domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Voo

Robert Zemeckis, o diretor de ‘’Forrest Gump”, “De Volta para o Futuro”, “A Morte lhe Cai Bem”, “Contato” e “Náufrago” volta com “O Voo”. Ao contrário de “Killer Joe”, o filme de Zemeckis discute valores como ética e moralidade. Whip Whitaker, o personagem vivido por Denzel Washington se vê envolvido em um drama após a queda do avião sob seu comando. Whip é piloto comercial experiente, mas sofre um acidente aéreo, num voo com 106 passageiros a bordo. No total as baixas não são significativas. Morrem quatro passageiros e dois membros da tripulação. O drama que passa a atormentar a consciência de Whip está em adotar a bebida como primeira opção, seguida por suas conseqüências nefastas, mentiras e comportamento autoritário. Apesar de tudo indicar que Whip estava sob efeito de álcool – no momento do acidente - sua equipe se encarrega de apagar os rastros da irresponsabilidade. Acontece praticamente um milagre quando Whip consegue pousar o avião, com o menor número de vítimas. Não fosse o exame de sangue, ele seria considerado um herói. Hugh Land (Don Cheadle) e Charlie Anderson (Bruce Greenwood) são os companheiros encarregados de sua defesa a qualquer custo. Denzel Washington está bem, como o homem dominado pela bebida, cara amassada, rosto inchado, olhos levemente empapuçados, barriga saliente e ar de falsa superioridade, tudo como forma de defesa. O próprio Whip afirma que em relação à bebida  sabe mentir muito bem. Se fosse álcool somente, mas soma-se o agravante da cocaína que precisa ser consumida para o anti-herói conseguir voltar ao normal e enfrentar seus compromissos. John Goodman está muito bem como Harling Mays, o fornecedor de drogas que banca o irmão mais velho. Até parece que quer ajudar!
Melissa Leo é Ellen Block, a mulher incorruptível que submeterá Whip a perguntas embaraçosas antes dele livrar-se do problema. Você se lembra dela em “Rio Congelado”? (V. neste Blog) Robert Zemeckis cria o suspense quando estende o tempo mostrando o drama do alcoólatra. Na noite que antecede o julgamento, Whip – que está em um hotel - entra em outro apartamento e descobre um refrigerador cheio de bebidas alcoólicas. A pequena garrafa de bebida permanece no centro da tela por um tempo que parece interminável...
Whip precisa mentir, Whip precisa trair a memória da colega que na verdade morreu como heroína, salvando a vida de uma criança. Com uma inocente pergunta, Ellen Brock coloca todo o esquema por um fio, muito, muito mais fino que qualquer fio. Afinal, o que está podre não tem como não cair de tão podre, não é mesmo? Observe a reação de Ellen quando Whip finalmente responde. Alta e impassível com seu blazer vermelho, ela não esconde as lágrimas.
 

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