James Cameron escolheu a dedo o ator para Avatar, não poderia ter sido melhor. Lembram-se de Marcus Wright, o ciborgue de O Exterminador do futuro, a salvação? Uma criatura dramática, meio homem, meio máquina e muito sexy? É Sam Worthinghton, o ator que em O Exterminador... nos fez esquecer que o mocinho da história era Christian Bale, o John Connor.
O filme é marcante, magnífico e belíssimo. É merecedor de muitos outros adjetivos semelhantes. Cameron fala de coisas que não pensamos no cotidiano, mas que podemos ter sonhado um dia.
Avatar é uma palavra muito antiga, que virou lugar comum hoje em dia. A wikipédia afirma que Avatar, no hinduísmo é a manifestação corporal de um ser imortal. É a Lenda de Aang, nos desenhos animados da Nickelodeon, é a realidade virtual, ou ainda é o personagem central de games Ultima. Avatara também é o álbum da banda portuguesa Blasted Mechanism. O avanço da internet coloca o Avatar na avant garde, todos falam no seu Avatar. Nos games o Avatar é a projeção do nosso ser mais íntimo. Nos transformamos naquele ser virtual perfeito e poderoso. Mas daí para uma fuga da realidade é um passo. Os verdadeiros problemas e qualquer tentativa verdadeira para solucioná-los passam longe da realidade virtual e do Avatar. O cinema, hoje, o coloca além dessas preocupações .Se eu nunca quis saber de Avatar, me apaixonei pelo filme de Cameron.
Celebra a alta tecnologia. Os atores, a história, a interpretação estão extremamente amarrados pela tecnologia digital. Nós, espectadores ficamos tão envolvidos pela história que não temos tempo para pensar nos passos de elaboração do filme. Os humanóides são pura tecnologia. Cameron filma cenas reais, combinando-as com animações. Mistura as duas para criar a realidade que vemos na tela. Ele afirma que a câmera virtual permitia que visse o que filmava, instantaneamente na animação virtual. (Veja O Estado de São Paulo, 2-12-09). Assim as caras que Zoe fazia, seus grunhidos animais, seus gestos ferozes de desaprovação, que apareciam na Naityri virtual, de fato eram expressões da própria atriz. Ficou ótimo na tela.
Sam Worthinghton encarna Jack Scully, um cadeirante, ex-mariner, que substitui seu irmão morto, na esperança de um tratamento para ter suas pernas de volta. A ficção se passa em 2154, quando um esquadrão de marinheiros viaja à lua de Pandora, que gira em torno do sistema estelar Centauro. O ponto alto do filme - lembra muitos outros de ficção - é a descoberta da cientista, dra. Grace Augustine, interpretada Sigourney Weavear, que permite a transferência da mente e do espírito de um ser humano em estado inanimado, como que vegetativo, para outro. No caso, para um humanóide azulado, magérrimo, com 3,00 m de altura, com rabo e orelhas pontudas - que mexem-, olhos enormes e dourados. São os na'vis. Assim, Jack Scully ganha seu próprio Avatar e conhece a bela Naityri (Zoe Saldanha), que não aparece com seu próprio rosto em nenhuma cena. Ela é a alienígena, filha do grande chefe.
James Cameron, em entrevista à imprensa, quando lhe perguntam se confirmava que Avatar tinha traços de muitos outros filmes como Pocahontas, westerns, Titanic e O Exterminador so futuro responde: "Você pode achar o que quiser. É sua opinião. Cada um vê meus filmes como bem entende. Eu conto a história que quero contar." Assim, lá vai o que penso:
Sigourney Weaver, especialista em viagens interplanetárias, com sua personagem Ripley, em Aliens, o passageiro, também não poderia ter sido melhor escolha. Transforma-se na doutora que opta pela salvação do mundo defendendo a natureza e os povos da floresta. O filme é uma crítica ao capitalismo selvagem que emprega métodos - muito além do terror -, em nome do lucro. A explicação parece simplória, mas é verdadeira. Em Pandora abunda um metal muitíssimo valioso, o "unobtanium", sonho dos países que desejam dominar o mundo, leia-se EUA. O vilão da história é o comandante Coronel Miles Quaritch, que explica a Jack Scully: se ele deve obediência à cientista, é a ele - Miles- que Jack deve se reportar.
Assim, Jack cai na floresta. Seu objetivo é infiltrar-se para informar seus companheiros de destruição. Mas transforma-se em seu próprio Avatar. Seu novo mundo é a floresta, seu povo é povo de sua amada Naityri. Vive aventuras inimagináveis, enquanto seu ser original, o próprio Jack vê aquilo tudo dentro de uma câmara de ressonância magnética. Vê de olhos fechados, de costas para a realidade. Aliás, não é a realidade do nosso mundo que interessa, mas o sonho, a fantasia. Jack - o deficiente- fica feliz, quando vê que tem pernas fortes, corre e corre muito. Seu coração aguenta tudo, é muito forte. É tudo o que um paraplégico, ou um revascularizado gostaria de ter. Jack é cada um de nós, que em sonho supera suas deficiências. Jack é o paraplégico que quer pernas para correr. É o cardíaco que quer um coração forte para correr a maratona. É o deficiente imperfeito. É qualquer ser humano, que sonha ser forte e perfeito.
Como afirma Cameron cada um vê o que quer ver. Então, Avatar é uma homenagem ao cinema, aos cinéfilos, àquelas criaturas que desde seus tenros 8 anos, vivem com os olhos arregalados e grudados na telona do cinema. Àqueles caras que sabem tudo de cinema, são verdadeiras enciclopédias ambulantes sobre a sétima arte. Dispensam arquivos digitais, possuem uma memória prodigiosa. Mas que não querem nem saber das coisas práticas da vida, planejar sua vida financeira, nem pensar. Jack, deitado dentro da cápsula, é o cinéfilo apaixonado, sonhando e vivendo muito mais de mil e uma aventuras. Vendo e vivendo todos os filmes do mundo. Enquanto ele, Cameron conta as histórias que quer contar. Avatar fala desse amor ao cinema também. Homenageia todos os filmes que tratam de temas semelhantes. Até aqueles seriados, em preto e branco, em que o mocinho sentava numa cadeira, relaxava, deixava a cabeça cair e se transformava em um super homem, que voava ou fazia coisas extraordinárias.
Tem gente que mistura filmes, por exemplo, poderíamos misturar Avatar, com 2012. Poderíamos pensar que as previsões dos maias para 2012 tem suas explicações em comportamentos destrutivos como os do grupo de mariners que destroem a floresta e espalham o terror. Ou ainda, com o comportamento das nações que dão as costas para os perigos do aquecimento global na Conferência de Copenhagen. Assim nenhum de nós ficaria surpreso se acontecesse algo terrível em 21 de dezembro de 2012... que transformasse o mundo ... sei lá como...
Mas Cameron traz uma mensagem otimista. A religiosidade de um povo que acredita em sua divindade maior, a união dos povos e a própria natureza trazem a revanche e a vingança da própria natureza. Para nosso mundo só falta a união dos povos...
O filme é marcante, magnífico e belíssimo. É merecedor de muitos outros adjetivos semelhantes. Cameron fala de coisas que não pensamos no cotidiano, mas que podemos ter sonhado um dia.
Avatar é uma palavra muito antiga, que virou lugar comum hoje em dia. A wikipédia afirma que Avatar, no hinduísmo é a manifestação corporal de um ser imortal. É a Lenda de Aang, nos desenhos animados da Nickelodeon, é a realidade virtual, ou ainda é o personagem central de games Ultima. Avatara também é o álbum da banda portuguesa Blasted Mechanism. O avanço da internet coloca o Avatar na avant garde, todos falam no seu Avatar. Nos games o Avatar é a projeção do nosso ser mais íntimo. Nos transformamos naquele ser virtual perfeito e poderoso. Mas daí para uma fuga da realidade é um passo. Os verdadeiros problemas e qualquer tentativa verdadeira para solucioná-los passam longe da realidade virtual e do Avatar. O cinema, hoje, o coloca além dessas preocupações .Se eu nunca quis saber de Avatar, me apaixonei pelo filme de Cameron.
Celebra a alta tecnologia. Os atores, a história, a interpretação estão extremamente amarrados pela tecnologia digital. Nós, espectadores ficamos tão envolvidos pela história que não temos tempo para pensar nos passos de elaboração do filme. Os humanóides são pura tecnologia. Cameron filma cenas reais, combinando-as com animações. Mistura as duas para criar a realidade que vemos na tela. Ele afirma que a câmera virtual permitia que visse o que filmava, instantaneamente na animação virtual. (Veja O Estado de São Paulo, 2-12-09). Assim as caras que Zoe fazia, seus grunhidos animais, seus gestos ferozes de desaprovação, que apareciam na Naityri virtual, de fato eram expressões da própria atriz. Ficou ótimo na tela.
Sam Worthinghton encarna Jack Scully, um cadeirante, ex-mariner, que substitui seu irmão morto, na esperança de um tratamento para ter suas pernas de volta. A ficção se passa em 2154, quando um esquadrão de marinheiros viaja à lua de Pandora, que gira em torno do sistema estelar Centauro. O ponto alto do filme - lembra muitos outros de ficção - é a descoberta da cientista, dra. Grace Augustine, interpretada Sigourney Weavear, que permite a transferência da mente e do espírito de um ser humano em estado inanimado, como que vegetativo, para outro. No caso, para um humanóide azulado, magérrimo, com 3,00 m de altura, com rabo e orelhas pontudas - que mexem-, olhos enormes e dourados. São os na'vis. Assim, Jack Scully ganha seu próprio Avatar e conhece a bela Naityri (Zoe Saldanha), que não aparece com seu próprio rosto em nenhuma cena. Ela é a alienígena, filha do grande chefe.
James Cameron, em entrevista à imprensa, quando lhe perguntam se confirmava que Avatar tinha traços de muitos outros filmes como Pocahontas, westerns, Titanic e O Exterminador so futuro responde: "Você pode achar o que quiser. É sua opinião. Cada um vê meus filmes como bem entende. Eu conto a história que quero contar." Assim, lá vai o que penso:
Sigourney Weaver, especialista em viagens interplanetárias, com sua personagem Ripley, em Aliens, o passageiro, também não poderia ter sido melhor escolha. Transforma-se na doutora que opta pela salvação do mundo defendendo a natureza e os povos da floresta. O filme é uma crítica ao capitalismo selvagem que emprega métodos - muito além do terror -, em nome do lucro. A explicação parece simplória, mas é verdadeira. Em Pandora abunda um metal muitíssimo valioso, o "unobtanium", sonho dos países que desejam dominar o mundo, leia-se EUA. O vilão da história é o comandante Coronel Miles Quaritch, que explica a Jack Scully: se ele deve obediência à cientista, é a ele - Miles- que Jack deve se reportar.
Assim, Jack cai na floresta. Seu objetivo é infiltrar-se para informar seus companheiros de destruição. Mas transforma-se em seu próprio Avatar. Seu novo mundo é a floresta, seu povo é povo de sua amada Naityri. Vive aventuras inimagináveis, enquanto seu ser original, o próprio Jack vê aquilo tudo dentro de uma câmara de ressonância magnética. Vê de olhos fechados, de costas para a realidade. Aliás, não é a realidade do nosso mundo que interessa, mas o sonho, a fantasia. Jack - o deficiente- fica feliz, quando vê que tem pernas fortes, corre e corre muito. Seu coração aguenta tudo, é muito forte. É tudo o que um paraplégico, ou um revascularizado gostaria de ter. Jack é cada um de nós, que em sonho supera suas deficiências. Jack é o paraplégico que quer pernas para correr. É o cardíaco que quer um coração forte para correr a maratona. É o deficiente imperfeito. É qualquer ser humano, que sonha ser forte e perfeito.
Como afirma Cameron cada um vê o que quer ver. Então, Avatar é uma homenagem ao cinema, aos cinéfilos, àquelas criaturas que desde seus tenros 8 anos, vivem com os olhos arregalados e grudados na telona do cinema. Àqueles caras que sabem tudo de cinema, são verdadeiras enciclopédias ambulantes sobre a sétima arte. Dispensam arquivos digitais, possuem uma memória prodigiosa. Mas que não querem nem saber das coisas práticas da vida, planejar sua vida financeira, nem pensar. Jack, deitado dentro da cápsula, é o cinéfilo apaixonado, sonhando e vivendo muito mais de mil e uma aventuras. Vendo e vivendo todos os filmes do mundo. Enquanto ele, Cameron conta as histórias que quer contar. Avatar fala desse amor ao cinema também. Homenageia todos os filmes que tratam de temas semelhantes. Até aqueles seriados, em preto e branco, em que o mocinho sentava numa cadeira, relaxava, deixava a cabeça cair e se transformava em um super homem, que voava ou fazia coisas extraordinárias.
Tem gente que mistura filmes, por exemplo, poderíamos misturar Avatar, com 2012. Poderíamos pensar que as previsões dos maias para 2012 tem suas explicações em comportamentos destrutivos como os do grupo de mariners que destroem a floresta e espalham o terror. Ou ainda, com o comportamento das nações que dão as costas para os perigos do aquecimento global na Conferência de Copenhagen. Assim nenhum de nós ficaria surpreso se acontecesse algo terrível em 21 de dezembro de 2012... que transformasse o mundo ... sei lá como...
Mas Cameron traz uma mensagem otimista. A religiosidade de um povo que acredita em sua divindade maior, a união dos povos e a própria natureza trazem a revanche e a vingança da própria natureza. Para nosso mundo só falta a união dos povos...
Oi Dóris, tudo bem?
ResponderExcluirAinda não vi Avatar, mas pelo que dizem deve ser muito bom.Assim que der vou olhar e deixo mais comentários.
Apareci mais para desejar um feliz Natal e um ótimo 2010.
Abração
Eder
Olá Doris,
ResponderExcluirBelo comentário do AVATAR que pretendo também ver no cinema. Você só não disse se viu em 2D ou 3D, legendado ou dublado.
Abraço