segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Antes que o Mundo Acabe

Ana Luiza Azevedo a diretora de "Antes que o Mundo Acabe" é uma talentosa gaúcha, integrante da Casa de Cinema de Porto Alegre. Foi assistente de longas de diretores como Jorge Furtado, Carlos Gerbase e Carlos Reichenbach. "Antes que o Mundo Acabe" é um filme delicado, com um toque feminino, de quem possui experiência em conflitos familiares, vida em família, relacionamento entre irmãos, maridos, esposas e ex-maridos. A história baseia-se no livro "Antes que o Mundo Acabe" de Marcelo Carneiro da Cunha.

Daniel (Pedro Tergolin) é um adolescente, que mora em uma cidadezinha no interior do Rio Grande. É filho de pais separados. Mora com a mãe. Poderia ser a história de qualquer adolescente, de qualquer lugar. Daniel ganhou o mesmo nome do pai, um fotógrafo que desistiu da família e foi morar na Tailândia. Se não abandonou o filho, privou-o de sua presença enquanto o menino crescia. Daniel-pai (Eduardo Moreira) fica doente e revê sua vida. Lembra-se do filho. Surge o desejo de reatar relações e rever Daniel. Nesses momentos difíceis, quando as pessoas adoecem, repensam suas vidas. Às vezes mudam... É a vantagem que temos, de ficar à beira da morte. Daniel-pai que aparentemente abandonou Daniel e não teve coragem de assumir determinados encargos na vida, agora quer rever o filho a todo custo.

A história é narrada na visão da irmã menor, Maria Clara (Caroline Guedes). O roteiro de Jorge Furtado, Ana Luisa, Giba Assis Brasil e Paulo Halm tem o caráter e o estilo politicamente correto e reconhecível de Jorge Furtado. É possível constatar a assinatura do diretor. Possui o mesmo tom de Ilha de Flores. Assim , Furtado fala através da caçula. A relação entre Daniel e Maria Clara reproduz a rivalidade entre irmãos, que no fundo se amam muito, mas vivem para infernizar um a vida do outro.

"Antes que o Mundo Acabe" é o título de uma exposição em que Daniel-pai participa com suas fotos geniais. A idéia de ganhar como novo, o seu velho e verdadeiro pai é o tema do filme. Isso contribui para enriquecer o personagem. É ressaltado como o aspecto positivo para o futuro e para o amadurecimento do jovem Daniel. Daniel-filho não apenas ganha novamente a figura do pai, como mantém seu outro pai. O padrasto (Murilo Rossi) assume com rara felicidade a figura do pai. Quando não tem como resolver os problemas, convida Daniel para fazer pão, acalmar os nervos e esfriar a cabeça. Alguma vez passou pela sua cabeça essa idéia genial? O padrasto tem todos os predicados, além de tudo é apaixonado pela mãe Elaine (Janaína Kremer).

A delicadeza, a visão da cidade do interior, a falta de perspectivas, os conflitos com colegas e os primeiros namoros correm em paralelo. Gostei mais dos personagens e das interpretações de Daniel e da irmã Maria Clara. Confira.


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