terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A bela Robin é Pippa Lee

Robin Wright Penn é Pippa Lee no filme de Rebecca Miller,"A vida íntima de Pippa Lee". O enredo custa a clarear, quando isto acontece percebemos que não nos identificamos com os personagens. Nem quando Pippa abraça os filhos! Nem no momento em que Herb Lee, o marido de Pippa (Alan Arkin), está morrendo, no hospital, e a família decide desligar os aparelhos que o mantém vivo. E agora? O que faremos? Nos emocionamos somente com Avatares, cachorros , princesas e sapos? Afinal cinema é emoção, não é mesmo?

A história é narrada pela personagem Pippa Lee, na idade madura. Robin Wright interpreta Pippa, uma mulher alta, bonita, magra, loira, quarentona e triste. Nem por isso é menos charmosa e encantora. Robin quase sempre interpreta mulheres torturadas, patéticas e enigmáticas. Lembram? Ela é a jovem companheira de Tom Hanks em Forrest Gamp.

Pippa é casada com o editor, Herb Lee (Alan Arkin), um homem mais velho. Tão velho, que pensamos que era o pai de Pippa no início do filme. Alan Arkin ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em Pequena Miss Sunshine. Em Pippa... parecia ele mesmo, um velho senhor de 75 anos. Personagem antipático, velho teimoso, não aceitava os cuidados que sua mulher lhe proporcionava. Sabia que estava com problemas cardíacos e piorava a situação. Demonstrava ser insuportável, chato e indiferente. Para magoar Pippa resolve traí-la com a melhor amiga- Winona Ryder, que está linda!- . Uma coisa é certa, a velhice não torna as pessoas melhores. Pode acentuar as manias e a intolerância. Aquelas criaturas que nos parecem chatas e insuportáveis não é porque estão velhas e acabadas, sempre foram assim...

Monica Bellucci é Gigi Lee, no passado era a mulher de Herb. Passa pelo filme como um relâmpago e escandaliza a platéia, com sua loucura. Juliane Moore especialista em dramas, agora é Kat, tia de Pippa, uma mulher desalinhada, lésbica e ciumenta. Aliás, o drama de Rebecca Miller possui cenas leves e tragicômicas como o suicídio de Gigi Lee e as brincadeiras perigosas, de Kat com a sobrinha e uma amiga. Outra cena em que não conseguimos conter o riso é quando Sandra Dalls ( Winona Ryder) tenta o suicídio, cortando os pulsos com o aparelho de depilar, - comprado em supermercado- e óbvio, não corta nenhuma veia é claro. Sandra tortura-se por ter traído Pippa, sua melhor amiga.

Três atrizes vivem Pipa Lee, aos sete anos é Madeline McNulty, uma menina fofa, loira e estranha , no mínimo. A jovem Pippa é interpretada por Blake Lovely. Nessa idade, Pippa é uma mulher exótica e misteriosa, que não esconde a necessidade de ser protegida, por isso escolhe o velho Herb. A atriz Blake Lovely está tão bem como a jovem Pippa, que rivaliza com Robin.

O personagem mais interessante é a mãe de Pippa, Suky Sarkissian (Maria Bello). Suky tinha transtornos psíquicos. Era uma mulher muito agitada. Vivia trabalhando intensamente nas lides domésticas. Suky brincava de bonecas com a filha, como se esta fosse a sua Barbie. Adorava Pippa. Mas tinha crises de depressão. Tomava medicamentos que a deixavam chapada e elétrica. Como se diz, não parava quieta, um minuto! As pílulas eram uma mistura que incluía anfetaminas. O pai era ausente. Pai ausente é o maior drama. Mas como é ausente ninguém nota! hi! hi! hi! Resultado, Pippa quase pirou também. Tomou os remédios da mãe, sentia-se culpada pelas crises de depressão de Suky. As duas loucas se abraçaram e gritaram, uma tragédia!

Pippa abandona pai e mãe, vai para a casa da tia. Não dá certo. Cai na gandaia. Exagero, não era para tanto. Ao que parece eram os anos sessenta e a revolta da juventude estava no auge. Seria uma explicação plausível. Termina vagando sozinha até encontrar Herb, um editor que morava em um casarão branco. Parecia uma casa de Richard Meyer - arquiteto norte americano-, com planos brancos, muito vidro, e muita arte moderna. O próprio Herb dizia que morava em um aquário. Percebe-se que esse tipo de filme trata dos problemas da burguesia, mais ou menos como os filmes de Woody Allen, que também têm o "simpático" Alan Arkin no elenco.

O tempo passa, com ele a relação se desgasta. Pippa sente-se culpada por ter abandonado a mãe. Tem crises de sonambulismo. Repentinamente, no meio do sono faz o que seu coração insiste em sentir, procura em Chris Nadeau uma outra forma de amor, mais puro e compensador. O único problema é que Keanu Reaves - o Chris - é um ator muito sem graça, tipo apelo sexual zero. Não convence ninguém. Rebecca deveria ter escolhido outro ator. Por isso, infelizmente, pode-se pensar: Nunca vi um filme tão cansativo, com tantos atores famosos. Ah ! Na cena de sexo tórrido entre o casal, os louros ficam para Robin, pois Reaves mal aparece.

Assim Pippa aposta que o melhor mesmo é sonhar acordada. E viva o futuro, pois somente saberemos quando ele virar presente!


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