DRIVE
Drive é o novo cult movie dirigido por Nicolas Winding, que ganhou o prêmio de Melhor Diretor em Cannes, 2011. Ryan Gosling é stant-man nas horas vagas e trabalha como motorista em roubos e assaltos. Apaixona-se por Irene, casada com Standard, com quem tem um filho. O marido sai da prisão e precisa praticar um assalto para pagar a máfia que lhe deu proteção enquanto estava preso. Ryan Gosling resolve ajudar o marido da mulher por quem se apaixona.
A expressão e o olhar distante lembram Clint Eastwood em « Por um punhado de dólares « ou « Três Homens em Conflito », de Sérgio Leone. Que nem Clint ,desta vez o anti-herói é Ryan Gosling. Se o personagem de « Por um Punhado de Dólares « mastigava um cigarro, Ryan masca um palito, para exasperar a sensação de suspense. É sim, este é um filme de mocinhos e bandidos, embora o mocinho não seja nenhum primor em questões éticas. Os dois representam os oprimidos, sofridos e humilhados, e ambos são muito duros. Do motorista de Drive sabemos muito pouco, seu nome sequer é citado. Ryan Gosling está cada dia melhor como o durão capaz de se emocionar e amar. Como motorista, suas regras são rígidas, aguarda os comparsas por cinco minutos, se o companheiro atrasar fica por conta própria e risco. Fica sem Drive, o protetor dos assaltantes nas horas do grande stress. Quando os assaltos dão certo, a adrenalina está garantida. Em seu Impala Prata, Drive voa pelas ruas. Driblar policiais e helicópteros da polícia é pouco para ele. Capaz de dirigir em marcha ré em alta velocidade, Drive é o porto seguro dos assaltantes, que se espantam com sua habilidade ao volante. O símbolo de nosso anti-herói é o escorpião. O animal é fatal para quem o tocar. O mesmo acontece com os bandidos que o enfrentam. Quando Drive bate no inimigo, assusta até o espectador mais viciado em violência. Bate para valer, o sangue esguicha e a tela fica pintada de vermelho. Da mesma forma que o escorpião, encarna o espírito belicoso e mal-humorado, rápido para matar e capaz de ficar camuflado dentro do carro. Apesar de toda a identificação com o escorpião, transforma-se ao lado da mulher amada. Sonha com uma vida pacata, em que é o protetor da delicada Irene (Carey Mulligan) e do filho. Como o mocinho do velho oeste, Drive é um solitário. Se o herói do oeste fica sozinho no final e parte para novas aventuras, para o Escorpião não resta esperança. A cena do elevador é emblemática. Drive sabe que o inimigo está a seu lado. Dentro do elevador estão, ele, Irene e o capanga que o persegue. Medo, essa palavra não existe em seu vocabulário. O anti-herói Despede-se da mulher amada da forma mais genial. Consegue ser frio o suficiente para beijar Irene, com o inimigo ao lado. Mas o beijo, ha! O beijo é algo! É um dos mais belos do cinema. Será que é tão bom e belo quanto o beijo de John Wayne em Maureen O’Hara em « Depois do Vendaval » ? Pense e sinta, talvez seja, verdadeiramente, tão bom e tão belo quanto o clássico beijo de John Wayne, que virou mito.
Em alguns décimos de segundo Drive sai do beijo e entra na pancadaria. Seu veneno é mortal. Opta pela a morte e a violência, que o separam da mulher amada. A porta do elevador se fecha, selando o início do fim. Manchado de sangue, não limpa a bela jaqueta prata. Com a mente e o corpo sujos do sangue do inimigo, entrega-se à violência, como que a um vício. Perdido por antecipação é tão patético quanto o rebelde James Dean ou ainda, lembra o personagem de Alain
Delon, no policial francês, « L´Insoumis » (« Terei o direito de matar?»), de Alain Cavalier. Quando o personagem de Delon – ferido - volta para casa, atravessa o campo de urzes e morre.
Detalhe, esta informação eu consegui com o Luiz (Luiz Carlos Merten) Acreditem, ele respondeu na hora, com todos os detalhes, sem pestanejar ou pesquisar em Internet ou fichário. É por uma
dessas que o Merten é o melhor crítico de cinema do Brasil.
Assim da mesma forma que Delon, Drive, ferido, tenta voltar para a mulher amada, mas sabemos que esse amor é irrealizável.
Drive é o novo cult movie dirigido por Nicolas Winding, que ganhou o prêmio de Melhor Diretor em Cannes, 2011. Ryan Gosling é stant-man nas horas vagas e trabalha como motorista em roubos e assaltos. Apaixona-se por Irene, casada com Standard, com quem tem um filho. O marido sai da prisão e precisa praticar um assalto para pagar a máfia que lhe deu proteção enquanto estava preso. Ryan Gosling resolve ajudar o marido da mulher por quem se apaixona.
A expressão e o olhar distante lembram Clint Eastwood em « Por um punhado de dólares « ou « Três Homens em Conflito », de Sérgio Leone. Que nem Clint ,desta vez o anti-herói é Ryan Gosling. Se o personagem de « Por um Punhado de Dólares « mastigava um cigarro, Ryan masca um palito, para exasperar a sensação de suspense. É sim, este é um filme de mocinhos e bandidos, embora o mocinho não seja nenhum primor em questões éticas. Os dois representam os oprimidos, sofridos e humilhados, e ambos são muito duros. Do motorista de Drive sabemos muito pouco, seu nome sequer é citado. Ryan Gosling está cada dia melhor como o durão capaz de se emocionar e amar. Como motorista, suas regras são rígidas, aguarda os comparsas por cinco minutos, se o companheiro atrasar fica por conta própria e risco. Fica sem Drive, o protetor dos assaltantes nas horas do grande stress. Quando os assaltos dão certo, a adrenalina está garantida. Em seu Impala Prata, Drive voa pelas ruas. Driblar policiais e helicópteros da polícia é pouco para ele. Capaz de dirigir em marcha ré em alta velocidade, Drive é o porto seguro dos assaltantes, que se espantam com sua habilidade ao volante. O símbolo de nosso anti-herói é o escorpião. O animal é fatal para quem o tocar. O mesmo acontece com os bandidos que o enfrentam. Quando Drive bate no inimigo, assusta até o espectador mais viciado em violência. Bate para valer, o sangue esguicha e a tela fica pintada de vermelho. Da mesma forma que o escorpião, encarna o espírito belicoso e mal-humorado, rápido para matar e capaz de ficar camuflado dentro do carro. Apesar de toda a identificação com o escorpião, transforma-se ao lado da mulher amada. Sonha com uma vida pacata, em que é o protetor da delicada Irene (Carey Mulligan) e do filho. Como o mocinho do velho oeste, Drive é um solitário. Se o herói do oeste fica sozinho no final e parte para novas aventuras, para o Escorpião não resta esperança. A cena do elevador é emblemática. Drive sabe que o inimigo está a seu lado. Dentro do elevador estão, ele, Irene e o capanga que o persegue. Medo, essa palavra não existe em seu vocabulário. O anti-herói Despede-se da mulher amada da forma mais genial. Consegue ser frio o suficiente para beijar Irene, com o inimigo ao lado. Mas o beijo, ha! O beijo é algo! É um dos mais belos do cinema. Será que é tão bom e belo quanto o beijo de John Wayne em Maureen O’Hara em « Depois do Vendaval » ? Pense e sinta, talvez seja, verdadeiramente, tão bom e tão belo quanto o clássico beijo de John Wayne, que virou mito.
Em alguns décimos de segundo Drive sai do beijo e entra na pancadaria. Seu veneno é mortal. Opta pela a morte e a violência, que o separam da mulher amada. A porta do elevador se fecha, selando o início do fim. Manchado de sangue, não limpa a bela jaqueta prata. Com a mente e o corpo sujos do sangue do inimigo, entrega-se à violência, como que a um vício. Perdido por antecipação é tão patético quanto o rebelde James Dean ou ainda, lembra o personagem de Alain
Delon, no policial francês, « L´Insoumis » (« Terei o direito de matar?»), de Alain Cavalier. Quando o personagem de Delon – ferido - volta para casa, atravessa o campo de urzes e morre.
Detalhe, esta informação eu consegui com o Luiz (Luiz Carlos Merten) Acreditem, ele respondeu na hora, com todos os detalhes, sem pestanejar ou pesquisar em Internet ou fichário. É por uma
dessas que o Merten é o melhor crítico de cinema do Brasil.
Assim da mesma forma que Delon, Drive, ferido, tenta voltar para a mulher amada, mas sabemos que esse amor é irrealizável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário