domingo, 6 de março de 2011

Cisne Negro

Cisne Negro é o um dos quatro filmes que concorreram ao Oscar e que entraram em cartaz em fevereiro, justamente o mês que sumi do blog. Revi o filme hoje. Não consigo me emocionar com a história de Nina. Não sei se é bom ou ruim. Mas sei bem porquê.
Nina (Natalie Portman) recebeu o merecido Oscar de Melhor Atriz. Cisne Negro é a história de uma das jovens de uma companhia de balé, que ambiciona ser a primeira bailarina, no espetáculo de apresentação do Lago dos Cisnes. Nina é uma grande bailarina, e só. O resto de sua vida é um fracasso. Nina, fora do balé parece uma menina. Comporta-se como uma criança, com seu quarto cheio de coelhinhos cor de rosa. A mãe é dominadora e torna-se a grande vilã. Quando os filhos têm problemas psicológicos ouço dizer que a mãe é a grande culpada. No caso de Nina é a mais pura verdade. Barbara Hershey interpreta Erica, a mãe que projeta na filha suas frustrações. Deseja que Nina seja a bailarina de sucesso que ela não conseguiu ser. Para dominá-la, tenta inflingir-lhe a culpa por ter abandonado o balé quando ela nasceu. Erica pensa em tudo o que a filha deve fazer. Nina não pode desvestir-se sozinha, a mãe Erica precisa ajudá-la, sempre presente emitindo opiniões e dando ordens.
Simbolizando uma vida de restrições e universo limitado ao balé - com exceção do amplo espaço do teatro onde dança para o coreógrafo Thomas Leroy (Vincent Cassel), o grande Deus do filme que decide quem será a primeira bailarina - Nina circula por corredores estreitos, escuros e esverdeados. As portas se abrem e fecham. O espaço da casa é escuro, lúgubre e esverdeado.
Avermelhada e sangrenta a pele de Nina revela seu estado de espírito. Estoura, como a de uma ave, num prenúncio da transformação da jovem bailarina, no Cisne Negro. Nina não se entrega para a vida. Thomas Leroy conta a história do Cisne Negro: Sentindo-se preterida pelo príncipe, a donzela enfeitiçada e feita em Cisne Branco, transforma-se no Cisne Negro. Inconformada, joga-se no abismo. Na morte, o Cisne Negro encontra a liberdade.
Leroy afirma que Nina não se deixa levar, é pura técnica e contenção. Mesmo assim, quando descobre que ela não é apenas pura doçura, escolhe-a para ser a primeira bailarina do Lago dos Cisnes. Pressionada por Leroy e por toda a situação a jovem revela o seu desequilíbrio. Leroy aconselha-a a relaxar, fazer sexo. Nina leva tudo ao pé da letra. Lily, a colega que ambiciona substituí-la é objeto de suas fantasias sexuais. De Cisne Branco, puro e bom, Nina transforma-se no Cisne Negro que odeia a mãe e mata a falsa amiga. Tudo imaginação de uma mente doentia? Nina vai fundo em sua paranóia.
A pele da bailarina estoura, nascem penas negras que cobrem todo o corpo. Com grandes asas, ela dança magnificamente. A platéia delira! (no filme e no cinema). Transforma-se no Cisne Negro. Em busca da perfeição, liberdade e aceitação do grande Deus Leroy, Nina joga-se no abismo da escuridão, atentando contra o bem maior, a própria vida...

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