"Um sonho possível" é um filme muito bom para se ver. Nem sentimos o tempo passar. E ver Sandra Bullock em sua melhor performance é uma delícia. O diretor é John Lee Hancock, que escreve o roteiro a partir da história publicada por Michael Lewis no livro " The blind side: Evolution of a Game".
Sandra Bullock é Leigh Anne Tuohy, uma republicana casada com Sean Tuohy (Tim McGraw), um rico proprietário de restaurantes, em Memphis. Graduou-se na Universidade de Mississipi nos anos oitenta. Entretanto o que interessa no filme não é apenas história de Michael Oher (Quinton Aaron), o big Michael, mas de sua mãe adotiva.
Como sempre falo, ser mãe adotiva é uma experiência única que vai muito além da compreensão das mães de barriga. Elas nunca entenderão esta outra capacidade de amar... Além do que as mães adotivas ainda precisam enfrentar o preconceito das línguas de trapo das amigas. Amigas? Leigh Anne sabia que suas "amigas" não eram amigas de verdade, assim como a Enedina e a Alice eram amigas da Alair (minha mãe). Lembro que ela sempre dizia que precisamos ter amigas. Mas, entre querer e ter vai um mundo infinito de diferença.
Voltando ao filme. Leigh Anne é uma mulher corajosa, que não tem medo de amar o diferente, o jovem abandonado por todos. É ela que abre o caminho para Michael ser aceito por todos, inclusive por sua própria família, Sean, o marido e filhos.
Se Leigh Anne é republicana, conservadora em sua opiniões políticas, também é flexível o bastante para aceitar uma professora democrata (Kathy Bates) para seu filho. Assim, o espectador é feliz ao ver se desenrolar essa história de um amor que dá certo.
Bonito também é ver o crescimento de Michael, um menino que não se comunicava, não parecia ter opiniões próprias, não se saía bem nos estudos, mas que tinha 98% de instinto de proteção. Muitas vezes é a nossa intuição, aquilo que não sabemos explicar muito bem, que se transforma em nossa própria salvação. O instinto de proteção faz Michael indentificar seus companheiros de jogo como a sua grande família, que precisa ser protegida.
E aí, quando essa idéia luminosa se instala em sua mente, por obra da genial mãe adotiva ninguém mais o segura. Transforma-se no Touro Ferdinando, das histórias que Leigh contava. Ganha todos os campeonatos. É disputado por todos os times de futebol americano.
O pequenino Sean Tuohy Junior (Jae Head) com seu tapinha de mão - como cumprimento- é uma das atrações do filme. Adoro quando ele fala aos empresários, que ele e o irmão são muito próximos, por isso precisa fazer todas aquelas exigências. Outra das melhores cenas é quando Sean Junior treina o grande Michael, que o transforma literalmente em peso quando faz os exercícios de bíceps!
Sandra Bullock está graciosa, magrinha e empertigada em seus vestidos justos. Escondendo seus verdadeiros sentimentos de mãe, escondendo suas verdadeiras emoções até que Michael percebe e pergunta ao pai: '' Por que ela sempre faz isso?". Vai lá e cobra aquele grande abraço de mãe, abraço entre mãe e filho. Uma emoção só! Vale a pena ver. O Oscar para Sandra Bullock foi merecido!
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