segunda-feira, 14 de setembro de 2009

FALANDO GREGO

Maria Eugenia Vardalos, a Nia, conquista a simpatia do público em qualquer personagem que interprete. Nia tornou-se uma grata lembrança para todos nós desde que a vimos em Casamento Grego, onde interpretava uma engraçada e atrapalhada jovem de origem grega. Nesta comédia romântica ela é Georgia, uma guia de turismo, também de origem grega tentando acertar em seu novo emprego.

O filme passa de leve pela crítica à forma como os turistas são explorados e enganados nos países estrangeiros. E também critica as pessoas que fazem esse tipo de turismo, estereótipos, criaturas mal educadas, grosseiras, sem cultura, consumistas de bugigangas e falsas quinquilharias que levam como lembrança para seus países de origem. Se a Grécia foi o berço da civilização, hoje mais parece um país subdesenvolvido.

Demitida de seu emprego anterior, Georgia tenta uma vaga como professora de História em uma universidade americana. Enquanto aguarda a resposta trabalha como guia em uma agência de turismo. Recebe os piores grupos porque é boicotada pela empregadora – uma senhora grega para lá de brega, com blusa de oncinha – e pelo colega Nicos. Ambos a desejam fora da competição no ambiente de trabalho. Georgia também recebe as piores avaliações dos turistas.

Seu grupo não poderia ser pior, parecem uns trogloditas e beberrões. Richard Dreyfus faz Irv Gordon, o tipo “engraçadinho”, que Georgia detesta. Está sempre fazendo piadinhas. As mulheres divorciadas parecem duas caçadoras. A senhora com o marido quase inválido não é nada simpática. Ainda por cima tem o péssimo hábito de roubar. O casal que vive brigando, só causa transtornos com sua filha adolescente e mal humorada. A garota não ri nunca e só quer ir à praia. Fazer turismo na Grécia para aprender um pouco sobre cultura, história e arquitetura gregas jamais passaria pela cabeça daqueles turistas.

Assim, Georgia está com a vida em ruínas, e revela candidamente que não faz sexo há séculos, quando pensa que a seu lado ninguém entende inglês.

Richard Dreyfus o “engraçadinho” revela o seu outro lado. Transforma-se no alter ego de Georgia e do grupo. É ele que percebe que o motorista (Alexis Georgoulis) mal humorado perde a direção do ônibus e a própria cabeça quando vê Georgia soltando o seu lado feminino e sedutor. Kakas, o motorista era homem das cavernas só na aparência. Aliás, a guia seguia uma sugestão do próprio Dreyfus, não ser tão durona, ter mais jogo de cintura e introduzir a sedução para cativar seu grupo de tapados.
É Dreyfus que faz a cabeça de todos. Com a ajuda dele, Georgia consegue com que o grupo dê uma guinada em seu comportamento. Como um oráculo, em Delfos, na base da brincadeira Dreyfus faz com que cada um possa entender melhor a si mesmo e dar e melhor de si para o outro. Até a senhora larapia, quando resolve presentear Georgia o faz com um objeto que tem nota fiscal e tudo.

Dreyfus fica em alerta, quando Georgia erra o alvo em busca da alma gêmea. Aproxima-se de um dos turistas e não do motorista. Nem a platéia nem ninguém aguenta, o papo idiota do cara falando em seus hábitos de colecionador de melado! Todos enchem a cara, desde o barman! É uma das piadas mais engraçadas do filme. A outra é o sucesso que o motorista faz com as mulheres quando aparece na praia, lindo, bronzeado e musculoso em seu calção de banho. Assim, se Georgia sai em busca do seu kefi, todos os turistas do grupo também revelam o seu outro lado. Não são tão trogloditas assim...

O filme vale a pena se visto ainda mais quando entramos junto com eles em Delfos e depois na Acrópole! Oh Deus, nos abençoe, o Partenon e o Erecteu, templo das cariátides estão diante de nós!

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