domingo, 1 de janeiro de 2012

Tudo pelo Poder

George Clooney dirige "Tudo pelo Poder" um filme centrado no personagem que seria coadjuvante. Ryan Gosling vive o papel de Stephen Myers que ao lado de Paul (Philip Seymour) comanda a campanha política do governador Mike Morris, interpretado pelo próprio George Clooney. O título original "The ides of march" refere-se aos idos de março, na peça original de Shakespeare “Estai atentos aos idos de março”, quando um vidente alerta sobre os perigos a que o imperador César, estava sujeito. Não é levado a sério. O título do filme refere-se à data em que Brutus, filho adotivo de César o assassinou, em 44 A.C. . É interessante a comparação entre o mar de intrigas que assolava a vida política dos imperadores romanos e as campanhas políticas norte-americanas.


O filme é baseado na peça de Beau Willimont, "Farragouth North", com um elenco de primeira. Além de George Clooney, Ryan Glosnig, Philip Seymour, Marisa Tomei e Paul Giamatti temos a presença da jovem Eva Rachel Wood, como a estagiária Molly. Philip Seymour é sempre muito convincente, Paul Giamatti também, embora esteja cada dia mais horroroso. Ambos estão com barrigões desastrosos. Duvido que fossem imprescindíveis para comporem os personagens. A face furiosa de Giamatti fica acentuada pela arcada dentária. Observe, quando ele rosna para Stephen fica parecido com a sofrível versão digital dos lobos, no filme "Amanhecer".




No início a jovem estagiária entra com a bandeja de café no meio da multidão que se aperta para ouvir o candidato. Como a indicar um ciclo de permissividade e corrupção que não tem fim, no final Molly é substituída por outra, tão bela quanto ela, repetindo eventos que se repetem, de forma cíclica. O candidato a presidente é substituído por seu assessor como peça importante no decorrer do filme. Seus deslizes, paixões e fraquezas movem um exército de assessores e jornalistas ávidos por escândalos e notícias que façam pender a balança para republicanos ou democratas. Todos eles são faces de uma mesma moeda. Muita coisa remete à vida de ex-presidentes americanos que se envolveram com amores extra-conjugais. As verdadeiras esposas também se repetem, na vida real e na ficção. Não abrem a boca, dignas, arrasadas e aviltadas aguentam tudo para ganhar a recompensa final, manter o status ou se transformar em primeira dama dos Estados Unidos da América.



Enquanto suas amantes se suicidam, os presidentes mantém o discurso que refirma não serem religiosos, nem drogados, que não possuem compromisso com ninguém a não ser com a obediência cega à Constituição dos Estados Unidos da América ,única instituição a que são servos e se empenham em honrar e respeitar. Enquanto isso, entre um discurso e outro, na cama com secretárias ou estagiárias fazem parecido com os romanos, subvertem todas regras de moralidade e conduta. Transgridem. Esses deslizes são cruciais para que assessores predadores como Stephen Myers se aproveitem do momento certo e da hora certa para se transformarem em políticos tão importantes ou quase como o presidente. Não perca , o filme é muito bom!


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