segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Incontrolável (Unstoppable)

Denzel Washington e Chris Pine protagonizam os dois heróis maquinistas que tentam parar com sua locomotiva um trem desgovernado. O diretor inglês Tony Scott é irmão de Ridley Scott, também diretor de filmes como Robin Hood, Rede de Mentiras, Cruzada e o Gladiador. Tony trabalhou com Denzel Washington cinco vezes desde Maré Vermelha, Chamas da Vingança, Déjà Vu até O Sequestro do Metrô. Destes, gosto de Déjà Vu porque brinca com a idéia de nosso desejo de mudar os acontecimentos ou as inevitáveis tragédias, em questões de segundos. Assim poderíamos alterar o passado e futuro. As parcerias entre Denzel e Scott revelam um ator em tudo super herói, um pouco exagerado. Apenas alguns detalhes na vida do herói precisam ser aparados.

Em Unstoppable Denzel Washington é Frank, o maquinista que recebe seu aviso prévio, enquanto Will (Chris Pine) de Star Treck é o jovem condutor, com quem vai dividir responsabilidades na direção da locomotiva. Aflora a tensão entre os dois, um considerado praticamente idoso e o outro, o jovem que exerce função semelhante a do experiente Frank. A disputa termina em cumplicidade e ambos se unem para a grande aventura.

Denzel está mais humano, um pouco menos super herói, o que atrai a simpatia do público. Inclusive ao longe vislumbra-se uma sombra branca nos cabelos quase raspados de Denzel. Seriam curtíssimos cabelos brancos?

Efetivamente o personagem principal é o trem. Os dramas dos personagens são detalhes para contextualizar a história. É o ente diabólico, desgovernado, que engole tudo a sua frente, filmado sob diversos ângulos, nas mais criativas tomadas, em fantásticas curvas. Os recursos de tele objetiva aproximam o monstro do espectador. Adoro as cenas em que o trem, à distância parece muito próximo vencendo inexoravelmente as curvas da estrada, aproximando-se perigosamente da zona urbana de Stanton, onde poderá descarrilar com sua carga perigosa.

Entre as mais fantásticas cenas estão as filmagens por baixo daa máquina mortífera que esmaga o espectador, loucamente desgovernada. No início, o diretor prepara o suspense, com o trem atravessando campos, arrabaldes, aproximando-se das cidades. De início, ninguém parece muito preocupado. O funcionário gordo e displicente, irresponsave,mente, desce do trem já em movimento. Balofo, não consegue subir de volta na locomotiva que se afasta como uma fantasma sem motorista. A chafe de trem, Rosario Dawson, de início não percebe a gravidade da situação. Aliás, nenhum ator é muito convincente, com exceção dos dois heróis. As filhas de Frank e o resto dos funcionários da ferrovia acompanham a trajetória desgovernada pela televisão. Quando vibram parece que estão assistindo a um jogo de baseball.

Tony Scott não consegue envolver a platéia dentro de seu próprio filme, muito menos a do cinema. Exatamente uma hora após o início, Denzel Washington entra em ação. Mas o herói quase um "retired" - um aposentado - deixa para o jovem Chris Pine as cenas de ação, as clássicas cenas de pular de um carro em movimento para o trem incontrolável. Ou a perigosa missão de engatar o trem louco na locomotiva pilotada por Denzel Washington e que anda de ré. Genial não é?

Fora essa simplificação na criação cinematográfica, onde dramas não interessam, as cenas de ação são belíssimas. Denzel continua o charme que sempre foi e Chris Pine é o novo herói.


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