Dany Boon. O riso quase tem início na compra do ingresso. Peço uma entrada para "A Riviera não é aqui". A vendedora responde é "A Riviera não é aqui", rebato: "É a Riviera não é aqui". Risos, é óbvio veja só o nosso Brasil!

A comédia francesa é simpática. Os atores mais ainda, e parecem gente como a gente. Philippe Abrams (Kad Merad) é o personagem principal. Faz um homem de aparência absolutamente comum. É quase calvo, magro, feio, com a barba por fazer, usa um terno curto e apertado, incluindo a gravata "agarrada" ao pescoço.

Os companheiros de trabalho também estão muito bem caracterizados como pessoas comuns. Antoine Bileul é o próprio diretor Dany Boon. Não é muito alto, usa bermudas e camisa de mangas curtas para entregar as cartas. Os outros são gordos e apreciadores de cerveja. Somente as mulheres são bonitas e graciosas. Julie (Joe Felix) é a esposa de Philippe e a jovem loira, é a paixão de Antoine.

Philippe pede transferência para a Riviera Francesa, quer impressionar sua mulher e engatar um casamento que não vai lá muito bem. Desastrado, finge ser cadeirante. Quando consegue a ambicionada transferência, esquece, levanta da cadeira e cumprimenta o fiscal. Uma gafe daquelas! Risos e mais risos!

A transferência sai para o norte, para Pas de Calais . Todos odeiam o norte. Todos temem Pas de Calais. É muito frio, escurece às três da tarde, faz zero graus de temperatura, ou temperaturas negativas, -20, -30, -40. Os dedos ficam tão gelados que podem ser cortados! Ninguém se diverte, ninguém vai a restaurantes.

Os franceses se divertiram mais do que nós, por conta das gags relacionadas às diferentes formas de linguagem, entre norte e sul, em particular no que se refere ao dialeto "ch'ti" falado no norte.

Em geral as coisas não são tão feias quanto parecem. Pas de Calais não é o fim do mundo. Phillipe descobre que até é divertido! E agora? Como explicar ao filho que ele não irá perder os dedos, que não anoitece tão cedo e que é tão bom beber e conversar com todos? Ser bem recebido em cada casa? Phillipe tenta explicar para a esposa. Ela não ouve. Ele mente! Mente para a mulher. Afinal, porque é tão bom ser casado só no fim de semana?

Com muita sutileza, o filme fala de nossa incapacidade para vencer nossos medos, que teimam em nos dominar, que teimam em nos cegar.

Philippe pensa que Antoine, o colega que o acolhe em casa, é gay. Até aí vai muita risada. Antoine tem "medo" da mãe. Teme que a mãe não aprove seu desejo de sair de casa, de casar ou namorara simplesmente. Finge que é gay achando assim que está agradando à mãe. Antoine tem medo de enfrentar seus problemas.

E você? Pensou nos seus medos? Pensou algum dia em enfrentá-los? Você sabia que eles parecem maiores frente nossa indecisão? Tudo parece negro e sombrio.... Você é daquelas pessoas que têm medo da empregada? Tem medo da mãe? da filha? Do marido? Tem medo do chefe? Ou tem medo do que eles possam fazer com você? Tem medo que eles deixem de amá-lo? Se é que o amaram algum dia? Por isso finge que não vê. Finge para si mesmo. Você sabia que a sua empregada dormia na sua cama, na sua ausência, não é mesmo? E agora? Resta apenas vencer o medo e enfrentá-lo!

Não deixe de assistir a esta comédia que é um dos filmes mais assistidos na França. Para ver o que nossos heróis terão que fazer para enfrentar seus medos.


Um comentário:

  1. Adoro esse filme!
    Adoro o Kad Merad, o ator Franco Argelino que faz o Felipe. Ele é muito engraçado. Só de olhar para cara dele me da vontade de rir.

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