domingo, 13 de dezembro de 2009

A Princesa e o sapo

A Princesa e o sapo é um filme novo, mas tem a aura dos filmes da Disney de antigamente. É lindo e emocionante. Não é para menos, John Lasseter, o mago da Disney, depois de esbanjar categoria na animação computadorizada Up Altas Aventuras, em 3D, dá marcha a ré no tempo e faz um filme delicioso, feito à mão.

A Princesa e o sapo é um desenho bidimensional, que remete direto aos antigos filmes da Disney, A Bela Adormecida, Bambi, A Dama e o Vagabundo, Branca de Neve e os Sete Anões ou Cinderela. É para encantar adultos e crianças. Diga-se de passagem, eu era a única adulta sem uma criança pela mão, enfim... Foi possível lembrar a felicidade que os álbuns de figurinhas da Disney provocavam em mim e em minha irmã.

O filme transgride as regras dos contos de fadas. Tudo acontece às avessas. A princesa é negra, bela e cor de chocolate. Quando beija o sapo, que não é outro senão o príncipe Naveen, é ela que vira sapo, e não o sapo que vira príncipe! E para revolucionar ainda mais, o filme é ambientado em New Orleans, terra do jazz e da arquitetura de tradição francesa.

O casal de sapinhos até que é bonitinho. São verdes e musculosos. Notaram como os sapos tem músculos bonitos? Os desenhistas da Disney que o digam. No decorrer da história, a paixão entre os dois, cada dia aumenta mais. Até que o príncipe virado sapo se declara para Tiana: - "Eu te amo"'. Ao que uma criança na platéia responde: - "Eu não"! ( risos). Assim como a princesa, que tinha horror a sapos, ainda não nos habituamos a tocar nesses bichinhos.

O personagem que ganha o nosso coração é o desdentado vagalume, apaixonado por Evangeline, a estrela D'Alva. A Princesa e o sapo, assim como Bambi trata da morte, um tema difícil para todos. É tão triste e emocionante quanto Bambi. Nos faz chorar, e muito. A morte do vagalume é uma luzinha que se apaga devagarinho. Não há o que fazer. Nenhum dos amigos consegue impedii-la. Ele vai embora devagarinho e se transforma numa estrela, que nem o Rilquinho, o meu cachorrinho que morreu. Imagino que ele está no céu me esperando. Então aparece aquela luz ao lado da estrela D'Alva. É o vagalume que virou estrela. Como tudo é passageiro neste mundo, ele agora ficou eterno.

O filme é dirigido por John Muskers e Ron Clements e recomenda máximas como: "Se você pedir um favor para uma estrela, não esqueça, ela é responsável pela metade, o resto você consegue com muito trabalho". Ou, "É preciso cavar fundo para conseguir tudo o que você deseja".

O pântano é visto em cenas belíssimas. Como não comparar com Andersen? O vagalume desliza pelo rio dentro da folhinha esverdeada, num ambiente opressivo e fantástico. Parecia a Mindinha de Hans Christian Andersen, que foi roubada por uma sapa. A menina minúscula que dormia numa casca de noz, deslizava pelo rio, dentro da folha, prometida para o sapo, filho da sapa. Vejam que as duas histórias tem sapos e folhas que navegam pelo rio...

Eu, que já estava conformada em ver os sapinhos apaixonados durante quase todo o filme, pensei que os autores tivessem rompido mesmo com todas as regras, e os mantivessem sapinhos até o final. Mas não! para alegria da criançada e nossa, eles viram príncipe e princesa como todo bom conto de fadas! Não deixe de assistir A Princesa e o sapo. Consiga uma criança e leve-a pela mão. É um belo filme!


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