Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal formam o casal nada perfeito em "O Amor e Outras Drogas", em cartaz no Unibanco Artplex. O filme é dirigido por Edward Zwick. Família reunida, pais e filhos discutem empregos e realização profissional. É a família de Jamie (Jake Gyllenhaal).
Como milhares de outros, os pais de Jamie sonham que o filho tenha a mesma profissão do pai, médico. Mas Jamie não consegue, tem a Síndrome de Déficit de Atenção, além do que, quer mesmo é contrariar o pai. Assim, consegue entrar para o ramo da indústria farmacêutica. O sonho é chegar à Chicago, mas para isso terá que convencer ou subornar muita gente. Bajular médicos, secretárias e enfermeiras para enfim conseguir empurrar novos medicamentos que serão receitados de forma maciça para os infelizes doentes. Hoje em dia, muitos médicos estão conscientes e sabem dos perigos que representa prescrever medicamentos "sugeridos" pelos grandes laboratórios. Sabem do risco que muitas pacientes correm ao fazer reposição hormonal. Você notou que atualmente fala-se muito em depressão ou também em transtorno de déficit de atenção? Qualquer coisinha o paciente é classificado nesta ou naquela doença, e dá-lhe Prozac ou ritalina. "O amor e Outras Drogas" trata dessas e das drogas do amor como dois lados de uma mesma moeda. O filme se passa no auge do Prozac, medicamento que rendeu fortunas à Elli Lilly.
Jamie além de ter o trabalhão de cooptar o médico de ética flexível, tem que enfrentar o duplo concorrente ao tentar colocar no mercado o também anti depressivo Zoloft do Laboratório Pfizer. O cara grandalhão que subornava todas as mulheres para vender seus produtos também era o ex de Maggie.
Os problemas aparecem dois dois lados. A situação esquenta quando o Viagra é lançado no mercado incendiando o imaginário dos senhores aposentados de cabelos brancos. Se Jamie é arrivista, não quer compromisso com ninguém e só pensa em subir na vida, ela Maggie (Anne Hathaway) é uma jovem de 26 anos que possui sintomas precoces de Parkinson.
O que não convence muito são as três partes meio descoladas do filme, a do Jamie "vendedor" charmoso e falastrão, o tempo do sexo descomprometido até chegar ao momento de humanização do personagem. Com Maggie acontece o mesmo, ela também não deseja comprometimento nos relacionamentos amorosos. Sabe que sua doença evolui para estágios cada vez mais difíceis.
Assim as cenas de sexo animal tornam-se lugar comum, até os personagens se cansam de tanta irresponsabilidade. Maggie entra para um grupo de apoio, se convence que é preciso viver com dignidade e enfrentar desafios. Descobre que portadores de Parkinson podem fazer coisas inimagináveis como tornar-se atletas, corredores. Maggie descobre que exemplos de superação podem transformar sua vida. É preciso sonhar e ter metas a atingir. Quando menos esperam estão verdadeiramente apaixonados. O tempo passa, Jamie vai ficando fraquinha e debilitada. O casal precisa tomar decisões vitais.