De Michel Leclerc, "Os nomes do Amor" surpreende pela ousadia da personagem, liberada demais, tudo num tom de brincadeira e mistura entre sexo e política na França. A história "éttonante" fala de uma jovem belíssima (a atriz Sara Forestier), que no filme chama-se Baya Benmahmoud, filha de uma ex-hippie que casou com um imigrante argelino. Como a mãe, Baya tem profundas convicções políticas. Detalhe insólito, para fazer a cabeça de todos os homens conservadores que passam por sua vida, ela transa com eles. A técnica, se faz como no reflexo condicionado das experiências de Pavlov. Você lembra? Ele oferecia comida e o bicho salivava. Depois Pavlov dava o choque e o bicho salivava. Em determinados momentos das relações sexuais de Bahia com seus homens conservadores, ela incute neles, novos pensamentos, que poderão libertá-los das idéias tacanhas e fascistas. A lógica de seu comportamento é explicada de forma jocosa. Existe um drama na família - simplesmente existe-, e sobre o qual ninguém pode fazer nada. Quando menina, Baya foi abusada sexualmente pelo professor de piano. Contou a tragédia para os pais. O pai argelino, furioso, não pode fazer nada. O infame professor fugiu e tudo ficou por isso mesmo. Assim, Bahia coleciona homens e explica que muitas crianças abusadas sexualmente na infância podem adquirir esse desvio de comportamento. Quando se tornam adultas podem se transformar em putas, como ela! Baya encontra o seu oposto. É Arthur Martin ( Jacques Gamblin) , de fato ele não é quem diz que é. Sua mãe é judia. Ainda criança foi libertada de um campo de concentração. Recebeu o nome de Carvalho e não se falou mais nisso. Se na família de Baya tudo é muito anti convencional, na de Arthur impera o silêncio. Ninguém pode falar nada que lembre o passado e o sofrimento dos judeus na Segunda Guerra Mundial. A família pensa que esse passado deve ficar enterrado. Baya nem pode dizer para a sogra que fez o bolo no "forno''! Assim , "Os nomes do Amor" critica e faz uma reflexão sobre a pluralidade que é a França da atualidade, onde não há como deixar de considerar as diferentes culturas, francesa, judaica, muçulmana, etc.. Michel Leclerc critica em tom de comédias os políticos franceses dos últimos anos, de Miterrand, Lionel Josplin a Sarkozy. Baya votou por engano neste último. Será que foi responsável por sua eleição? Fica mortificada bem na hora do parto. Não é para menos. Genial nesse filme é a atuação de Sara Forestier. Com todos os seus problemas, Bahia é uma mulher liberada como poucas vezes vimos no cinema. Acha normal andar sem soutien, sem precisar queimá-lo como fizeram as feministas dos anos 60. Anda com um camisola-vestido que cai para o lado e deixa o seio à mostra, tudo muito natural . Até o dia em que está tão atrapalhada com seus esquecimentos, que sai para a rua pelada. Ela tinha déficit de atenção? Bem eu conheço algumas pessoas que têm déficit de atenção. Vão para o cinema e deixam a faxineira encerrada dentro de casa, ou ficam matutando se devem ou não usar um vestido tomara que caia. Credo, pensem em Bahia e em sua libertação. No auge da atrapalhação nossa heroína esquece de se vestir. Tudo bem, sai para a rua usando somente os sapatos! Dá-lhe mulher liberada! Adorei Baya Benmahmoud! Acho que ela não deve tomar Ritalina, nem pensar.
domingo, 8 de janeiro de 2012
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