segunda-feira, 20 de julho de 2009

A PROPOSTA

Sempre que ouço o nome de Sandra Bullock penso que devo ir ao cinema. Mesmo que o filme reproduza os chavões de Hollywood. Mesmo que Sandra Bullock não seja mais aquela.

Margaret Tate (Sandra Bullock) é uma editora, daquelas que “se acham”. Margaret Tate poderia ser um trocadilho com Margareth Tatcher, a mulher que comandou a Inglaterra com mãos de ferro. Parece uma figura de desenho, foi essa a intenção de sua caracterização. É mais um estereótipo criado pela indústria cinematográfica. Como uma rainha, muito alta mesmo, de saltos, muito altos mesmo, com uma saia escura, comprida e de cintura alta ela faz tremer os computadores quando entra no escritório. As mensagens viajam na velocidade da luz. Preparem-se colegas! Ela está chegando! Mesmo que não tenhamos refletido muito sobre a fórmula de alguns filmes comerciais, certamente A Proposta segue à risca a tal fórmula. Tate é o protótipo da mulher arrivista, que não mede seus passos para subir na vida e realizar suas ambições de mando.

Além de colocar seu dedinho na moleira dos funcionários, Tate não tem o menor prurido em despedir colegas que em sua maneira de ver as coisas, deixaram de ser úteis. Mas já não vimos isso em O Diabo Veste Prada em que terminamos adorando a megera? Onde Meryl Streep estava muito mais charmosa que na vida real? Viram como ela estava sem graça na festa do Oscar?

Bom, a deusa, que se achava a tal cai numa sinuca quando fica sabendo de seus problemas com a Imigração. Precisa de um visto urgente para não ser deportada para o Canadá. A saída de última hora é revelar suas intenções de namoro, noivado e casamento com o jovem Andrew (Ryan Reynolds de "X-Men-Origens: Wolverine"), que só queria publicar seus trabalhos e nem sonhava o que estava acontecendo.

O certo é que os dois formam um belo casal. Se Sandra é grandona e ainda está bonita, Reynolds também é um jovem muito alto e bonitão. No geral, a gente até esquece o seu nariz de bolota na ponta.

Entre mentiras, os dois terminam no casarão da família de Andrew, no Alaska. Como não poderia deixar de ser, nos romances e livros que tratam do tema, o herói, no início se dá mal. Seus hábitos e roupas são deslocados para as situações. Tate tem dificuldades para chegar ao barco, vestida nos trinques, de salto alto. Lembram de A cidade e as Serras, de Eça de Queiroz? Não é exatamente como Jacinto?- o personagem do livro de Eça - que Margaret Tate reencontra os verdadeiros valores da vida simples? Não é afastado da quinquilharia tecnológica que Jacinto encontra a felicidade?

Por trás da máscara que mostra uma mulher fria e calculista, existe a bela, e sensível Tate, que está lá, dentro de si mesma escondida. No Alaska é tão bem recebida pela família de Andrew, que se dissolve a máscara de gesso da insensibilidade. Tate, que era uma mulher solitária e sem família - um pouco gata borralheira - sente-se muito mal ao enganar mãe e avó, que se desdobram em zelos e mimos para com a dupla. As piadas ficam por conta da cena de nudez do casal e da cachorrinha que implicava com Tate, ou da grossura do bailarino, na despedida de solteira.

Assim Margaret Tate sobe ao altar, usando o antigo vestido de noiva que pertence à família. Mas as reviravoltas acontecem. Mesmo sendo um chavão, vale conferir A Proposta. Recomendo para os jovens, acho que irão gostar desta comédia romântica dirigida por Anne Fletcher.


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