sábado, 3 de julho de 2010

A Jovem Rainha Vitória (The Young Victoria)

De longe ouvimos falar sobre a personalidade da Rainha Vitória. O cinema nos mostrou sua força na conquista do mundo, quando os navios ingleses eram vistos, saindo debaixo de sua saia. Sabíamos também que, na inauguração da Exposição do Príncipe Albert, em 1851 - quando 6000 pessoas visitaram o Palácio de Cristal, de Joseph Paxton - ela afirmou ter sido o dia mais feliz de sua vida. Pelo menos agora todo estudante de arquitetura já ouviu falar no Palácio de Cristal de Paxton. Será?

Somente não sabíamos que sua vida também tinha sido um conto de fadas. Pelo menos é isso o que Jean-Marc Valée nos mostra. A sala de cinema estava repleta de senhoras da sexta idade. Para mim agora existe até a nona idade mais ou menos. "A Jovem Rainha Vitória" é um filme que atrai muito às senhoras dessa faixa etária. Lembro o filme da vida de minha mãe: "E o Vento Levou", não poderia ser diferente. Ela amaria a história da Rainha Victoria. Eu continuo fascinada por ''Abismo de um sonho" e "Dois Destinos". Nada a ver com nenhum desses filmes. Pouco importa, adorei a Rainha Victoria. No fundo a classe média ama histórias de reis e rainhas, a riqueza dos palácios, o "décor" paladiano, repleto de móveis, veludos e dourados.

Mas com vidraças sujas e pior - como afirmei sobre o filme de "Keats" - todos ainda assombrados por doenças que poderiam ser evitadas se as pessoas lavassem as mãos, e se existisse saneamento básico - como bem lembra Moacyr Scliar em seu livro sobre a História da Medicina. Viram? Quem estava coberta de razão era enfermeira Florence Nithingale, até Le Corbusier passou a acreditar em suas idéias. Essa dura "História da Merda" é terrível... Óbvio, o filme não toca no tema. Mas ao longe percebemos sua presença. Até o Príncipe Albert morre de febre tifóide... Sabiam que existem sérios trabalhos de pesquisa sobre o tema? Teses de doutorado defendidas? Leiam Alain Corbin.

Victoria de Kent e Albert of Saxe-Coburg-Gota formavam o par perfeito, príncipe e rainha. Ela, uma mulher forte, mostrou força e personalidade desde muito jovem, quando não permitiu que Sir John Conroy (Mark Strong), o companheiro de sua mãe (Miranda Richardson) lhe usurpasse o trono. A Rainha Victoria sucedeu ao tio, o rei William, interpretado pelo simpático Jim Broadbent.

O filme mostra cenas de impacto, clichês, como o badalo dos sinos na cena do casamento. E cenas do cotidiano adoráveis, mostrando a dedicação da rainha a seu bicho de estimação. Diga-se de passagem, o cachorrinho é um ator bem treinado. Depois do banho, nem se sacode todo, espalhando água e pelos para todo lado, como fazem os cachorros normais, é claro. Amei a cena do banho. E amei as cenas em que o casal revela seu verdadeiro amor. Tiveram nove filhos!

Bem, Victoria, bela e expressiva, no auge dos seus 25 anos, somente na interpretação de Emily Blunt. Conhecemos as imagens da Rainha Victoria, em seus 40 anos de viuvez, gorda, baixinha e vestida de preto. Rainha Victoria bonita e charmosa, só na versão cinematográfica de Jean-Marc Valée.

Observem, a Rainha Victoria estava rodeada por dois homens lindos! O Príncipe Albert, louro, jovem, de bigodes, interpretado por Rupert Friend e, pasmem, Paulo Bettany era o manipulador Primeiro Ministro, Lord Melbourne. Bem que ele tentou manipular a rainha, e quem sabe insinuou-se como pretendente? Mas foi sincero o bastante para dar-lhe o conselho de dividir responsabilidades com seu príncipe. Em 2009, Paul Bettany interpretava Charles Darwin, em "Creation" (aqui), um belo filme. Agora não deixem de conferir o ótimo elenco de "A Jovem Rainha Vitória".


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