quinta-feira, 17 de maio de 2012

O exótico hotel Marigold

"O Exótico Hotel Marigold", realização de John Madden, lembra as filmagens das histórias de Ágata Christie. De fato, não se trata de uma história de crime ou suspense. A semelhança fica por conta da caracterização dos personagens. Um grupo de idosos viaja à Índia em busca de paz, descanso e até diversão, quem sabe? Hospedam-se no Hotel Marigold. A história é previsível, todos nós a conhecemos. Nem por isso é uma má história. Não existem razões para não querer assistí-lo. Preconceito? Deixe para lá e divirta-se. Os atores dão credibilidade à história. Judie Dench, a chefe de 007 (Cassino Royale), está bela na plenitude de seus 78 anos. Viúva, de repente teve que assumir as dívidas do marido.

Bill Nyght é o outro idoso. Excelente ator, transforma-se no senhor frágil, muito magro e completamente sem bunda! É isso mesmo, o corpo humano vai se transformando. É inevitável.  Bill é uma criatura tão gentil, que não assume a coragem de dizer para sua mulher o que de fato pensa dela: que é uma megera.

A megera, nem dá para olhar direito. Porque se olharmos demais aquelas pessoas odiosas, veremos que elas babam, escorrem batom pelas rugas, têm dentes destruídos, manchados e olhar de jibóia. Quando falam, de fato soltam cobras e lagartos. Há! Essas pessoas são lustrosas! Melhor nem olhar para não enxergar tantas coisas desagradáveis na megera.

Pobre Bill Nyght aturando tal criatura e de repente, encontra-se com Judie Dench!

Tom Wilkinson, acho que pela primeira vez consegue fazer um personagem simpático. E de saída vai explicando  "I am gay", caso alguma senhora desavisada o aborde. Os outros dois atores, Celia Imre e Ronald Pickup, estão na Índia em busca de aventuras. Enfim, todos eles, idosos, estão em busca de si mesmos, de se reinventar e preencher suas vidas. Maggie Smith faz a solteirona doente e preconceituosa, que consegue rever sua forma de ver o mundo e pensar "outro". Se tudo acontece um pouco rápido demais, é assim mesmo que deve ser. Os idosos não podem esperar para viver o futuro, nem podem esperar para pedir que alguém adivinhe o futuro. Eles precisam, com certeza e com urgência, inventar logo esse futuro!

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