O cineasta Alex Proyas escreveu e dirigiu filmes de grande repercussão como O Corvo (1994) - adaptação de histórias em quadrinhos de James O’ Barr - e Eu, Robô (2004), baseado em uma história de Isaac Asimov. Os filmes de Proyas têm muito de “dark”. O Corvo muito mais, pois Brandon Lee, o filho do ator Bruce Lee morreu em um acidente durante as filmagens.
Presságio não foge à regra. Mas é um mau filme, da série desastres e apocalipses. É uma decepção. A fórmula é nossa velha conhecida. Mistura diversos temas de outros filmes com seres extra - terrestres, naves espaciais e ameaças de fim de mundo.
Presságio antecipa o pesadelo que pode se abater sobre o universo num verdadeiro apocalipse, como nas profecias de Nostradamus ou do profeta Ezequiel sobre o fim dos tempos.
Porém o desfecho é inesperado e bobo. Como Nicolas Cage se prestou aquela palhaçada? Inacreditável.
Tudo inicia com os presságios da estranha menina e com os sussurros que comandam sua mente. Ela passa a escrever compulsivamente sequências e sequências de números. Na verdade, na escola, era para a garota fazer um desenho que seria colocado em uma cápsula do tempo, juntamente com os desenhos dos colegas, para ser aberta 50 anos depois.
Passado meio século, a cápsula é reaberta, na mesma escola. Caleb Koestler (Chandler Canterbury), filho do astrofísico John Koestler (Nicolas Cage) recebe a tal folha com os números, sem fim. Aliás o melhor ator do filme é o jovem Caleb.
John Koestler é professor, um infeliz viúvo que cuida do filho pequeno. A casa do professor é tão soturna que parece um porão, porém todo equipado com os melhores computadores.
Como hieróglifos, os códigos são desvendados por Koestler, que passa a viver em função das terríveis revelações. O professor corre abaladíssimo, com uma cara péssima, e sempre consegue ficar no meio da confusão. Ele descobre que as datas coincidem com desastres que aconteceram ou que estão por acontecer. Toma a si a tarefa de salvar sua família e o mundo.
Como a história precisa do complemento feminino, este vem na pele da filha da menina vidente, que escrevia o futuro nos números. Agora ela é mãe. Assim, mãe e filha farão parte da nova história. Cenas escuras, desastres horripilantes se sucedem. O horror continua enquanto seres humanos e estranhos aparecem e desaparecem à procura do filho de Koestler.
O drama se sucede até chegar ao inacreditável. A solução lembra uma Arca de Noé, onde as duplas de animais recolhidos são um coelhinho em uma coelhinha (e o filme passou na Páscoa! he, he, he).
As duas crianças, o filho do astro-físico e a neta da menina vidente são os seres predestinados. Eles são os eleitos e serão abduzidos. Os seres estranhos que os procuram, transformam-se em ETs luminosos, com estruturas de desenho digital. Sobem aos céus com as duas crianças, em nave espacial também de desenho digital. O filme do Spielberg com menos recursos era muitíssimo melhor.
No Paraíso, as crianças representam o renascimento da humanidade. Correm de mãos dadas em uma paisagem artificial, em um campo de trigo enorme, com uma grande árvore de calendário, no meio da paisagem idealizada, de desenho de escola de primeiro grau, dos anos 50.
Mas o que foi isso Nicolas? O que foi isso Proyas?
Gosto muito de filmes onde há códigos a serem decifrados, etc. Mas fiquei com pé atrás com Presságio, ando 'cismada' com Nicolas Cage, que parece representar sempre o mesmo papel.
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