terça-feira, 8 de setembro de 2009

SEQUESTRO DO METRÔ 123

Tony Scott, irmão de Ridley Scott é o diretor de The taking of Pelham 123. Os irmãos Scott não são mais crianças, Ridley nasceu em 1937 e Tony em 1944. O irmão mais velho tem um currículo de filmes invejáveis, Rede de Mentiras, Alien o oitavo passageiro, Blade Runner, Thelma & Louise, O gladiador e muitos outros. Os dois irmãos têm trabalhado em parceria em muitos projetos. Em minha opinião um dos melhores filmes de Tony Scott é Déjà Vu, porque mexe com nosso imaginário, alterar o passado e corrigir determinados erros. O filme é tenso, com muita ação e suspense. Acontecem situações onde o personagem, e o espectador se perguntam, já vivi isso antes? Em nossa vida muitas situações parecem já terem sido vividas... É isso que atrai no filme, o Déjà Vu?

Em O Sequestro do Metrô o diretor mostra a mesma capacidade de filmar com movimento e tensão. Cria cenas de tirar o fôlego, como a corrida louca do trem sequestrado. A parceria com Denzel Washington vem desde antes de Dejá Vu. Chamas de Vingança - Denzel era o guarda costas desencantado da menina Dakota Fenning - e Maré Vermelha também trazem Denzel como ator principal.

O Seqüestro do Metrô é uma refilmagem dos anos 70, The taking of Pelham 123. O filme é tenso e violento. Eu esperava que, ambos repetiriam os estereótipos de personagens que criaram para si mesmos, mas não o fizeram, estão ótimos! Denzel é o cara durão. Um homem bonito que pode ser filmado em close, pois continua atraente. Mas, notei que desde filmes anteriores ele está pesadão. Li que Denzel engordou para fazer Walter Garber, o operador de trens. O fato é que há tempo ele perdeu a forma. Se o personagem exigia um cara levemente curvado e mais pesado, Denzel está assim desde muito antes! He, he, he. Ele precisa praticar mais exercícios e comer menos, isso sim é verdade. Denzel pode ser um ator fascinante que nem Clint Eastwood, que apesar da fama tem um corpo horrível, uma cintura lá em cima (nada a ver com idade). John Travolta estava balofo. Agora está bem, fez uma dieta e caminha como que deslizando pela Ponte do Brooklin. O caminhar é o mesmo de outros filmes, não é somente o personagem...

O foco do filme além das cenas de movimento, tensão, gritaria, violência e morte é o embate entre Walter Garber (Denzel Washington) e Ryder (John Travolta). Não é o primeiro filme de Scoot, em que um dos personagens sente-se traído pelas instituições. Ryder era um especulador de Wall Street, que teve sérios problemas, foi preso e agora quer vingança. Seu ato de terror não é pelos 10.000 milhões de dólares em notas de 100,00 que ele exige, caso contrário executará um refém por hora, mas pelo pânico que provocará nas bolsas, em benefício próprio.

Ryder estabelece uma aliança com o operador de trens desde o início. O diálogo entre os dois é revelador. Walter Graber era um executivo que tinha sido rebaixado à funcão de OT por suspeita de suborno. Ryder também se sente traído. Por isso, para ele, o único homem de confiança é Garber, alguém igual a ele, traído como ele.

O início do filme é bonito e tenso. Os personagens são vistos em diversos cortes movimentando-se em direção ao metrô, passageiros, funcionários e sequestradores. Estes possuem aqueles semblantes de mentes perturbadas e tensas, mastigam alguma coisa e se movimentam com decisão. Garber, na estação controla a tudo através do painel eletrônico. Por isso é ele que entra em contado com o vagão de trem, quando vê na tela os problemas com o Pelham 123, em uma referência à hora de partida do trem: 1h 23 minutos.

Ryder descobre que Garber foi rebaixado por acusação de suborno. Quer saber de tudo, sente que o outro foi tão traído quanto ele, por isso precisa saber tudo em detalhes e exige uma confissão.

Quando é contrariado rapidinho vai lá e mata um dos reféns. Muito possivelmente Ryder tem transtorno de personalidade, despreza as obrigações sociais, não sente a menor empatia para com nenhum dos passageiros do metrô. E demonstra o quanto é baixa a sua tolerância à frustração, ao revidar provocando morte e pânico no metrô. Como criatura normal nunca conseguiu descarregar sua agressividade em atividades positivas e transformadoras. O seu padrão é de desrespeito pelo outro. Assim Ryder engana e manipula o outro para obter vantagens pessoais, mente, ludibria e finge. Como personalidade sociopata é altamente irritável e agressiva. Cercou-se de personalidades semelhantes como Phil Ramos (Luiz Guzmán) um antigo funcionário do metrô que conheceu na prisão. Os dois planejaram o assalto.

Tony Scott cria o personagem e Travolta o encarna com perfeição. O visual, de gorro grudado na cabeça, enormes óculos escuros e bigode chinês casam com perfeição com sua personalidade. E Ryder encafifa com Garber, ele mesmo afirma ironicamente? Que Garber seria sua mulher na prisão!

O filme conta com a presença de John Turturro, que faz Camonetti, o policial encarregado do caso. O homem experiente que orienta Garber em sua difícil missão. Mas o ator que rouba a cena é James Gandolfini, fazendo Mayor, o prefeito de Nova York. O ator caracteriza tão bem o político fraco, demagógico e oportunista, que não consigo imaginar o prefeito de Nova York com outro visual, que não o de Gandolfini.

No embate final entre os dois, o que fazem é medir forças. Quem é o mais forte? Um dos revelará finalmente quem é o seu verdadeiro herói.

Assista ao filme e veja se Garber consegue atender ao pedido de sua mulher, voltar para casa com um galão de leite! (4 litros). Afinal o que toda mulher deseja é que seu marido volte são e salvo para casa, sem esquecer as compras do dia!


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