Em 2013, Louane Emera foi a revelação do programa La plus belle voix, em Paris. Aconselhado pelos amigos Éric Lartigau assiste ao programa e convida a jovem a interpretar Paula em seu novo filme A Família Bélier.
A história é emocionante, os atores foram cuidadosamente escolhidos e têm tudo a ver com os personagens que interpretam. Louane é cantora, nunca tinha pensado em fazer cinema. Luca Gelberg, o irmão, é surdo na vida real. Karin Viard e François Damiens fazem os pais. Karin, François e Louane aprenderam a linguagem dos sinais após meses de dedicação e estudo.
As filmagens aconteceram em Domfront, em l'Orne, um lugar paradisíaco. Moravam em uma casa enorme, com portas vermelhas, construída em alvenaria de pedra. Tudo passava muito longe do "menos é mais" de Mies Van Der Rohe, interior colorido, muitos objetos de decoração, cadeiras azul "calipso" e muita comida na mesa. Um exagero para quatro pessoas! A família cria gado holandês e produz queijo. Éric mostra uma visão doce, romântica e bucólica do interior da França.
Mesmo sem experiência como atriz, Louane emociona como a filha que precisa decidir entre partir em busca de seus sonhos ou permanecer ajudando a família.
O diretor evidencia as relações familiares e as dificuldades dos surdos para enfrentar as exigências do dia a dia. Uma das coisas mais sensatas do filme é a fala da amiga de Paula, quando afirma que a surdez não deve ser encarada como uma deficiência ("un handicapé"), mas como uma condição. Concordo, sempre achei que as palavras deficiente ou "handicapé" partem do preconceito. Muita gente tentou inutilmente convencer-me do contrário. Como se eu não tivesse razão!
Assim, tratando de tema tão delicado Lartigau emociona, e muito. Enfim família é das coisas mais importantes da vida. Éric mostra o sofrimento dos pais quando percebem que seus filhos cresceram, que não tem jeito não, que aquelas fotos do bebê nas paredes da sala são de um tempo passado. É preciso acordar para o presente e para o futuro.
Para um pai e uma mãe, superar esses momentos de nostalgia é muito difícil. Mais ainda se sempre tiveram a ajuda da filha para comunicar-se com o mundo. Enfim, com certeza aqueles dois tinham esquecido como era viver antes de Paula ter nascido.
E certamente é a primeira vez que um diretor mostra para o espectador o que é "ser surdo". Na cena em que Paula canta no concurso em Paris, de repente faz-se o silêncio! Como os pais, nós espectadores não ouvimos nada, nos tornamos surdos, nos emocionamos e choramos como qualquer pai faria. O envolvimento da cena é um dos moments mais belos do cinema. Não perca! Chore junto, por você ou por seus filhos!
As filmagens aconteceram em Domfront, em l'Orne, um lugar paradisíaco. Moravam em uma casa enorme, com portas vermelhas, construída em alvenaria de pedra. Tudo passava muito longe do "menos é mais" de Mies Van Der Rohe, interior colorido, muitos objetos de decoração, cadeiras azul "calipso" e muita comida na mesa. Um exagero para quatro pessoas! A família cria gado holandês e produz queijo. Éric mostra uma visão doce, romântica e bucólica do interior da França.
Mesmo sem experiência como atriz, Louane emociona como a filha que precisa decidir entre partir em busca de seus sonhos ou permanecer ajudando a família.
O diretor evidencia as relações familiares e as dificuldades dos surdos para enfrentar as exigências do dia a dia. Uma das coisas mais sensatas do filme é a fala da amiga de Paula, quando afirma que a surdez não deve ser encarada como uma deficiência ("un handicapé"), mas como uma condição. Concordo, sempre achei que as palavras deficiente ou "handicapé" partem do preconceito. Muita gente tentou inutilmente convencer-me do contrário. Como se eu não tivesse razão!
Assim, tratando de tema tão delicado Lartigau emociona, e muito. Enfim família é das coisas mais importantes da vida. Éric mostra o sofrimento dos pais quando percebem que seus filhos cresceram, que não tem jeito não, que aquelas fotos do bebê nas paredes da sala são de um tempo passado. É preciso acordar para o presente e para o futuro.
Para um pai e uma mãe, superar esses momentos de nostalgia é muito difícil. Mais ainda se sempre tiveram a ajuda da filha para comunicar-se com o mundo. Enfim, com certeza aqueles dois tinham esquecido como era viver antes de Paula ter nascido.
E certamente é a primeira vez que um diretor mostra para o espectador o que é "ser surdo". Na cena em que Paula canta no concurso em Paris, de repente faz-se o silêncio! Como os pais, nós espectadores não ouvimos nada, nos tornamos surdos, nos emocionamos e choramos como qualquer pai faria. O envolvimento da cena é um dos moments mais belos do cinema. Não perca! Chore junto, por você ou por seus filhos!
Emocionante é pouco para descrever esta história de uma família de quatro pessoas, sendo pai, mãe e irmão surdos. Paula, a única filha é a única também que não é surda, transforma-se em interlocutora e apoio os três.