Tate Taylor, o diretor, é do Mississipi e queria fazer um filme contando uma história. Sua amiga Kathryn escreveu o livro "A Resposta" (The Help), sobre preconceito racial. Quando este tornou-se um sucesso e uma possibilidade de virar filme, Kathryn exigiu que o diretor fosse Tate Taylor. Segundo ela e Tate, Mississipi é o estado mais racista dos Estados Unidos. A história se passa nos anos 50, 60, quando Marthin Luther King lutava pelos direitos dos afro-descendentes e quando o presidente Kennedy foi assassinado em 1963.
Eugenia , a "Skeeter"( Emma Stone) não se enquadra no padrão de comportamento feminino que se espera de uma mulher nessa sociedade preconceituosa. Seu desejo é tornar-se escritora. Após conseguir um emprego num jornal para substituir uma colunista cujo tema são os assuntos domésticos, Skeeter tem a idéia de escrever um livro com depoimentos verdadeiros, mostrando a visão das empregadas domésticas. Coisa que nenhum branco do Missisipi quer saber.
Entre as atrizes Viola Davis, a Aibileen, é candidata ao Oscar de Melhor Atriz. Octavia Spencer , a Minny e Jessica Chastain, a louríssima e sem preconceito, Celia, são candidatas ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. O cenário é o da burguesia americana endinheirada dos anos 60. As mulheres que fazem parte da história, exemplificam a sociedade da época, são bastante estereotipadas. Tanto Hully Holbrook (Bryce Dallas Howard) como suas amigas, possuem um visual e fala preconceituosa. Representam - de forma simplificada - o grupo social a que pertencem. O filme capta com perfeição o cinismo das senhoras e de seus maridos. As mulheres usam a moda dos anos 60, vestidos coloridos, acinturados, franzidos ou godês, com comprimento abaixo do joelho. Os cabelos tem corte médio e estão duros de laquê. A maioria é louríssima. Efetivamente possuem a pele muito branca. Nenhuma delas dedica-se ao cuidado dos filhos. Sempre em cima de saltos altos, essas jovem senhoras medíocres e extremamente conservadoras não têm nenhum filho para cuidar. Eles são criados e educados pelas empregadas domésticas. Os hábitos escravistas devem estar arraigados nessa sociedade até hoje. Se Abraham Lincoln promulgou a Abolição em 1863, cem anos depois o espírito escravista ainda imperava na cidadezinha do Mississipi. O comportamento conservador das senhoras baseia-se em status e riqueza. Não possuem a menor empatia pelas empregadas que cuidam de seus filhos. Por antecipação o grupo considera que as domésticas são seres inferiores, que devem ser colocados em seus devidos lugares, dominados e subjugados. Assim, nenhuma delas sente o menor prurido em perseguir, demitir ou acusar de roubo as domésticas, que até podem considerar as casas de seus patrões como seus únicos lares.
O processo de tomada de consciência inicia por Aibileen Clark (Viola Davis), que posteriormente consegue a adesão de Minny. O motivo da demissão de Minny foi o quiproquó em torno do uso do banheiro. A patroa não quer que a empregada use o banheiro. Minny desafia a ordem, finge que usou o vaso sanitário e puxa a descarga, com a patroa de ouvido colado na porta. Minny chora amargamente a humilhação. As patroas pregam um banheiro só para uso das empregadas. Não deixa de ser aquela casinha de fundo de quintal que existia - ainda existe - no Brasil da falta de saneamento. E no Brasil? Qual é a origem do programa dos apartamentos que inclui o banheiro de serviço, com circulação independente, uso de elevador de serviço, tudo evidenciando a superioridade do patrão e inferioridade da doméstica? Engraçado, aqui nunca ninguém fala nada, tudo isso é aceito placidamente. O programa de necessidades deve ter imitado a vida dos europeus ou americanos. Não é muito diferente do filme, e os brasileiros gostam de afirmar que não são racistas. Aqui no Brasil e aqui em Porto Alegre, elevador de serviço, entrada de serviço, banheiro de serviço é para cachorro, empregada doméstica e trabalhador. Só não fica especificada a cor da doméstica. Mas o preconceito é o mesmo. As classes dominantes e as emergentes brasileiras são muito parecidas com a turma do Mississipi dos anos 60.
Vale conferir a revanche de Minny, cujos quitutes são verdeira delícia! Vale também conferir a atuação não apenas de Viola Davis e Octavia Spencer, mas também de Bryce Dallas Howard , a terrível Hilly. A atriz possui uma beleza diferente e esteve em "A Dama na Água" e "O Exterminador do Futuro" em que fazia Kate Connor. Ah, e as mães? Tate dá um destaque para as mães idosas, ou quase. Sissi Spacek faz a velha senhora com Mal de Alzheimer e a mãe de Skeeter, apesar de todo o seu conservadorismo, e de não ter tido a coragem de defender sua velha empregada, nunca esquece de dizer: - "Filha eu te amo". Ela demonstra que até os fracos tem seu dia de heróis! Não deixe de assistir a este belíssimo filme.
Eugenia , a "Skeeter"( Emma Stone) não se enquadra no padrão de comportamento feminino que se espera de uma mulher nessa sociedade preconceituosa. Seu desejo é tornar-se escritora. Após conseguir um emprego num jornal para substituir uma colunista cujo tema são os assuntos domésticos, Skeeter tem a idéia de escrever um livro com depoimentos verdadeiros, mostrando a visão das empregadas domésticas. Coisa que nenhum branco do Missisipi quer saber.
Entre as atrizes Viola Davis, a Aibileen, é candidata ao Oscar de Melhor Atriz. Octavia Spencer , a Minny e Jessica Chastain, a louríssima e sem preconceito, Celia, são candidatas ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. O cenário é o da burguesia americana endinheirada dos anos 60. As mulheres que fazem parte da história, exemplificam a sociedade da época, são bastante estereotipadas. Tanto Hully Holbrook (Bryce Dallas Howard) como suas amigas, possuem um visual e fala preconceituosa. Representam - de forma simplificada - o grupo social a que pertencem. O filme capta com perfeição o cinismo das senhoras e de seus maridos. As mulheres usam a moda dos anos 60, vestidos coloridos, acinturados, franzidos ou godês, com comprimento abaixo do joelho. Os cabelos tem corte médio e estão duros de laquê. A maioria é louríssima. Efetivamente possuem a pele muito branca. Nenhuma delas dedica-se ao cuidado dos filhos. Sempre em cima de saltos altos, essas jovem senhoras medíocres e extremamente conservadoras não têm nenhum filho para cuidar. Eles são criados e educados pelas empregadas domésticas. Os hábitos escravistas devem estar arraigados nessa sociedade até hoje. Se Abraham Lincoln promulgou a Abolição em 1863, cem anos depois o espírito escravista ainda imperava na cidadezinha do Mississipi. O comportamento conservador das senhoras baseia-se em status e riqueza. Não possuem a menor empatia pelas empregadas que cuidam de seus filhos. Por antecipação o grupo considera que as domésticas são seres inferiores, que devem ser colocados em seus devidos lugares, dominados e subjugados. Assim, nenhuma delas sente o menor prurido em perseguir, demitir ou acusar de roubo as domésticas, que até podem considerar as casas de seus patrões como seus únicos lares.
O processo de tomada de consciência inicia por Aibileen Clark (Viola Davis), que posteriormente consegue a adesão de Minny. O motivo da demissão de Minny foi o quiproquó em torno do uso do banheiro. A patroa não quer que a empregada use o banheiro. Minny desafia a ordem, finge que usou o vaso sanitário e puxa a descarga, com a patroa de ouvido colado na porta. Minny chora amargamente a humilhação. As patroas pregam um banheiro só para uso das empregadas. Não deixa de ser aquela casinha de fundo de quintal que existia - ainda existe - no Brasil da falta de saneamento. E no Brasil? Qual é a origem do programa dos apartamentos que inclui o banheiro de serviço, com circulação independente, uso de elevador de serviço, tudo evidenciando a superioridade do patrão e inferioridade da doméstica? Engraçado, aqui nunca ninguém fala nada, tudo isso é aceito placidamente. O programa de necessidades deve ter imitado a vida dos europeus ou americanos. Não é muito diferente do filme, e os brasileiros gostam de afirmar que não são racistas. Aqui no Brasil e aqui em Porto Alegre, elevador de serviço, entrada de serviço, banheiro de serviço é para cachorro, empregada doméstica e trabalhador. Só não fica especificada a cor da doméstica. Mas o preconceito é o mesmo. As classes dominantes e as emergentes brasileiras são muito parecidas com a turma do Mississipi dos anos 60.
Vale conferir a revanche de Minny, cujos quitutes são verdeira delícia! Vale também conferir a atuação não apenas de Viola Davis e Octavia Spencer, mas também de Bryce Dallas Howard , a terrível Hilly. A atriz possui uma beleza diferente e esteve em "A Dama na Água" e "O Exterminador do Futuro" em que fazia Kate Connor. Ah, e as mães? Tate dá um destaque para as mães idosas, ou quase. Sissi Spacek faz a velha senhora com Mal de Alzheimer e a mãe de Skeeter, apesar de todo o seu conservadorismo, e de não ter tido a coragem de defender sua velha empregada, nunca esquece de dizer: - "Filha eu te amo". Ela demonstra que até os fracos tem seu dia de heróis! Não deixe de assistir a este belíssimo filme.
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