sábado, 5 de março de 2011

O Discurso do Rei

Voltei depois de quase um mês! Muito trabalho com mudança de endereço. Nova vida a partir de agora. Estou revendo os filmes do Oscar. Agora que é carnaval, a programação de cinema está fraquinha, com exceção desses filmes.
"O Discurso do Rei" ganhou quatro Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor para Tom Hooper, Melhor Ator, para Colin Firth e Melhor Roteiro Original. Difícil escolha, da mesma forma que "Bravura Indômita", o Oscar deveria ser replicado para que Geoffrey Rush pudesse receber a sua parte. O personagem do Rei gago (Colin Firth) não vive sem seu complemento, o terapeuta da fala, Lionel Logue (Geoffrey Rush).
Trata-se da história do Rei George VI, pai da rainha da Inglaterra. Por mais conservadora que seja a postura do diretor em um episódio de louvor à Coroa Britânica, o processo de superação da gagueira do rei é dos mais interessantes. As cenas invariavelmente enfocam o rei e seu terapeuta, em diálogos inteligentes que estimulam uma relação muito semelhante a do médico ou psicólogo e seu paciente, ou ainda, a do professor-aluno.
Lionel Logue é tão bom ou melhor que Colin Firth, como o terapeuta sem diploma, que sabe tratar os problemas da fala.
George VI torna-se o grande herói da Segunda Guerra Mundial que consegue monopolizar e ter a aceitação de seus súditos, comandando a Inglaterra na luta contra o nazismo. Tudo isso graças a seu empenho em superar limites. Nada disso teria acontecido se o Rei não fosse humilde o suficiente para aceitar e reconhecer que precisava tratar-se para superar os problemas de gagueira.
Como um excelente professor, Lionel estimula seu pupilo desafiando-o a correr todos os riscos, superar seus medos, desatar os nós que o impedem de falar em público. Esse medo de expor-se, com ou sem gagueira aflige muita gente, imagine o Rei da Inglaerra!
Assim Lionel precisa transgredir. Intencionalmente provoca a ira do rei, faz com que George VI grite alto, indignado, fale como um verdadeiro rei que reconhece e assume que tem voz e luz própria. Nesse momento o terapeuta sabe que atingiu seus objetivos. Vale observar a cumplicidade que se forma entre os dois. Por mais que seus conselheiros tentem influenciá-lo, George VI afirma que o assunto é de sua competência, que Lionel ficará junto com a família real durante o grande discurso. Lionel sabe que atingiu seus objetivos. Poucos filmes mostram essa alegria do professor - terapeuta diante do sucesso de seu aluno-paciente. Poucos filmes mostram a beleza dessa relação. Por isso mesmpo ambos mereceriam o Oscar...

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