"Flores do Oriente" foi indicado pela China ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro ao Oscar de 2012. Baseia-se na novela de Yan Geling "13 Flowers of Nanjing". É a primeira vez que o diretor, Yimou Zhang filma com um estrangeiro. Christian Bale é John Miller, o agente funerário que tenta escapar do massacre a que os japoneses submetem a cidade de Nanquim, em 1937.
Christian Bale é o anti herói, cheio de defeitos. Revê seus conceitos sobre o que fazer de sua própria vida. O personagem lembra John Wayne em Bravura Indômita. John Wayne, o herói dos westerns, respeitava as mulheres em seus filmes. Elegante e educado, podia ser um beberrão desajeitado, que levava tombos - como em Bravura Indômita - mas jamais deixaria de defender mulheres e crianças fragilizadas. Por maiores defeitos que tivesse, grandeza e dignidade seriam palavras adequadas para definí-lo. O mesmo pode-se dizer de Christian Bale em "'Flores do Oriente".
A história é verdadeira e conta a luta dos sobreviventes para escapar ao ataque japonês. A saga de sobrevivência e redenção é contada a partir da versão da menina Shujuan Meng (Xinyi Zhang). John Miller procura abrigo na Cathedral de Winchester, onde George (Huang Tianyan), o menino chinês, toma conta das órfãs que estudam no convento. Quase todos os soldados chineses são massacrados, restam poucos sobreviventes. A Cathedral parece ser o local adequado para John buscar abrigo.
Ni Ni, a bela atriz chinesa interpreta Yu Mo, uma das prostitutas que também busca proteção na Cathedral. Na primeira parte do filme as cenas de morte e violência não têm precedentes. O diretor narra o vedadeiro horror a que os japoneses submeteram os moradores de Nanquim. O curioso é que na vida real, quando o filme foi lançado, o alcaide de Nagoya, Takashi Kawamura negou o massacre de 300.000 civis, criando e acentuando um clima de tensão entre China e Japão. Como se alguém pudesse acreditar, como quando Ahmadinejad afirmou que não houve holocasto na Segunda Guerra Mundial!
Em seus filmes Yimou Zhang narra os pequenos conflitos que se estabelecem entre personagens acuados e sob tensão. Narra problemas cotidianos das pequenas vidas. Os personagens se humanizam, crescem e alcançam grandeza e redenção. Incorporam pequenos grandes heróis que salvam o mundo. As meninas órfãs que parecem um bando de bonecas tristes e inconsoláveis entram em conflito com as cortesãs e prostitutas. Na grande tragédia os japoneses invadem o espaço sagrado, matam e violentam... Cada um precisa rever seu comportamento para sobreviver.
A face do inimigo mostra-se na figura do Coronel Hasegawa, que nem o nazista Hans Landa (Christoph Waltz) de "Bastardos Inglórios", o coronel é insinuante, charmoso, disfarça que é a própria maldade. Afirma amar música e canto e convida as meninas para uma apresentação...
John Miller deixa de ser o agente funerário. Incorpora seu papel de padre, protetor de meninas e prostitutas. Faz o que sempre soube soube fazer. Detalhe, o cliente de John recebe seu tratamento deitado e imóvel. Com muito bom humor o diretor mostra uma certa paz entre os personagens nesta segunda parte. Não se ouvem os estouros dos canhões. Porém todos sabem que o oficial japonês contou e exige treze meninas. Como ali somente estão doze, teremos a revivavolta que decide o final desta histórica trágica e verdadeira. Não perca, Christian Bale está ótimo, lindo! Tão bom que esqueci que era tatibitati .
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