domingo, 26 de julho de 2009

STELLA, O OUTRO PONTO DE VISTA

Depois que li o comentário de Pedro Ceballos e que conversei com a minha terapeuta sobre o filme Stella, reconsiderei algumas afirmações que fiz em meu comentário sobre o filme.

Quando Bubu senta ao lado de Stella, na cama, ele oferece o livro, coloca a mão obscena no ombro da menina e avança. Avança e inicia o abraço pecaminoso, que tanto nos revolta. Sylvie Verheiden não mostra além. Fiquei sabendo que o filme em parte é autobiográfico. Na cena seguinte Stella desce as escadas. Fiquei aliviada pensando que ela teria escapado do pedófilo. Mas num ambiente permissivo como o da casa de Stella isso dificilmente aconteceria. Considerando que a mãe traía o pai dentro da própria casa, que era um vale tudo, Stella dificilmente escaparia do abuso.

Na verdade a menina não amadureceu para acolher a mãe em seus braços. A inversão de valores fez com que a mãe se aconchegasse nos braços da filha, uma criança, que na inocência de seus 11 anos não tinha capacidade de perceber os verdadeiros problemas que a cercavam. Mas, Stella teve a coragem de tentar colocar um limite na mãe, quando levantou a arma para ela e o amante. Não conseguiu. Na verdade a menina não gritou, não berrou, não esperneou, não deve ter se admirado com o que aconteceu. Era assim mesmo em sua casa, tudo era permissividade. De fato Stella se calou. Mas, quem sabe não para sempre...

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