sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu e meu guarda-chuva

Toni Venzolini, o diretor de "Eu e meu guarda chuva" é um poeta. Por isso seu filme tem muita doçura, mostra a mais doce visão da infância, e da relação do menino com a mãe e amigos. Se "Eu e meu guarda chuva" é um filme para crianças, os adultos que levarem seus filhos se identificarão com aquele passado idealizado, onde tudo termina dando certo. Venzolini fala através de seus personagens, diz que "a tristeza é boa para passar pelas coisas da vida e sair dela melhor". Assim Eugenio (Lucas Cotrim), o menino apaixonado por Frida (Rafaela Victor), a vizinha de 11 anos, queria que todo dia fosse hoje - para ficar perto dela- e que toda hora fosse agora.

Para não esquecer o tempo passado, tão distante que parece ficção, o filme nos fala que "existir é ser prisioneiro da terra, e que nosso amor é feito de memórias". Eugenio sofre sua primeira perda, a morte do avô provoca tristeza, vazio e sofrimento. Nada que o tempo não possa concertar, por isso os doces momentos de convívio com o avô passarão a fazer parte das memórias de Eugenio e o guarda chuva simbolizará a presença do avô, que agora que não tem mesmo o que fazer - está em outra dimensão -, poderá acompanhar Eugenio em todas as suas aventuras.

Não pude conferir a reação da platéia, pois a platéia era eu mesma. Tive uma sessão particular de cinema. Posso afirmar que gostei muito do filme-poesia, e que me diverti muito com o fantasma do Barão von Staffen, interpretado por Daniel Dantas. Mais engraçado ainda foi quando o Barão começou a fazer perguntas para os alunos prisioneiros e depois, quando eles não souberam responder, teve um ataque de raiva, tão grande que o fulminou! O Barão perguntava: "Qual é o nome da rainha que morreu na guilhotina?" " Qual é o valor de PI?"(no Note não tenho o símbolo). "O nome de quem aboliu a escravatura no Brasil?" "Qual é o nome da capital tcheca? "(essa ele devia perguntar para a Alair, minha mãe, que sabia o nome de todas as capitais!). Vocês já pensaram se algum professor resolvesse dar como presente, na prova para os alunos a questão: - "Qual o nome da maior cidade do Império Romano? ou "Qual o nome da cidade fundada por Romulo e Remo? E se eles errassem ? he... he...he... o professor era capaz de ter um infarto que nem o Barão von Staffen! É por uma dessas que hoje em dia os professores devem estar preparados! Professores não desistam! Sempre pode aparecer uma aluna como a Cíntia Ribeiro em suas vidas! Ela arrasou quando leu em voz alta, para a turma, as respostas que escreveu na prova!

E não deixem as salas de cinema vazias, corram para assistir "Eu e meu guarda chuva" pois é um bom filme!


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