quinta-feira, 15 de março de 2012

W. E.- O Romance do Século

Madonna é fascinada por personagens femininas que viraram mito, como Evita Péron ou Wallis Simpson. Ambas ficaram conhecidas somente por terem casado com homens famosos, um príncipe britânico e um presidente ditador latino-americano. Evita era chamada a mãe do povo, e havia muito de demagogia em suas propostas. Nenhuma das duas fez algo de importante para a humanidade, como, por exemplo Florence Nithingale, a inglesa que inaugurou a luta contra a sujeira e a falta de limpeza nos hospitais. A comparação pode parecer um despropósito, mas quero dizer que Madonna aprecia mulheres comuns que saíram do anonimato para adentrar nos meios palacianos e monárquicos. Nenhuma delas fez algo digno de nota.

Alternadamente é mostrado o romance do príncipe Eduardo VIII (James D'Arcy) com a americana Wallis Simon (Andrea Risenborough) e um romance da atualidade entre uma jovem inglesa também chamada Wallis (Abbie Cornisch) e o agente de segurança russo Evgeni (Oscar Isaac). Wallis ganhou o nome em homenagem à esposa do príncipe e sente verdadeira fascinação pela vida da insípida W.S. Em alguns momentos lembra a figura de Kim Novak, parada e misteriosa querendo viver outras vidas, em "Um Corpo que Cai", de Alfred Hitchcock. Kim de fato queria mesmo enganar James Stuart, e a jovem Wallis, mal casada queria ser Wallis Simpson.

O problema do filme é que o romance do século XXI, entre Wallis e Evgeni torna-se mais interessante que o de Wallis e Eduardo. Oscar Isaac está ótimo no filme, nem lembra o marido problemático, Standard, que fazia em "Drive". Lamentavelmente além da fascinação de Madonna pelas magras Evita e Wallis, pálidas, feias e com bocas muito vermelhas, não temos grande atrativos em W. E. - O Romance do Século.

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