sábado, 20 de fevereiro de 2010

Um olhar do paraíso (The lovely Bones)

Peter Jackson é o diretor de "Senhor dos Anéis", "King Kong", "Os Espíritos" e outros tantos filmes importantes. "Um olhar do paraíso" é sua última obra. O filme é uma adaptação de um livro de Alice Sebold sobre uma menina de 14 anos que é assassinada e vê, do lugar onde está, o que acontece com sua família e seus colegas, após a morte.

Considerando que cada espectador vê e interpreta a sua maneira as obras dos diretores, suponho que Peter Jackson esteja em uma fase mística, em que encontra soluções mágicas para os problemas. A solução não está na justiça dos homens, mas no mero acaso. Assim, sem mais delongas, a mão do destino castiga os maus.

"Um olhar do Paraíso" trata do olhar sobre a vida após a morte. A menina morta, relata seus sentimentos e faz a narrativa. Jackson aposta em um clima fantástico, que beira ao bobinho e ao surrealismo. As imagens dos locais onde está a menina Salmon - à beira do paraíso onde não consegue entrar - são de um lirismo gasto. Ninguém mais acredita nesse cenário pós mortem. Parece as figurinhas que eu via no meu colégio de freiras, quando criança. Salmon não consegue se separar do que acontece com sua família, com seus pais e irmãos porque seu assassino ficou sem punição.

Assim como as criancinhas que não foram batizadas, Salim está em uma espécie de limbo, onde observa o que acontece após sua morte. Uma personagem mais espiritualista sente sua presença. Mouro o seu grande amor chega a beijá-la após a morte. O assassino está muito perto, permanece incólume depois de tudo o que fez.

Os atores são bons. Porque o filme também não é ótimo? Não dá para entender! Susan Sarandon faz a avó fumante. Viram como existem personagens fumantes? Como se seu nervosismo e instabilidade emocional fosse mais fácil de caracterizar com um cigarro entre os dedos. Mark Walberg é Jack Salmon, o pai, um ator de quem gosto muito. Trabalhou com Leonardo di Caprio e Matt Damon no excelente "Os infiltrados". Rachel Weisz que também é uma grande atriz faz a mãe. Mas é uma mãe frágil, que na hora de enfrentar os problemas foge para bem longe. A jovem e talentosa Saoirse Ronan é Susie Salmon. Saiorse desponta como atriz de primeira linha. Lembram-se dela em "Desejo e Reparação", da menina problemática que arruina a vida da irmã ( Keira Knightley ) e do namorado (James Mc Avoy)?

O que desponta como bobeira é a irmã descobrir pistas e tudo ficar por isso mesmo. Esperava-se que alguém saísse à caça do assassino, que o sumidouro, onde ele colocou a prova do crime fosse dragado, ou coisa parecida. Afinal havia testemunhas. O criminoso foi auxiliado quando deu sumiço à maior prova do crime. Mas não! consegue fugir, quase dá prosseguimento a seus crimes. Somente a justiça divina o pune. Não deixa de ser rídícula a forma como é punido! No mínimo deveria ter sido preso. Existiam provas para condená-lo.

O suspense não é melhor que o de um filme B. No máximo nos inquietamos quando Peter Jackson alterna as cenas do crime, no milharal, com as da família reunida no jantar. Ou quando a irmã investiga as provas do crime. Jackson alterna com cenas do assassino na direção do carro, o assassino chegando em casa. O suspense não é superior ao de " Paranóia", em que Shia Laboeuf da mesma forma que a irmã de Suzie entra na casa do vizinho assassino.

Decida se você quer ver este filme do famoso Peter Jackson!


2 comentários:

  1. Olá, me chamo Ana Carolina e tenho 15 anos.
    Gostei bastante da ideia do filme, sobre ser uma visão depois de ela morrer. Há vários filmes parecidos, sim, mas eu não acho que seja tão cliché a ponto de arruinar o filme, e muito menos que tenha tanto a ver com freiras e igrejas. Há várias pessoas da área do espiritualismo e reencarnação que acreditam fielmente nessas ideias. 'Amor além da vida', chorei muito vendo esse filme com meu pai, e, apesar de ser bem diferente do 'Um olhar do paraíso', foi o primeiro filme que me lembrei quando fui ao cinema.
    Também concordo com a parte de que o assassino devia ter sido pego, e pelas mesmas razões. Achei os efeitos muito bons. Eles realmente se destacaram de outros filmes desse tipo. E sobre as atrizes e atores, eu também adorei a atuação da Susie, achei ela ótima, dando para entender tudo somente por suas expressões e olhares, e adorei os outros atores também, tendo visto outros filmes com eles. Achei que o romance da Susie e do Ray iria ser algo mais, pelo jeito que o filme começava. O suspense também não foi aquelas coisas, sendo muito curto, ou insosso e às vezes, simplesmente um susto. Mas acho que é pelo filme não ser de suspense, né? No geral, achei um filme bom, mas que podia ser melhor, pelo menos o livro é.
    Boa sorte com seu blog ^^

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  2. O filme é bom dentro de uma perspctiva: os pais devem se preocupar mais com seus filhos. A história de Susie, na visão terrena, é a historia de milhares de crianças que já foram, e continuam desaparecidas... me levou a reflexão e gerou um maor mais intenso pelos meus filhos...

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