A história do "Último Dançarino de Mao" é verdadeira. Li Cunxin é o menino levado de sua aldeia na província chinesa de Qingdao, aos 11 anos para aprender a dançar em uma escola de balé de Madame Mao. Em 1979, Li desembarca em Houston, para um intercâmbio cultural. Nos Estados Unidos fica sob os cuidados de Ben Stevenson (Bruce Greenwood), diretor artístico da Companhia de Balé Houston. Bruce Greenwood está muito bem, representando com naturalidade a forma como um homem dedicado à dança - homossexual - se movimenta, caminha, se veste, fala e se articula. Uma interpretação perfeita, sem trejeitos ou afetações.
Li Cunxin vê um outro mundo, apaixona-se pela América e nega-se a voltar para seu país. A situação é compreensível. Quando o cônsul chinês fica sabendo, sequestra Li, na própria embaixada, criando uma crise diplomática. Contra as expectativas de Ben, um homem íntegro e correto, Li insiste em não voltar. Uma das razões seria seu casamento com uma jovem americana.
"O Último Dançarino de Mao" não chega a atingir um grande nível de qualidade, até mesmo por ser uma visão de americano sobre um país culturalmente diferente. A visão dos americanos sobre a China é linear, elementar. Os chineses são vistos como primários e simplórios. Que o governo chinês seja autoritário, todos concordam , mas que sejam uns bobos, idiotas e simplórios, não pode ser. Afinal foi a própria China que produziu um talento como Li. A questão merece reflexão...
Se o filme apela para nossos sentimentos! Ou para uma certa pieguice, concordamos em nos emocionar e chorar um pouquinho.
Mas a personagem que se destaca, embora não esteja entre as principais, é a mãe de Li. Quando os militares lhe dão a notícia que seu sexto filho não poderá voltar à China porque desertou, ela não aceita as acusações. Indignada, revolta-se contra um regime autoritário que roubou-lhe o filho, roubou-lhe a infância, tirou-o de seus braços, afastou-o do lar, privou-o do convívio familiar e ainda faz acusações! Ela grita: "vocês levaram meu filho quando ele tinha 11 anos. Tragam-no de volta! Devolvam meu filho!" Essa cena e a do reencontro com Li na grande apresentação no teatro valem o filme. Você pode emocionar-se com o dançarino, com a perfeição de sua arte, e não esqueça que para Li, o grande modelo era Mikhail Baryshnikov. Mas, que nem eu, você poderá emocionar-se com aquela adorável senhora chinesa, a mãe de Li.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
Prometheu
Ridley Scott, o realizador de "Prometheu" faz uma síntese dos filmes de ficção científica e terror. O diretor afirma que não gostava das cenas de Alien, 1979, sua primeira criação do verdadeiro monstro. Se antes Alien assustava até porque não era visto claramente pelo espectador, era insinuado, em Prometheu, o terror nasce e cresce às claras. Ridley, em entrevista a Luiz Carlos Merten (Zero Hora, 18-06-12), diz que o filme tem de tudo. Desde indagações filosóficas sobre a origem e o futuro da humanidade até hipóteses de Eric Von Danicken sobre os deuses astronautas. De fato, ninguém soube explicar até hoje, como foi construída a fortaleza de Sakssahuaman em Cuzco. E aí temos matéria de sobra para indagações e especulações. Prometheu é o herói da mitologia grega, que roubou o fogo de Zeus para dá-lo aos homens. Foi punido por ele. Os homens, em sua arrogância e prepotência, ambicionando poderes ilimitados sobre o universo estariam se comportando como Prometheu. Diante de tantos questionamentos, à maneira de Stanley Kubrick em "2001, Uma Odisséia no Espaço", Ridley Scott propõe uma reflexão filosófica sobre a origem e a condição material da humanidade, sobre a efemeridade da vida. Kubrick resolveu melhor os questionamentos sobre vida e morte. Um de seus personagens, o homem no fim da vida, retorna com Ridley Scott, em busca de uma resposta para o segredo da vida eterna. A arqueóloga Elisabeth Shaw, em seu trabalho de pesquisa científica, identifica sinais que remetem à explicações sobre a origem da vida. Encontra o desconhecido e mais indagações. Como no primeiro Alien, as mulheres sãos as heroínas, Sigourney Weaver e Naomi Rapace. Ambas estão excelentes, embora Sigourney ainda supere Naomi. Mesmo assim, em "Prometheu", Naomi convence. Foi escolhida pelo mestre porque ele desejava uma heroína que transparecesse força e delicadeza ao mesmo tempo, sem perder a ternura jamais. O robô interpretado por Michael Fassbender é a peça estratégica num jogo de forças e destruição. Louro frio e de olhos azuis, tem o mesmo olhar distante do astronauta David, de Kubrick. Aliás, em "Prometheu" seu nome também é David, o mesmo do astronauta. Em " 2001..." , o Al 9000 é a máquina que se revolta contra o homem. Em "Prometheu", é o robô, a não criatura, criada à imagem e semelhança de seu criador. David quebra seu compromisso com a humanidade. Quebra todas regras estabelecidas por Isac Asimov sobre o conceito de comportamento de um robô: - "Um robô nunca fará mal ao ser humano". Da mesma forma que Al 9000, David pensa, sente inveja, deseja ser "o homem". Transgride e pretende eliminar seu criador. Em "Prometheu", as fontes de nossos medos ancestrais estão presentes. Alien representa o medo visceral do desconhecido e do grande início. David é tão maligno quanto ele. É o próprio o mal onipresente, que não deve ser ignorado ou menosprezado. Como a Dra. Elisabeth não percebe que o mal mora ao lado? O nascimento de Alien do ventre do homem espacial é uma inversão das funções ancestrais do homem-garanhão reprodutor. Scott é o visionário, um criador e um interpretador do mundo, que projeta nossas fantasias sobre o presente e o futuro. Sem a participação de H. R. Giger, o artista gráfico que cria o universo de Alien, o terror teria sido impossível. Os produtores julgavam que os desenhos de Giger eram obscenos. Talvez porque ao invés de cara, o centro do monstro seja fálico e masculino. O golpe final na vítima acontece quando o falus sai de dentro do Alien e entra na boca da vítima. Horror e humilhação é pouco se tentarmos imaginar o que o dominado estaria sentindo... Sem aceitar derrotas, a cientista parte para outros confins do universo. A descoberta é tão importante? Seria melhor para a humanidade não saber que os ancentrais que Elisabeth descobre possuem o mesmo DNA dos seres humanos?
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Amor Impossivel (Salmon Fishing in Yemen)
"Amor Impossível" é um filme dirigido por Lasse Hallstrom. O mote da história é tornar possível o impossível. Tanto o projeto recriar salmão no Yemen, quanto o amor entre o Dr. Alfred Jones ( Ewan McGregor) e Harriet Chetwode-Talbot (Emily Blunt) parecem impossíveis. A história baseia-se em novela de Paul Torday. Como novela, até pode-se acreditar nas boas intenções do xeique Muhamed (Amr Waked). Embora sonhadora e quase inacreditável, a idéia do xeique é introduzir a criação e a pesca do salmão no Yemen para tornar o deserto verde, produtivo e salvar seu povo. Entretanto, se a idéia que emana da vontade do xeique for verdadeira, é bellíssima. Para atingir um objetivo impossível é preciso antes de mais nada ter fé, paciência e rodear-se das pessoas certas. Muhammed faz esse dever de casa. Se a vida profissional do dr. Jones é um sucesso, o seu casamento é um fracasso. Quanto à Harriet, alta, magra e muito bonita, de início está apaixonada por outro homem, mas não consegue desatar as linhas e fios que a puxam e amarram ao cientista, com quem convive, no deserto. Os três, Muhammed, dr. Jones e Harriet completam o triângulo de vontades capazes de superar o impossível. Assim, não acreditando no impossível, superam obstáculos com fé, milhões de libras, vontade e tecnologia. Engajados na luta, não se deixam abalar por uma primeira derrota. Envolvidos por um desafio gigantesco, não se deixam vencer. Afinal, não sabendo ou não querendo saber do impossível, do impossível que era fazer o salmão subir um rio artificial, criado no deserto, os três foram lá e o fizeram. A palavra impossível está riscada do vocabulário do xeique Muhhamed, dr. Jones e Harriet. Para eles e para todos os que querem viver de verdade, essa palavra não existe.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Deus da Carnificina (Carnage)
Roman Polanski realiza "Deus da Carnificina", classificado como comédia dramática. Ninguém riu. Fui a única a rir - timidamente- quando o celular de Alan Cowen é jogado no aquário. As duas atrizes riram muito e eu as acompanhei. O texto de Yasmine Reza, "Le Dieu Carnage", parece ter sido escrito para uma peça de teatro. Polanski quer mostrar- quem sabe?-, que o verdadeiro "Deus da Carnificina" não está em Nova York, mas em outros lugares do planeta, como o Congo, onde acontece a verdadeira barbárie. Poderia estar na Síria não é mesmo?
A falta completa de acordo, a falta completa de entendimento e de solidariedade com o outro está em todo lugar, principalmente, nas relações cotidianas.O drama acontece quando Zachary , de 11 anos, filho de Alan Cowen (Christoph Waltz ) e Nancy (Kate Winslet) agride Ethan Longstreet, na escola. Durante verdadeiros 80 minutos os pais de Ethan, Penelope ( Jodie Foster) e Michael ( John C. Really) tentam chegar a um acordo com os pais do agressor.
O cenário é único, a sala de estar do apartamento dos pais de Ethan. Os quatro atores parecem se divertir com aquele show de atuação. Como que para terminar o primeiro ato, os casais se despedem e caminham até o elevador. Voltam, o anfitrião sempre oferece um café.Tentam o acordo mais uma vez.
Polanski nos diz que poderiam ficar fazendo isso o resto de suas vidas. Nessa carnificina ninguém quer se entender. Judie Foster esta ótima como Pen, cujo filho teve os dentes quebrados pelo colega. Kate Winslet, dos quatro parece ser a personagem mais simpática. Vomita e põe para fora todo o seu stress, tudo o que a incomoda. Lá pelas tantas os quatro descobrem que as rachaduras nas relações entre cada casal florescem e aparecem mais que o problema dos filhos. No início, Pen e Michael fazem concessão ao escrever uma espécie de BO do ocorrido. Retiram a palavra que descreve o agressor como um menino armado com um bastão. Se cada um faz concessões e tenta contemporizar, o terceiro dá o contra e tudo volta à estaca zero.
O personagem exasperaste é Alan. Passa o tempo todo falando ao celular, a respeito do "Antril", um medicamento que pode fazer mal à saúde. Inferniza a vida de todos com seu comportamento inadequado. Preocupado consigo mesmo, não sabe porque está ali.
Alternadamente, um dos quatro é alvo de críticas dos outros e cai na desgraça. Cada um se enfurece e perde a razão. Voam celulares para dentro de aquários e as belas papoulas amarelas são destruídas com vaso e tudo. Se Pen ama seu Kokotchka, azar. Foi destruído e vomitado. Ela ainda é acusada de pesquisar sobre Darfour como uma forma de sublimação. Alan sucumbe quando perde o seu celular. Joga-se ao chão, mas ainda tem fôlego para criticar mulheres como Pen, cujo modelo de masculinidade é John Wayne, com seu "colt" 45 na cintura.
A exasperação vai tão longe, que rezo que nem o personagem de Sagarana: "Jesus manso e humilde, fazei meu coração semelhante ao vosso, vou para o céu nem que seja a porrete". Isso tudo pelo fato de ter que suportar o desentendimento daqueles quatro. Polanski conhece bem as relações humanas, cada vez mais difíceis...
É mais fácil as crianças se entenderem por conta própria do que os pais...Quem sabe, é mais fácil para o hamster- jogado no lixo por Michael - encontrar um novo dono, do que os quatro se entenderem...
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Branca de Neve e o Caçador
Branca de Neve e o Caçador é mais um filme em que o diretor tenta superar os Irmãos Grimm. Até hoje ninguém conseguiu. Porém, a versão de Rupert Sanders, com Charlize Theron como a madrasta malvada e Kristen Stewart como a Branca de Neve, é muito interessante. O "X" da questão é o fato da beleza humana não ser eterna. Tudo tem início como a verdadeira história de Branca de Neve. A rainha mãe fere o dedo com a agulha de seu bordado. Caem três gotas de sangue sobre a neve. A mãe deseja que sua filha tenha a pele branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e o cabelo preto como o ébano. Nasce Branca de Neve. Após a morte da mãe, o rei apaixona-se - no filme- por Ravenna, uma loura estonteante (Charlize Theron), que transforma-se na rainha má.
Branca de Neve fica prisioneira na torre, enquanto a rainha malvada pergunta ao espelho:
- " Espelho meu, espelho meu! Existe mulher mais bela do que eu?" Pois não é que o único mentiroso nesta nova versão é o espelho? Óbvio na disputa por beleza entre Charlize Theron e Kristen Stewart, a Branca de Neve, perde para a beleza de Charlize. De início o espelho até diz a verdade, mas depois, fiel à história original, afirma que existe sim, uma princesa mais bela que a madastra Ravenna.
Rupert Sanders até que tenta, ilumina o rosto de Branca de Neve, escurece seus cabelos e pinta seus lábios de vermelho. Porém esqueceu de escurecer os cabelos da garotinha que faz a Branca de Neve - criança.
Porém, Kristen Stewart está bem como uma Branca de Neve moderna, lutadora, uma espécie de Joana D'Arc ou Santa Bárbara. "Branca de Neve e o Caçador" segue a trilha de "Crepúsculo" na maneira de filmar e nos recursos de tecnologia, que fazem seres, figuras ou animais se despedaçarem em mil e um pedaços de pequenas formas que explodem na tela. O público adora os novos recursos digitais. O espelho montado por computador possui um homem por trás e o vulto parece esculpido em ouro, que reflete a figura da rainha malvada e se derrete logo em seguida. A Floresta Negra simbolizando o mal e os maus sentimentos, tudo o que o ser humano precisa enfrentar e superar para crescer, é mais uma criação das novas tecnologias digitais. Ali, os mais terríveis monstros são criados por computador.
A luta de morte entre Branca de Neve e a rainha, além de representar o bem contra o mal, pode significar uma possibilidade de crescimento para a adolescemnte Branca de Neve, que simbolicamente precisa matar a mãe para crescer, superá-la em beleza e capacidade de enfrentar o mundo.
A princesa Branca de Neve possui segredo e poderes, um deles é o da vida eterna, que a rainha malvada deseja usurpar. Os sete anões são regenerados pela adorável menina. Seu grande poder é o segredo da vida. Se o feitiço que garante eterna juventude e beleza à rainha foi feito com o sangue de Branca de Neve, poderá ser desfeito com o mesmo sangue.
Nesta versão, Branca de Neve tem à sua disposição dois pretendentes, um deles foi contratado para acabar com sua vida, mas apaixonou-se por ela. É o caçador (Chris Hemsworth) um viúvo atormentado pela morte da esposa. O outro é um amigo de infância que de fato deseja recuperar o reino destruído pela rainha má.
Desta vez, ainda é o beijo do príncipe - caçador- que, mesmo nào tendo vindo montado em um cavalo branco, quebrará o encanto e restituirá Branca de Neve à vida. O retorno da guerreira não é para o casamento das mil e uma noites e do viveram felizes para sempre. De volta à vida, Branca de Neve restabelece a ordem , até os anões voltam a ser sete.
O retorno de Branca de Neve é para a batalha final que retomará o castelo usurpado por Ravenna. As cenas de luta são belíssimas. As filmagens contaram com inúmeros cavaleiros, veículos rastreadores e helicópteros. O filme transforma-se num épico, por suas cenas de batalha.
Em sua luta final, Branca de Neve é atualizada , alinha-se às mulheres modernas que não consideram apenas o casamento como o objetivo final de suas vidas. Nem o príncipe é o mancebo, jovem e inexperiente, mas um viúvo, sofrido e amadurecido, como sói acontecer no cotidiano de vida de muitas mulheres.
terça-feira, 5 de junho de 2012
À Espera por Turistas
Nossa cultura será julgada pela maneira como enfrenta um dos períodos mais negros da história da humanidade, o holocausto. Eis o tema em discussão no filme ''À Espera por Turistas''. Trata-se da forma como alemães e judeus "lidam" com o drama atual de manter viva a memória do holocausto.
O diretor é Rupert O cenário é a cidade de Auchwitz, no Museu do Holocausto, onde se desenvolvem atividades para turistas. Aos 18 anos, o jovem alemão Sven (Alexander Fehling) trabalha como voluntário numa alternativa ao serviço militar. A realidade é completamente diferente da nossa.Trabalho voluntário, por doze meses na plenitude dos 18 anos, isso não existe no Brasil!
De Berlin, Sven viaja para Auchwitz, na Polônia.
Sven precisa superar o drama do holocausto e adaptar-se ao novo país.
Nessas condições , a solidão é uma dura experiência para um jovem. Sven deve cuidar do sr. Krzeminsky, um judeu de 80 anos, sobrevivente do campo de concentração de Auchwitz. Os administradores precisam dos depoimentos de Krzeminsky, para manter viva a memória e atrair turistas.
Da primeira vez, a vítima, sr. Krzeminsky, milagrosamente escapa da morte no campo de extermínio. Da segunda, é relegado uma vez mais à condição de vítima, explorada pelo sistema que deveria protegê-la. A memória do holocausto transforma-se em espetáculo de circo.
Os estudantes com quem Krzeminsky conversa, lhe pedem para ver a marca do número que os nazistas lhe aplicaram. O velho senhor mostra seu número, porém os estudantes acham que suas ''marcas de gado'' são muito fracas. Krzeminsky responde que não retocou. Imagine a ironia!
A essas alturas o idoso sobrevivente vira um monstro de circo exposto à curiosidade mórbida de um público despreparado.
A própria representante da firma alemã que pretende investir no museu impede o velho Krzeminsky de concluir seu depoimento. Ele estaria abusando, fazendo o público sentir-se mal.
Sven percebe os equívocos, erros e abusos. Se Krzeminsky é um idoso impertinente, é vitimado duas vezes. E o menino Sven, que ainda não havia decidido o que fazer de sua vida, encontra a força necessária para lutar. Em um processo de desalienação, atinge à consciência necessária para agir e reagir dentro de novos parâmetros, para contribuir de fato com a preservação da memória , sem novas vítimas, sem o desvirtuamento dos verdadeiros objetivos do museu.
Não perca, o filme não é somente para os que amam os temas relacionados à Segunda Guerra Mundial, é importante para todos.
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